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Max Nettlau

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Max Nettlau
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Max Heinrich Hermann Reinhardt Nettlau (Neuwaldegg, Viena, 30 de abril de 1865Amsterdã, 23 de julho de 1944[1]), mais conhecido como Max Nettlau, foi um dos mais importantes historiadores e arquivistas do anarquismo.[2][3]

Factos rápidos Nascimento, Morte ...
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Vida

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Vindo de uma família judia bastante acomodada, Nettlau teve uma educação de influência liberal a partir de suas leituras e pelo vínculo familiar, já que não foi intelectualmente estimulado pela família, com a qual também não teve uma ligação sentimental. Após o ensino secundário na Áustria, passou a ler livros de filósofos alemães. Seu doutorado seria concluído aos 23 anos quando apresentou uma tese sobre as línguas celtas.[1][3]

Durante estudos na Universidade de Viena, passou a ter interesse por movimentos sociais e tornou-se membro da Liga Inglesa Socialista (1885-1890),[4] quando também assumiu sua postura anárquica.[1]

Em Londres, travou amizade com Piotr Kropotkin e Errico Malatesta, com os quais manteve correspondência pelo resto de sua vida.

Reuniu uma enorme quantidade de materiais impressos durante toda sua existência, como jornais, manifestos, folhetos e cartazes, que deram origem ao renomado Instituto Internacional de História Social (IISH), de Amsterdã.[5]

Nettlau viveria basicamente de seus livros e artigos.[3]

Ascético e filosófico, sua aparência remetia a impressão de um homem insensível, mas a injustiça e a violência o incomodavam profundamente.[1] Sua trajetória é também marcada pela dedicação integral à produção de seus livros bem como para a sua coleção.[3]

Morreu em 23 de julho de 1943, em Amsterdã, vítima de câncer.[1]

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Obras

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Desde 1880, dedicou-se a escrever sobre Mikhail Bakunin.[1] A partir de 1892, graças a uma herança da família, decidiu dedicar-se integralmente à história do anarquismo e passou a viajar pela Europa à procura de pessoas que conheceram Bakunin, ainda que durante toda sua trajetória fosse considerado um homem independente.[1] Desse trabalho, que mostrou a verdadeira vocação para o ofício de historiador,[1] resultaram uma biografia em 3 volumes[3] (1896-1900) e Bibliographie de l'anarchie (Bruxelas, 1887).

As biografias de Errico Malatesta e Elisée Reclus, bem como a história do anarquismo, renderam sete volumes.[5]

Com o fim da Primeira Guerra e suas economias arrasadas pelos efeitos da inflação alemã, passou a viver então em absoluta precariedade, a ponto de, em 1935, se ver obrigado a vender seu acervo. Em 1938, durante a anexação da Áustria pela Alemanha, decidiu se estabelecer definitivamente na Holanda.[6] Com a invasão nazista, presenciou a ocupação do Instituto e o transporte de sua coleção, e infelizmente não viveu para ver a reabertura do acervo.[7]

Seus arquivos de documentos pessoais incluem correspondências enviadas a Thérèse Bognar entre 1901 e 1907 e a escrita em um diário de 1907 a 1921. Outras memórias e notas continuaram a ser escritas até 1943.[5]

Manteve ainda a troca de correspondências com movimentos anarquistas e personalidades britânicas, francesas, russas, alemãs, belgas e holandesas,[5] o que revelaria a paciência de um arquivista.[3]

O resultado dessa produção foi reunir o maior rol mundial de documentos relacionados ao anarquismo.[3]

Foi considerado durante muito tempo o primeiro e único historiador anarquista.[3]

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Nettlau por alguns autores

Rudolf Rocker o classificou de "o Heródoto do anarquismo".[3]

José Peirats descreve que Nettlau não foi apenas um militante, mas um teórico da razão, que se dedicou a entender e descrever objetivamente, de acordo com o contexto, as diversas escolas, tendências e multiplicidade das formas. Peirats o descreve também como um investigador incansável, uma enciclopédia viva do anarquismo.[3]

Pelo seu método de análise é, porém, considerado excessivamente idealista.[3]

Publicações

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Publicações de Max Nettlau:

  • Michael Bakunin. Eine Biographie (1896–1900)
  • Bibliographie de l'Anarchie (1897; 1976)
  • Geschichte der Anarchie. Volume 7 (Inhaltsübersichten (Memento vom 19. setembro 2010 im Internet Archive))
    • Volume 1: Der Vorfrühling der Anarchie (1925; 1993) (online; Neuausgabe Liberdad Verlag, Berlim 2019, ISBN 978-3-922226-25-3)
    • Volume 2: Der Anarchismus von Proudhon zu Kropotkin (1927; 1993)
    • Volume 3: Anarchisten und Sozialrevolutionäre (1931, 1996)
    • Volume 4: Die erste Blütezeit der Anarchie 1886–1894 (1981)
    • Volume 5: Anarchisten und Syndikalisten, Parte 1 (1984)
    • Volume 6: Anarchisten und Syndikalisten, Parte 2 (não publicado)
    • Volume 7: Anarchisten und Syndikalisten, Parte 3 (não publicado)
    • Ergänzungsband zur Geschichte der Anarchie (1972; 1984)
  • Gesammelte Aufsätze. Verlag Die Freie Gesellschaft, Hannover 1980. (Ensaios de Die Internationale, FAUD (1929–1932))
  • Eugenik der Anarchie. Hg. v. Heiner M. Becker. Wetzlar 1985.
  • Errico Malatesta. Das Leben eines Anarchisten. Verlag Der Syndikalist, Berlim 1922.
  • Élisée Reclus. Anarchist und Gelehrter (1830–1905). Verlag Der Syndikalist, Berlim 1928.

Sobre Max Nettlau:

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Referências

  1. Nettlau, Max. Prefácio de A contribution to an anarchist bibliography of latin america. Editorial La Protesta: Buenos Aires. 1926
  2. Federación de Estudiantes Libertarix-Sevilla. Prefácio de Comunismo autoritario y comunismo libertario
  3. Gutiérrez-Álvarez, Pepe. (25 de abril de 2010). León Tolstoy visto por Max Nettlau. Para Kaos en la Red, acesso em 15 de maio de 2010
  4. Conrad, Joseph. Um anarquista e outros contos (tradução de José Villa). São Paulo: Hedra. 2009. p.18
  5. International Institute of Social History. Collectors: Max Nettlau, acesso em 15 de maio de 2010
  6. Ward, Colin. (10 de outubro de 1997). A flawless reminder of life left of the left - Social Policy - A Short History of Anarchism. Times Higher Education, acesso em 16 de maio de 2010
  7. MOD: Webster's Quotations, Facts and Phrases. Icon Group International: San Diego. 2008, p.371


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