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Pato-corredor

espécie de ave Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Pato-corredor
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O pato-corredor[4] ou ganso-do-orinoco (Neochen jubata) é um ave anseriforme, da família dos anatídeos, em diversas regiões também é chamado de ganso-do-orinoco, marrecão, marrecão do banhado, roncador, além disso recebeu o nome de wa-na-ná, sendo esta denominação utilizada por índios kamaiurá que vivem em regiões do Mato Grosso. Parente dos patos, gansos e cisnes. Ele é o único membro vivo do gênero Neochen.

Factos rápidos Estado de conservação, Classificação científica ...
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Etimologia

Etimologia: do (grego) neos = novo; e khën = ganso, alusão ao seu voo similar ao animal; e do (latim) iuba, iubatus = crista, possui uma crista, ou seja, ''Novo ganso com crista.''

Nomes vernáculos

Características

Seus indivíduos apresentam entre 61 e 76 centímetros. Possuem flancos de cor castanha, cabeça e peito cinza-amarelados, manto e asas escuras com um espéculo branco. Seu bico possui as cores preto e rosa. Não há distinção entre as cores de plumagens entre machos e fêmeas, apenas entre o tamanho, sendo o macho maior do que a fêmea.

Segundo Hidalgo (2010), a plumagem dos indivíduos jovens é muito similar aos adultos, sendo assim, a identificação dos mais jovens é dificultada através dessa característica.

É uma espécie basicamente terrestre, porém, apresenta facilidade para se empoleirar em árvores, não costuma ser visto nadando, esta é uma característica diferente dos demais anatídeos (patos, gansos e cisnes). Possui o costume de ficar nas margens, onde se destaca devido sua agilidade e velocidade se comparado aos outros patos. Seu voo é similar ao de um ganso.

Alimentação

A sua dieta alimentar é bastante equilibrada, alimentando-se de partes tenras de vegetais, pequenos invertebrados como insetos, vermes e moluscos (Carboneras, 1992). Encontra sua comida através do forrageamento na terra, pastando (del Hoyo, 1992).

Reprodução

O pato-corredor é uma espécie muito territorial na época de reprodução, e, geralmente, faz seus ninhos em árvores ocas, apenas ocasionalmente no chão.

O ninho é construído com as penas retiradas do próprio peito do animal. Sua postura é de 6 a 10 ovos, que possuem medidas de 60x42mm, de cor creme e lustrosos, incubados por cerca de 30 dias (Santos, 1979).

O acasalamento ocorre através de várias danças e contorções onde ambos os parceiros se movem com pequenos passos, intercalando momentos em que ficam com seus corpos enrijecidos e pescoços esticados. O macho bate as asas vigorosamente em frente da fêmea da sua escolha. Intensos combates podem ocorrer entre machos rivais. O macho tem um assovio de alta frequência, e os cacarejos do sexo feminino, são muito parecidos com o do ganso egípcio.

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Hábitos

Possui ampla distribuição, mas está ficando cada vez menos comum, com exceção de áreas protegidas e remotas. Frequenta praias abertas, pedregosas, de rios das regiões quentes (Sick 1997), beiras florestadas de rios tropicais e também em espaços abertos de savanas alagadas, geralmente abaixo de 500 m de altitude (del Hoyo 1992). Está desaparecendo dos rios navegáveis (Sick 1997).

Migração

Segundo descreveu Caboneras (1992), é uma espécie que não apresenta deslocamento migratório longo, já que é do tipo residente. Recentemente cientistas registraram um importante deslocamento migratório desta espécie na amazônia.

Estado de conservação

As unidades de conservação do Araguaia possuem uma importância primordial para a perpetuação da espécie. Segundo a pesquisa feita pelo doutor em ecologia pela Universidade de Brasília, Paulo de Tarso Zuquim Antas. Quando o rio Araguaia baixa, o pato-corredor (Neochen jubata) procura as praias do Parque Nacional do Araguaia ou do Parque Estadual do Cantão para se reproduzir. Quando o rio sobe, o animal se desloca para as plantações de arrozais, na procura de alimentos. E são muitos, o Araguaia concentra a maior população de Neochen jubata do sul da Amazônia.

O desaparecimento da espécie do estado de São Paulo no Brasil, deve-se ao represamento de grande parte dos rios que correm no interior de São Paulo, levando à supressão de praias e grandes extensões de matas ciliares, ambientes chave para a alimentação e reprodução da espécie.

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Distribuição Geográfica

O Pato-corredor (Neochen jubata), segundo (Sick 1997), apresenta distribuição geral, ocorrendo na Amazônia e Brasil Central. Pode ocorrer a leste dos Andes, desde o norte da América do Sul até o norte da Argentina (Carboneras, 1992).

Ele é um anatídeo de distribuição estritamente da América do Sul, abrangendo o leste da Colombia, Venezuela, Equador, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, zonas amazônicas do Brasil, extremo leste do Peru, Bolívia, oeste do Paraguai, onde é raro, e extremo noroeste da Argentina (BirdLife International 2009). Atualmente, a região do médio curso do rio Juruá, no estado do Amazonas, é onde se encontra a maior população reportada da espécie no bioma Amazônico (Endo et al. 2014). Ainda de acordo com a Birdlife (2006), as maiores populações desta espécie encontram-se no norte da Bolívia e no centro-oeste do Brasil, na Ilha do Bananal.

É raro ou ausente ao longo da costa nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Comumente observado em praias arenosas ao longo de rios de médio e grande porte, com mata ciliar bem desenvolvida. Encontrado também em savanas alagadiças e extensos banhados de água doce (Carboneras, 1992).

Referências

  1. BirdLife International (2016). «Orinoco Goose Neochen jubata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22679987A92837649. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679987A92837649.enAcessível livremente. Consultado em 28 de setembro de 2022
  2. Remsen, J. V., Jr., J. I. Areta, E. Bonaccorso, S. Claramunt, A. Jaramillo, D. F. Lane, J. F. Pacheco, M. B. Robbins, F. G. Stiles, and K. J. Zimmer. Version 24 July 2022. A classification of the bird species of South America. American Ornithological Society. https://www.museum.lsu.edu/~Remsen/SACCBaseline.htm retrieved July 24, 2022
  3. Clements, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, S. M. Billerman, T. A. Fredericks, J. A. Gerbracht, D. Lepage, B. L. Sullivan, and C. L. Wood. 2021. The eBird/Clements checklist of Birds of the World: v2021. Downloaded from https://www.birds.cornell.edu/clementschecklist/download/ Retrieved August 25, 2021
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022
  5. Jolkesky, Marcelo (2016). Uma reconstrução do proto-mamoré-guaporé (família arawák). LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, 16(1), 7-37. doi:10.20396/liames.v16i1.8646164
  6. Jolkesky, Marcelo. 2009. Macro-Daha: reconstrução de um tronco lingüístico do noroeste amazônico. ROSAE - I Congresso Internacional de Lingüística Histórica, 26-29 July 2009.
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Bibliografia

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