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Segunda Crise do Estreito de Taiwan

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Segunda Crise do Estreito de Taiwan
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A Segunda Crise do Estreito de Taiwan (também conhecida como Crise do Estreito de Taiwan de 1958) foi um conflito ocorrido entre os governos da República Popular da China (China comunista) e a República da China (Taiwan) em que a República Popular da China bombardeia as ilhas de Quemoy e Matsu no Estreito de Taiwan, na tentativa de tomá-las da República da China. Esta situação, continuou por 44 dias e custou cerca de 1 000 vidas. Foi uma continuação da Primeira Crise do Estreito de Taiwan, que teve início imediatamente após a Guerra da Coreia.

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História

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Lockheed F-104 of the 83rd Fighter Interceptor Squadron at Taoyuan Air Base in September 1958.

De novembro de 1954 a maio de 1955, a Primeira Crise do Estreito de Taiwan ocorre entre a China comunista e a República da China Nacionalista refugiada em Taiwan em decorrência da guerra civil chinesa. Pequim conseguiu capturar duas das ilhas próximas à costa que ainda estavam sob controle nacionalista, mas foi impedida pela ameaça de intervenção militar por parte dos Estados Unidos.[1]

A segunda crise começou em 23 de agosto de 1958, quando a artilharia do Exército de Libertação Popular passou a bombardear as ilhas de Quemoy e Matsu no Estreito de Taiwan e ameaçar lançar uma invasão. Mao Tse Tung não queria que a questão de Taiwan permanecesse nas sombras, pretendendo protestar contra o contínuo apoio dos Estados Unidos à República da China (Taiwan) e mostrar a sua independência da União Soviética.[2] Esses ataques causam a implantação da Sétima Frota dos Estados Unidos no Estreito. Depois de algumas semanas críticas, durante o qual as ilhas ficaram em sério risco, os estadunidenses conseguiram estabelecer uma linha de abastecimento em Quemoy, incluindo desembarque aberto, entre outros, de artilharia que poderia lançar ogivas nucleares táticas.

A primeira fase de bombardeios durou semanas, depois houve uma pausa e os bombardeios foram retomados por 29 dias, nos últimos dias adotou-se o padrão de efetuar bombardeios apenas nos dias ímpares, manobra que Mao descreveu como um ato de batalha política.[3]

O conflito, que resultou em cerca de 1 000 mortos e feridos,[4] terminou com um cessar-fogo entre as partes beligerantes, mas os bombardeios continuaram de forma intermitente por mais de uma década.[1]

No início da crise, Mao Tsé-Tung afirmou que tais bombardeios seriam uma resposta chinesa à intervenção norte-americana no Líbano (Crise do Líbano de 1958), uma atitude que demonstraria sua oposição à política de coexistência pacífica sustentada pela União Soviética na época. Por outro lado, em 5 de setembro, Zhou Enlai afirmou que o objetivo de Pequim seria a retomada das conversações entre a China e os Estados Unidos ao nível de embaixadores, ou seja, seria uma resposta ao rebaixamento do caráter daquelas negociações,[5] em 1957, que ocorriam em Genebra desde o final da Primeira Crise do Estreito de Taiwan, em 1954. No dia seguinte, o Embaixador dos EUA em Varsóvia foi indicado para representar os EUA na retomada do diálogo.[6]

Ao final da crise, Mao Tsé-Tung declarou:

Lutamos nessa campanha, que tornou os Estados Unidos dispostos a conversar. Os Estados Unidos nos abriram as suas portas. A situação não parece ser nada boa para eles, e vão se sentir nervosos da sim dia não se não mantiverem um canal de diálogo conosco a partir de agora. Ok, então vamos conversar. Em relação à situação geral, é melhor resolver as disputas com os Estados Unidos por meio de conversa ou por meios pacíficos, porque somos um povo amante da paz.

[7]

Outra consequência da crise, foi o aprofundamento da ruptura sino-soviética, pois a União Soviética:

  1. pouco depois da crise, suspendeu a cooperação nuclear com Pequim;
  2. em junho de 1959, revogou a promessa de fornecer tecnologia necessária para a construção de uma bomba atômica pela China;
  3. em 1960, ordenou a saída de todos os seus especialistas estabelecidos na China e cancelou os projetos de cooperação técnica.[8]
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Ver também

Referências

  1. «The Taiwan Straits Crises: 1954–55 and 1958». Office of the Historian, Bureau of Public Affairs, United States Department of State.
  2. KISSINGER, Henry, Sobre a China, p 178.
  3. KISSINGER, Henry, Sobre a China, p 180.
  4. Que deixaram de ser realizadas entre embaixadores e passaram a ser realizadas entre os primeiros-secretários de embaixadas. Tal rebaixamento era relevante pois foi um retrocesso no caráter das conversações que inicialmente eram travadas por meros funcionários consulares, mas depois passaram a ser travadas por embaixadores, que são tecnicamente representantes pessoais do Chefe de Estado e contam com maior influência. Tal rebaixamento também conduziu a uma suspensão daquelas negociações (cf. KISSINGER, Henry, Sobre a China, p 167-168).
  5. KISSINGER, Henry, Sobre a China, p 164,168,178-181.
  6. KISSINGER, Henry, Sobre a China, p 184.
  7. KISSINGER, Henry, Sobre a China, p. 185.

Fontes

Bibliografia

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