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Judite e Holofernes (Caravaggio)
pintura de Caravaggio Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Judite e Holofernes é um quadro de inspiração bíblica, de Caravaggio, pintado em 1599.
A pintura mostra Judite a decapitar o general Holofernes após o ter seduzido, o que provocou reações de horror e surpresa entre os primeiros espectadores, pois Caravaggio conseguiu dotar a obra de grande realismo e crueza. Judite encontra-se de pé, majestosa e destemida, enquanto a sua criada, que lhe deu a espada, está nervosa e à espreita do que pudesse acontecer.
Os efeitos da obra seriam recriados mais tarde pelas versões de Artemisia Gentileschi (Judite decapitando Holofernes, 1620) e de Francisco de Goya (Judite e Holofernes, de 1820).
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Descrição
O episódio representado na pintura está descrito no Antigo Testamento, no Livro de Judite. Durante o cerco de Betúlia pelos Assírios, a viúva Judite seduz o general assírio Holofernes e quando este adormece assassina-o para livrar o seu povo deste tirano. Judite é acompanhada por uma criada que tem um saco para nele colocar a cabeça após a decapitação, pois Caravaggio fixou o momento tornado intemporal em que Judite ainda não terminou a degolação, jorrando o sangue em três jatos no travesseiro e no lençol.[1]
A radiografia da pintura mostrou que inicialmente Judite estava representado com os seios nus, tendo Caravaggio optado por cobri-los com um véu.[2] A expressão cruel da velha criada foi provavelmente inspirada nos estudos ou caricaturas de Leonardo da Vinci conservados na Pinacoteca Ambrosiana de Milão.[3]
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Apreciação
A pintura apresenta um poderoso jogo cromático entre sombra e luz, graças a uma forte iluminação lateral que atravessa toda a cena. O pintor expressa nela toda a sua mestria na técnica do claro-escuro que vai reforçar a sua reputação.[4]
Por outro lado, embora a cena da morte de Holofernes seja de facto um episódio bíblico, a escolha desta cena e a captura do momento preciso da decapitação são muito raras. De entre as outras obras deste período, como Descanso na Fuga para o Egito, esta pintura ilustra a rejeição por Caravaggio do respeito pelas convenções ou pela tradição pictórica do seu tempo.[5]
Pode-se ver nela também um símbolo da Virtude triunfando sobre o mal e um paralelo com a Contra-Reforma católica combatendo à Reforma Protestante que ocorria na época em que esta pintura foi pintada.[6]
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História
Esta pintura foi encomendada pelo banqueiro genovês Ottavio Costa, que era um dos banqueiros mais poderosos em Roma,[7] tal como outras obras de Caravaggio, como São Francisco de Assis em Êxtase e Marta e Maria Madalena, quando o pintor se encontrava ao serviço do Cardeal del Monte.[8]
Só foi redescoberta no século XX por Roberto Longhi, na coleção de Vincenzo Coppi, em Roma.[6] A atribuição da autoria a Caravaggio deve-se em grande medida às investigações sobre o Artista artista realizadas em 1951, designadamente por Pico Cellini, tendo a pintura sido exposta fora de catálogo numa exposição em Milão, nesse mesmo ano de 1951.[9]
Filida Melandroni, a mais famosa das cortesãs que posou para Caravaggio,[10], serviu de modelo para Judite. Esta jovem mulher, com cerca de 20 anos em 1600, é igualmente a Catarina de Santa Catarina de Alexandria (ca. 1598), e a Maria Madalena de Marta e Maria Madalena (ca. 1598-1599). Também foi a modelo para o Retrato de uma cortesã que esteve exposto no Museu Bode, de Berlim, mas que foi destruído quando dos bombardeamentos da capital alemã durante a Segunda Guerra Mundial.
Veja também
Bibliografia
- CARRASAT, Patricia: Maestros de la pintura, Spes Editorial, S.L.2005. ISBN 84-8332-597-7
Referências
Ligações externas
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