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Restrição à venda de antibióticos no Brasil
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A restrição à venda de antibióticos no Brasil foi uma medida tomada em função do aparecimento recente de bactérias super-resistentes aos antibióticos, bem como do processo de seleção bacteriana que vem acontecendo há décadas. Agora se torna mais difícil comprar esses medicamentos e os médicos devem ser mais criteriosos para prescrevê-los. Essa medida entrou em vigor com a Resolução RDC 44, de 26 de outubro de 2010, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não são vendidos sem receita médica.
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Novas regras para a prescrição
São as seguintes as novas regras:
- a prescrição médica deve ter duas via
- o prazo de validade da prescrição é de dez dias;
- a letra deve ser legível e não pode haver rasuras;
- o nome científico ou o nome comercial da substância ativa deve ser escrito conforme a Denominação Comum Brasileira (DCB);
- dosagem, forma farmacêutica (ex.:comprimidos, gotas), quantidade de caixas ou frascos e posologia devem ser claros;
- nome do paciente;
- nome e assinatura do médico;
- número do CRM e CRO (médicos e dentistas) e carimbo;
- outros dados para identficar tanto o médico como quem compra o medicamento;
- data, quantidade e número do lote do remédio no verso e sob responsabilidade da farmácia;
- expressão "Venda sob prescrição médica - Só pode ser vendido com retenção da receita" na caixa ou no frasco;
- data de emissão.
- Essas regras foram especificadas pela Anvisa e o prazo para adaptação do mercado era de 180 dias.
- O descumprimento leva a sanções civis, administrativas e penais[1].
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Reações da sociedade
Resumir
Perspectiva
Entidades do setor médico e farmacêutico discordaram da nova política e marcaram um manifesto para o dia 29 de novembro. Segundo o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias, Edison Tamascia, o SUS não possui condições de seguir essas normas. Ainda conforme essa linha de pensamento:
“ | Como ficará a situação de uma criança ardendo em febre, devido a uma amigdalite ou infecção intestinal, e que mora numa cidadezinha distante, onde o médico só atende uma vez por semana? Ou, ainda, que reside num grande centro, onde a emergência do hospital está superlotada e o atendimento só poderá ser feito muito tempo depois? Uma infecção não pode esperar! | ” |
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 50 por cento dos antibióticos são prescritos de forma inadequada[2]. Nos primeiros dias depois da resolução da Anvisa, as farmácias ainda não vendiam os antibióticos em duas vias[3]. A Associação Brasileira de Comércio Farmacêutico pretendia ingressar com uma ação judicial para reverter a resolução, enquanto o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Melo, questionou se a preocupação das farmácias seria a diminuição da venda de antibióticos[4]. As entidades que protestaram afirmaram que existem outras formas de evitar a resistência bacteriana como higienização hospitalar e, no entanto, muitos hospitais sequer possuem comissões de controle de infecção hospitalar. Além disso, a restrição poderia criar um mercado paralelo de antibióticos[5]
O Conselho Federal de Medicina apoiou as novas regras[6]:
“ | O uso indiscriminado de medicamentos dificulta qualquer tratamento e fortalece as bactérias. Não podemos deixar que interesses comerciais coloquem em dúvida uma iniciativa que tem como objetivo melhorar a saúde coletiva | ” |
Os conselhos regionais de Medicina pretendiam divulgar as novas regras entre médicos e instruí-los para que prescrevessem antibióticos com mais cautela a fim de evitar a resistência bacteriana. Cada CRM enviaria a seus inscritos um e-mail com um comunicado sobre as novas regras da Anvisa[7]. Em Porto Velho, sete farmácias foram autuadas por descumprirem a legislação e poderiam ser multadas em valores de R$ 2 mil a R$1,5 milhão[8].
Em 2 de dezembro, o presidente do Sindicato dos Proprietários das Farmácias de Mato Grosso do Sul, Nelson Fraide Nunes, discursou na Assembleia Legislativa contra a restrição de venda, repetindo o argumento de que o excesso de rigor iria prejudicar os pacientes mais pobres e que moram nas pequenas cidades. Ele pediu a intervenção dos parlamentares e do Judiciário. Os antibióticos são 20 por cento dos produtos comercialzados nas farmácias[9].
Em 13 de abril de 2011, a Anvisa suspendeu o prazo para que as farmácias registrassem a venda de antibióticos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados. A agência pretendia discutir melhor as regras mais rígidas.[10] Além disso, discutia-se um projeto de lei que poderá permitir a venda de antibióticos sem prescrição médica, somente com orientação de farmacêutico lotado em farmácia. Seria uma medida para facilitar o acesso dos pacientes e válida para determinados medicamentos e como orientação inicial.[11]
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Lista de antibióticos controlados
Estes são os antimicrobianos sujeitos ao controle:
Referências
- Venda de antibiótico com retenção da receita começa neste domingo. Portal G1, acessado em 29 de novembro de 2010.
- Entidades contra restrição fazem manifesto hoje. Correio do Estado, acessado em 29 de novembro de 2010.
- Novas regras para venda de antibióticos são cumpridas. Correio de Uberlândia, acessado em 30 de novembro de 2010.
- Associação quer barrar exigência de receita para antibióticos. eBand, acessado em 30 de novembro de 2010.
- Entidades dizem que novas regras para antibióticos restringem o acesso da população à saúde. Jornal da Net, acessado em 1º de dezembro de 2010.
- Novas regras para prescrição e venda de antibióticos estão em vigor. Conselho Federal de Medicina, acessado em 1º de dezembro de 2010.
- Médicos são instruidos sobre novas regras de prescrição e vendas dos antibióticos. Midiamaxnews, acessado em 1º de dezembro de 2010.
- Sete farmácias descumprem nova lei dos antibióticos e são autuadas[ligação inativa]. Portalamazônia.com, acessado em 1º de dezembro de 2010.
- Regra para antibióticos prejudica pobres e farmácias, diz sindicato. Midiamaxnews, acessado em 2 de dezembro de 2010.
- Anvisa suspende prazo para que farmácias iniciem registro de antibióticos em sistema nacional. Jornal do Brasil, acessado em 10 de maio de 2011.
- NOVA LEI PODERÁ PERMITIR VENDA DE ANTIBIÓTICOS SEM RECEITA. Repensando Política e Comunicação, acessado em 10 de maio de 2011.
- Anvisa Lista de Antibioticos 2011. Sempre Tops, acessado em 10 de maio de 2011.
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