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Natzweiler-Struthof

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Natzweiler-Struthof
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Natzweiler-Struthof foi um campo de concentração nazista localizado nos Vosges, perto da vila alsaciana de Natzwiller (alemão: Natzweiler) e da cidade de Schirmeck, cerca de 50 km a sudoeste de Estrasburgo, na França. Foi o único campo nazista localizado no atual território francês. Na época, a área da Alsácia-Lorena onde se encontrava era administrado pela Alemanha e parte integral do Reich alemão.

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Operação

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Perspectiva

As operações no campo duraram entre 21 de abril de 1941 e o início de setembro de 1944, quando os prisioneiros e a guarda foram evacuados para Dachau.[2] Depois de mais de três anos de funcionamento, estes prisioneiros sobreviventes foram obrigados a realizar uma Marcha da Morte até a Alemanha,[1] enquanto uma pequena unidade de SS continuou a cuidar das operações restantes. Em 23 de novembro de 1944 ele foi o primeiro campo descoberto e liberado pelos Aliados na Europa Ocidental, ainda ocupado por este pequeno staff nazista, no mesmo dia em que atingiram Estrasburgo.[1]

O número total de prisioneiros que por lá passaram nestes três anos atingiu 52 000,[2] oriundos de diversos países, entre eles Polônia, União Soviética, Holanda, Noruega, Eslovênia e França. Ele foi estabelecido especialmente para receber os atingidos pelo Nacht und Nebel, o edito de Adolf Hitler de fins de 1941, especialmente integrantes dos movimentos de resistência. Estima-se que cerca de 22 000 morreram no campo e seus subcampos.[1]

Ele possuía um crematório e uma câmara de gás improvisada, não usada para extermínios em massa;[3] mesmo assim judeus foram mortos nela, na época em que Josef Kramer – futuro comandante e carrasco de milhões deles em Auschwitz – comandou o campo. Ciganos também foram gaseificados ali como cobaias para o teste de novos gases letais.[3] Um total de 4 431 mortes foram documentadas,[carece de fontes?] causadas por trabalhos forçados extenuantes, experiências médicas, inanição e tratamento violento; entre os executados estavam quatro agentes do Special Operations Executive – SOE, o serviço de espionagem e sabotagem britânico criado por Winston Churchill durante a guerra: Sonya Olschanezky, Diana Rowden, Vera Leigh e Andrée Borrel, as quatro executadas no mesmo dia, 6 de julho de 1944, com injeções letais de fenol.[4]

Como o número de mulheres prisioneiras era pequeno, apenas sete guardas femininas SS trabalharam em Natzweiler-Struthof e 15 no complexo de subcampos adjacentes. Sua principal função era vigiar as prisioneiras trazidas para experiências médicas ou execuções; várias guardas também eram trazidas ao campo para treinamento, seguindo depois para outros campos no interior da Alemanha. Dois pilotos da RAF que participaram da Grande Escapada e foram mortos pela Gestapo foram cremados ali.

A coleção de esqueletos judeus

Natzweiler-Struthof também produziu uma coleção de esqueletos de judeus especialmente assassinados para estudos de anatomia em institutos alemães. Ela foi composta de um grupo de 115 judeus escolhidos a dedo por suas notadas características raciais estereotipadas. Wolfram Sievers e Rudolf Brandt, dois oficiais da Ahnenerbe, uma organização de Estado nazista dedicada ao estudo da herança ancestral, eram os responsáveis por conseguir os esqueletos para o Instituto de Anatomia da Reichsuniversität Straßburg criada em 1940 e localizada na Alsácia. Em 1943, um total de 87 deles – 46 eram judeus gregos da cidade de Tessalônica[5] – foi transferido de Auschwitz para lá, onde 86 foram mortos na câmara de gás e uma baleada por se recusar a entrar na câmara. Os corpos dos 57 homens e das 29 mulheres foram enviados para Estrasburgo para estudos. Em 1944, com a aproximação dos Aliados, havia preocupação entre os nazistas sobre a possibilidade dos corpos serem descobertos, já que, mantidos congelados, eles ainda não haviam sido descarnados. A primeira parte do processo era o de fazer moldes anatômicos dos corpos antes de reduzi-los a esqueletos.[6] Quando os Aliados libertaram a Alsácia em 1945, encontraram na universidade 86 corpos de homens e mulheres dos quais em 70 faltavam o crânio.[7]

Durante muitos anos as identidades destas 87 vítimas da macabra coleção permaneceram desconhecidas à exceção de um, Menachem Taffel (prisioneiro nº 107 969, tatuado no braço), um judeu polonês que vivia em Berlim, graças aos esforços do caçadores de nazistas Serge e Beate Klarsfeld. Em 2003, o Dr. Hans-Joachim Lang, um professor alemão da Universidade de Tübigen, conseguiu a identificação de todos, comparando os números dos corpos encontrados em Estrasburgo com os números dos prisioneiros vacinados em Auschwitz.[7]

Wolfram Sievers e Rudolf Brandt foram presos pelos Aliados após a guerra, julgados e condenados à morte no Julgamento dos Médicos em Nuremberg (1946/47).[8] Os dois foram enforcados em 2 de junho de 1948 na prisão de Landsberg.

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Referências

  1. «Introduction to the history of the camp». Struthof. Consultado em 25 de janeiro de 2015
  2. «The evacuation of the camp, the trials of those responsible». Struthof. Consultado em 25 de janeiro de 2015
  3. «The gas chamber». Struthof. Consultado em 25 de janeiro de 2015
  4. «Translation of Names» (PDF). kkjsm.org. Consultado em 31 de maio de 2013
  5. Spitz, Vivien. Sentient Publications, ed. Doctors from Hell: the Horrific Account of Nazi Experiments on Humans. 2005. [S.l.: s.n.] ISBN 1-59181-032-9
  6. «Die Spur der Skelette» (em alemão). Der Spiegel. Consultado em 31 de maio de 2013
  7. «THE DOCTORS TRIAL: THE MEDICAL CASE OF THE SUBSEQUENT NUREMBERG PROCEEDINGS». UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM. Consultado em 31 de maio de 2013
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