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RPG-7

Lança-foguetes russo Da Wikipédia, a enciclopédia livre

RPG-7
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O RPG-7 (em russo: РПГ-7) é um lançador de granada propulsada por foguete (RPG, na sigla em inglês) portátil, reutilizável, de mira manual e utilizado no ombro, principalmente como arma anticarro. Originalmente o RPG-7 (Ручной Противотанковый Гранатомёт Ruchnoy Protivotankoviy Granatomyot – "lançador de granada anti-tanque manual") e seu predecessor, o RPG-2, foram projetados pela União Soviética no final da década de 1950; atualmente é fabricado pela empresa russa conhecida como Bazalt. A arma é designada pelo GRAU como 6G3.[1]

Factos rápidos Tipo, Local de origem ...
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Um soldado da infantaria romena utilizando um RPG-7.

A robustez, simplicidade, baixo custo e eficiência do RPG-7 fez deste a arma anti-blindado mais utilizado no mundo. Atualmente mais de 40 países tem o RPG-7 no seu inventário e é fabricado sob licença em nove países. Por ser fácil de manter e de simples manutenção, também é largamente utilizada por combatentes irregulares e guerrilheiros. O RPG foi utilizado em conflitos em quase todos os continentes, desde meados da década de 1960, da Guerra do Vietnã até a Guerra do Afeganistão no século XXI.[2]

Amplamente produzida, sua principal variante é o RPG-7D, modelo para paraquedistas (que pode ser desmontado e facilmente transportado).[2]

O RPG-7 foi entregue ao exército soviético em 1961 e passou a ser utilizado a nível de esquadrão, substituindo o RPG-2. O atual modelo produzido pela Federação Russa é o RPG-7V2, capaz de disparar projéteis comuns ou cartuchos de alta-explosão anti-tanque, além de munição de fragmentação e até uma ogiva termobárica, com mira telescópica UP-7V, para permitir disparos de longo alcance. O RPG-7D3 é o modelo equivalente dos paraquedistas. Tanto o RPG-7V2 como o RPG-7D3 foram adotados formalmente pelas Forças Armadas da Rússia em 2001.[1] Possui um alcance efetivo de 200 metros mas pode acertar alvos a até 500 metros de distância com seus projéteis de 40 mm.

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Descrição

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O lançador é recarregável e construído em um tubo de aço de 40 mm de diâmetro, 950 mm de comprimento e 7 kg de peso. O meio do tubo é revestido de madeira para proteger o atirador do calor e a extremidade é alargada. A mira geralmente é óptica com uma mira de ferro de reserva, e miras infravermelhas e noturnas também estão disponíveis.

Assim como em armas similares, a granada se projeta dos tubos de lançamento. Ela tem de 40 a 105 mm de diâmetro e pesa entre 2 kg[3] e 4,5 kg. É lançada por uma carga propulsora de pólvora, o que lhe dá uma velocidade de saída de 115 m/s e cria uma nuvem de fumaça cinza-azulada clara que pode revelar a posição do atirador.[4] O motor do foguete é acionado após 10 m e sustenta o voo até 500 m a uma velocidade máxima de 295 m/s. A granada é estabilizada por dois conjuntos de aletas que se abrem durante o voo: um conjunto grande no tubo estabilizador para manter a direção e um conjunto traseiro menor para induzir a rotação. A granada pode voar até 1.100 m; a espoleta define o alcance máximo, geralmente 920 m.[5]

Sistema de propulsão

De acordo com o Boletim 3u (1977) do Comando de Treinamento e Doutrina do Exército dos Estados Unidos (TRADOC), Soviet RPG-7 Antitank Grenade Launcher—Capabilities and Countermeasures, a munição do RPG-7 possui duas seções: uma seção "propulsora" e uma seção "ogiva e motor de sustentação". Estas devem ser montadas na granada pronta para uso. O propulsor consiste em uma "pequena carga de pólvora" que serve para impulsionar a granada para fora do lançador; o motor de sustentação então acende e impulsiona a granada pelos próximos segundos, dando-lhe uma velocidade máxima de 294 m/s. O boletim TRADOC fornece comentários anedóticos de que o RPG-7 era disparado de dentro de edifícios, o que concorda com o projeto de dois estágios. Afirma-se que apenas uma distância de 2 metros de uma obstrução traseira é necessária para uso dentro de salas ou fortificações. As aletas não só fornecem estabilização de arrasto, mas são projetadas para transmitir uma rotação lenta à granada.

Devido à configuração da seção de sustentação/ogiva do RPG-7, ele responde de forma contraintuitiva a ventos cruzados. Um vento cruzado tenderá a exercer pressão sobre as aletas estabilizadoras, fazendo com que o projétil vire em direção ao vento. Enquanto o motor do foguete ainda estiver funcionando, isso fará com que a trajetória de voo se curve em direção ao vento. O boletim TRADOC explica as dificuldades de mira para alvos móveis mais distantes em ventos cruzados de certa extensão.

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Variantes

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RPG-7V
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RPG-7V2

Com base no RPG-7 padrão, foi desenvolvida uma versão leve para transporte aéreo com um cano destacável, juntamente com uma série de modificações que diferem nos sistemas de mira:

RPG-7 (índice GRAU — 6G3)

O primeiro modelo adotado em 1961. Equipado com mira óptica PGO-7.

RPG-7V (índice GRAU — 6G3)

Já no início da década de 1960, o RPG-7 foi equipado com a mira PGO-7V com ângulos de mira corrigidos e, desde então, foi designado RPG-7V.[6]

RPG-7D (índice GRAU — 6G5)

Versão aerotransportada com cano e bipé destacáveis.[7] Adotada em 1963.

RPG-7N / RPG-7DN (índice GRAU — 6G3 e 6G5)

Modificações do RPG-7V e RPG-7D equipadas com miras noturnas PGN-1, NSPU ou NSPUM (índice GRAU - 1PN58).[7]

RPG-7V1 (índice GRAU — 6G3-1)

Modificação de 1988 com mira óptica PGO-7V3, calibrada para os novos projéteis PG-7VR e TBG-7V, bem como todos os projéteis anteriores. Um bipé removível também foi adicionado.[8]

RPG-7D1 (índice GRAU — 6G5M)

Modificação de 1988 da versão aerotransportada com mira PGO-7V3.[7]

RPG-7V2 (índice GRAU — 6G3-2)

Modificação de 2001 com o dispositivo de mira universal UP-7V.[7]

RPG-7V2 "Gaya"

Modificação azerbaijana de 2012 com mira óptica.

RPG-7D2 (índice GRAU — 6G5M2)

Variante aerotransportada de 2001 com dispositivo de mira universal UP-7V.[7]

RPG-7D3 (índice GRAU — 6G5M3)

Modificação de 2001, versão aerotransportada do RPG-7V2.[7]

B41M

Uma cópia vietnamita do RPG-7. Seu tubo ventilado é dividido em duas seções rosqueadas, projetadas para reforçar o lançador e permitir o disparo de ogivas mais potentes.

Airtronic USA RPG-7

Clone do RPG-7 fabricado nos EUA. Em 2013, ele estava em serviço nas forças de operações especiais do Peru.

Airtronic USA Mk.777

Versão leve do RPG-7, fabricada nos EUA, pesando apenas 3,5 kg. Vida útil de cerca de 500 a 1.000 disparos.[9]

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Munição

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Foguetes do RPG-7

O RPG-7 pode disparar uma variedade de ogivas para fins antiblindagem (HEAT, PG-Protivotankovaya Granata) ou antipessoal (HE, OG-Oskolochnaya Granata), geralmente equipadas com uma espoleta de 4,5 segundos ou de impacto (PIBD). A penetração da blindagem depende da ogiva e varia de 300 a 600 mm de RHA; uma ogiva, a PG-7VR, é um dispositivo de "carga tandem", usado para destruir blindagem reativa com um único disparo. O Ministério da Defesa da Rússia anunciou em dezembro de 2023 que modificou o lançador de granadas RPG-7V para disparar minas de 82 mm.[10]

A munição de produção atual para o RPG-7V2 consiste em quatro tipos principais:

  • PG-7VL [c. 1977] – ogiva HEAT de 93 mm aprimorada, eficaz contra a maioria dos veículos e alvos fortificados.[3]
  • PG-7VR [c. 1988] – ogiva de carga tandem projetada para penetrar até 750 mm de blindagem homogênea laminada (RHA), equivalente à blindagem reativa explosiva (ERA) e à blindagem convencional subjacente, ou penetrar até 900 mm de RHA sem ERA. Possui alcance de 200 m.[11]
  • TBG-7V Tanin [c. 1988] – ogiva termobárica de 105 mm para guerra antipessoal e urbana.
  • OG-7V [c. 1999] – ogiva de fragmentação de 40 mm para guerra antipessoal. Não possui motor de sustentação.

Outras variantes de ogivas incluem:

  • PG-7V [c. 1961] – ogiva HEAT básica de 85 mm, capaz de penetrar 260 mm de profundidade de RHA.[12]
  • PG-7VM [c. 1969] – ogiva HEAT aprimorada de 70 mm, capaz de penetrar 300 mm de profundidade de RHA.
  • PG-7VS [c. 1972] – ogiva HEAT aprimorada de 73 mm, capaz de penetrar 400 mm de profundidade de RHA.
  • PG-7VS1 [c. meados dos anos 1970] – versão mais barata do PG-7VS, capaz de penetrar 360 mm de profundidade de RHA.
  • GSh-7VT [c. 2013] – ogiva antibunker com munição cilíndrica de fragmentação por explosão seguida por um penetrador formado por explosão.[13]
  • OGi-7MA [ano desconhecido] – munição de fragmentação antipessoal desenvolvida para o ATGL-L búlgaro. Equivalente aprimorado ao OG-7V soviético. Compatível com o RPG-7.[14]
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Operadores

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Um mapa com operadores do RPG-7 em azul e ex-operadores em vermelho
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Um soldado búlgaro com um ATGL-L (cópia búlgara do RPG-7) equipado com uma mira reflexiva de ponto vermelho.
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Um soldado romeno com um AG-7 (RPG-7 licenciado).
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Lançador RPG-7 de fabricação iraniana, descoberto no Líbano, pelas Forças de Defesa de Israel.

Operadores não estatais

Ex-operadores

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Conflitos

Década de 1960

Década de 1970

Década de 1980

Década de 1990

Década de 2000

Década de 2010

Década de 2020

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Referências

  1. «RPG-7/RPG-7V/RPG-7VR Rocket Propelled Grenade Launcher (Multi Purpose Weapon)». Defense Update. 2006. Consultado em 23 de Janeiro de 2011. Arquivado do original em 8 de junho de 2011
  2. «RPG-7 antitank grenade launcher (USSR / Russia)». Modernfirearms.net. Consultado em 20 de julho de 2017
  3. (U.S.), Infantry School; School, United States Army Infantry; Office, United States Army Infantry School Editorial and Pictorial; Dept, United States Army Infantry School Book (3 de outubro de 1998). «Infantry». U.S. Army Infantry School via Google Books
  4. Grillo, Ioan (25 de outubro de 2012). «Mexico's Drug Lords Ramp Up Their Arsenals with RPGs». Time. Cópia arquivada em 6 de abril de 2013 via world.time.com
  5. Наставление по стрелковому делу. Ручной противотанковый гранатомёт (РПГ-7 и РПГ-7Д). Moscow: Military Publishing House of the USSR Ministry of Defense. 1967. p. 1,29
  6. A. Lovi, V. Korenkov, V. Bazilevich, V. Korablin. Domestic Anti-Tank Grenade Launcher Systems. [S.l.: s.n.]
  7. Jones, Richard D. Jane's Infantry Weapons 2009/2010. Jane's Information Group; 35 edition (27 January 2009). ISBN 978-0-7106-2869-5.
  8. Gore, Patrick Wilson (2008). 'Tis Some Poor Fellow's Skull: Post-Soviet Warfare in the Southern Caucasus. [S.l.]: iUniverse. p. 60. ISBN 9780595486793. RPG-7 karabagh.
  9. Rottman, Gordon L. (2010). The Rocket Propelled Grenade. Col: Weapon 2. [S.l.]: Osprey Publishing. ISBN 978-1-84908-153-5
  10. Lugosi, József (2008). «Gyalogsági fegyverek 1868–2008». In: Lugosi, József; Markó, György. Hazánk dicsőségére: 160 éves a Magyar Honvédség. Budapest: Zrínyi Kiadó. p. 389. ISBN 978-963-327-461-3
  11. Katz, Samuel (1986) Israeli Defence Forces Since 1973. Osprey ISBN 0-85045-687-8
  12. Vines, Alex (março de 1998). «Disarmament in Mozambique». Journal of Southern African Studies. 24 (1): 191–205. JSTOR 2637453. doi:10.1080/03057079808708572
  13. «IDEAS 2012». Small Arms Defense Journal. 6 (3). 5 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 2 de junho de 2017
  14. «IDEAS 2016—Pakistan». Small Arms Defense Journal. 9 (4). 13 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 23 de outubro de 2017
  15. Alpers, Philip (2010). Karp, Aaron, ed. The Politics of Destroying Surplus Small Arms: Inconspicuous Disarmament. Abingdon-on-Thames: Routledge Books. pp. 168–169. ISBN 978-0-415-49461-8
  16. «Philippines starts transition to RPG-7 infantry rocket launchers». Asia Pacific Defense Journal. 31 de janeiro de 2019
  17. Ignacio Fuente Cobo; Fernando M. Mariño Menéndez (2006). El conflicto del Sahara occidental (PDF). [S.l.]: Ministerio de Defensa de España & Universidad Carlos III de Madrid. p. 78. ISBN 84-9781-253-0
  18. «LTTE's Rare Infantry Weapons». srilankaguardian.org. 17 de novembro de 2007
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