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Macaco-prego-de-crista

espécie de mamífero Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Macaco-prego-de-crista
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Macaco-prego-de-crista, mico-topetudo ou capuchinho-de-crista (nome científico: Sapajus robustus) é um primata da família dos cebídeos (Cebidae), atualmente em perigo de extinção, que reside na Mata Atlântica, mais especificamente nos seguintes estados: Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Vive em grupos, com a presença de machos e fêmeas, sendo um dos machos o macho-alfa, o qual é uma espécie de líder do grupo, possui um sistema poligâmico e, em relação a sua dieta, pode-se observar que é diversicada, definido-se como um bicho onívoro.[1][3]

Factos rápidos Estado de conservação, Classificação científica ...
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Etimologia

O termo macaco-prego-de-crista deu-se porque o animal possui o pênis em formato de prego quando está ereto[4] e por possuir um topete com os pelos longos, erguidos e convergentes na linha mediana do corpo.[3] Pode-se encontrar em algumas literaturas a expressão "Cebus robustus" para se referir a esse bicho, pois, antigamente, Cebus era o nome dado ao gênero dos macacos-prego, sendo essa uma palavra de origem grega, kêbos, que significa macaco com longa cauda;[5] a palavra Sapajus, atualmente usada, é uma versão em latim de uma palavra originada do tupi para se referir a esses animais.[6]

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Taxonomia

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No passado, o gênero Sapajus não era reconhecido ainda, tendo em vista que diversas espécies de primatas neotropicais eram acomodadas em apenas um gênero: Cebus. Nos dias atuais, após diversos estudos e diversas pesquisas, os animais sem o tufo continuaram sendo consideradas como Cebus e aqueles com tufo: Sapajus, possuindo oito espécies em seu grupo: S. robustos, S. nigritus, S. flavius, S. apella, S. macrocephalus, S. xanthosternos, S. cay e S. libidinosus. Alguns estudos recentes indicam que o ancestral comum que originou esses dois gêneros seria da Amazônia, portanto, após o estabelecimento do Rio Amazonas, eles se dividiram da seguinte maneira: a população que antecedeu Cebus ficaram nas Guianas e a população que antecedeu Sapajus permaneceram no Brasil, residindo na Mata Atlântica.[7]

Nos anos quarenta, o S. robustus, o qual até então era C. robustus, já era considerado por alguns pesquisadores como uma espécie válida, porém, por muitas décadas, ocorreu-se diversos questionamentos e estudos contrários sugerindo que esse animal era uma subespécie do C. apella ou, até mesmo, do C. nigritus. No início do século vinte e um, a espécie foi revalidada e C. robustus passou a ser considerado como tal.[3]

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Ecologia e descrição

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Apesar de não haver muitos estudos a respeito da ecologia do mico-topetudo, entende-se que eles vivem em grupos, tanto machos quanto fêmeas, considerados médios, com, no máximo, 30 indivíduos; além disso, esses grupos vivem uma hierárquia que pode não seguir um padrão, mas esse modo de viver diz respeito à existência de um macho-alfa, o qual tem as seguintes responsabilidades: controlar os alimentos, defender o grupo e o acasalamento. De um modo geral, analisando o gênero Sapajus como um todo, pode-se observar que são animais diurnos, são flexíveis quando se trata dos seus habitats, porém, buscam por locais com maior disponibilidade de alimentos.[3][8]

Eles medem, em média, 44 centímetros, uma vez que os machos tendem a ser maiores que as fêmeas, e podem chegar até 3,5 quilogramas. Possuem uma cauda, considerada grande, que mede volta de 50 centímetros. A respeito de sua pelagem, é um animal que possui os pelos longos, da cor marrom-avermelhada por quase todo o corpo, variando os tons nos lados externos nos lados externos dos membros, e, na região da cabeça, possui um topete alto.[9][10]

Dieta

Em geral, os macacos do gênero Sapajus tanto de matéria vegetal quanto de matéria animal, ou seja, são onívoros, sendo sua alimentação bastante variada, contendo frutos e pequenos mamíferos, por exemplo. Os macacos-prego-de-crista, em específico, alimentam-se de frutos nativos e de frutos exóticos, exemplos desses respectivamente são: cajá-mirim e manga, além disso, em sua dieta pode-se observar, também, a presença de caules, flores, anfíbios e sementes, entre outros.[10]

Reprodução e comportamento sexual

Existem poucos estudos relacionados à reprodução e ao comportamento desse animal, portanto, sabe-se que seu modo de acasalamento é poligâmico, ou seja, no período de reprodução esses micos mantêm mais de um vínculo sexual, além disso, o intervalo entre os nascimentos dura cerca de dois anos. Sobre a maturidade sexual da espécie, sabe-se apenas sobre as fêmeas, as quais chegam a essa fase após quatro anos de vida.[8]

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Distribuição Geográfica e habitat

É um animal que reside apenas no Brasil, especificamente na Mata Atlântica. Distribui-se nos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais; de acordo com seus limites geográficos, está presente pelo nordeste, noroeste e oeste do Rio Jequitinhonha (Bahia e Minas Gerais), além disso, está na Serra do Espinhaço e no Rio Suaçuí (ambos em Minas Gerais) pelo sentido sudoeste e pelo sentido sudeste está presente no Rio Doce (Minas Gerais e Espírito Santo). Habita em florestas ombrófilas, as quais caracterizam-se pelas chuvas frequentes e pela vegetação de folhas largas e estão presentes na Mata Atlântica, porém é um animal que se adapta a diversos ambientes.[1]

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Conservação

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Apesar de ter uma longevidade, considerada longa, podendo chegar a, aproximadamente, 50 anos em cativeiro, o macaco-prego-de-crista tem baixos números de natalidade e, comparativamente, altos índices de mortalidade, o que contribui para que a espécie esteja entre as dez espécies mais ameaçadas no bioma em que reside e o terceiro da família Cebidae no Brasil em perigo de extinção. Algumas outras ameaças a esses animais são: o desmatamento, a caça, a captura deles e a extração de madeira.[3][10]

Acredita-se que o tamanho da população atual seja de 14 400 animais, porém não se sabe quantos são maduros, a espécie também vem sofrendo um declínio nos últimos quarenta e oito anos, sendo considerada pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) como uma espécie em perigo, o que significa que a espécie está enfrentando um risco muito alto de extinção.[1][10] Também foi registrado, em 2005, como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[2] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[11] em 2014, como em perigo na Portaria MMA N.º 444 de 17 de dezembro de 2014;[12] em 2017 como em perigo na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[13][14] e em 2018, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[15]

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Referências

  1. Martins, W. P.; de Melo, F. R.; Kierulff, M. C. M.; Mittermeier, R. A.; Lynch Alfaro, J. W.; Jerusalinsky, L. (2021). «Crested Capuchin - Sapajus robustus». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T42697A192592444. doi:10.2305/IUCN.UK.2021-1.RLTS.T42697A192592444.en. Consultado em 17 de julho de 2021
  2. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
  3. Mascarello Graciano, Jéssica; Forzza Silva, Thais; Pereira Ribeiro, Juliane; Colombo Ferreguetti, Atilla (1 de dezembro de 2017). «Densidade populacional do macaco-prego sapajus nigritus goldfuss, 1809 na reserva biológica de duas bocas, Cariacica, es, Brasil». Coletânea de anais da Jornada Científica Faesa (1): 211–214. doi:10.5008/978-85-61299-04-0/044. Consultado em 8 de dezembro de 2021
  4. Anderson, James R. (10 de maio de 2005). Fragaszy, Dorothy M.; Visalberghi, Elisabetta; Fedigan, Linda M., eds. «The complete capuchin: the biology of the genus Cebus». Primates (3): 223–224. ISSN 0032-8332. doi:10.1007/s10329-005-0129-9. Consultado em 8 de dezembro de 2021
  5. Barbosa, Alessandra Andrade França. «Dicionário ilustrado de conservação de documentos gráficos». Consultado em 8 de dezembro de 2021
  6. Hirvela, Alan; Cobuild, Collins (1998). «Collins COBUILD New Student's Dictionary». The Modern Language Journal (4). 597 páginas. doi:10.2307/330241. Consultado em 8 de dezembro de 2021
  7. Liebsch, Dieter; Mikich, Sandra Bos (30 de junho de 2015). «PRIMEIRO REGISTRO DE DESCASCAMENTO DE Eucalyptus spp. POR MACACOS-PREGO (Sapajus nigritus, PRIMATES: CEBIDAE)». Ciência Florestal (2). ISSN 1980-5098. doi:10.5902/1980509818469. Consultado em 29 de novembro de 2021
  8. «Macaco-Prego-De-Crista: Características, Nome Cientifico E Fotos | Mundo Ecologia». 28 de outubro de 2019. Consultado em 4 de dezembro de 2021
  9. Santos, Patrícia (2016). «Consumo de frutos exóticos na dieta de um grupo de macaco-prego-de-crista, Sapajus robustus (Primates, Cebidae) na Reserva Natural Vale» (PDF). Universidade Estadual de Montes Claros. Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências Biológicas: 2-3. Consultado em 7 de dezembro de 2021
  10. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022
  11. «Sapajus robustus (Kuhl, 1820)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 24 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022
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