Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto

Strange Fruit

Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Remove ads

"Strange Fruit" é uma canção cuja versão mais famosa é a de Billie Holiday. Condenando o racismo americano, especialmente o linchamento de afro-americanos que ocorreu principalmente no Sul dos Estados Unidos mas também aconteceu em outras regiões do país. A versão de Holiday foi colocada na lista do Hall da Fama do Grammy em 1978[1]. Também foi incluída na lista de canções do século da Recording Industry of America e da National Endowment for the Arts.

Factos rápidos Single de Billie Holiday ...
Remove ads

Autoria

Resumir
Perspectiva

"Strange Fruit" foi composta como um poema, escrito por Abel Meeropol (um professor judeu de colégio do Bronx), sobre o linchamento de dois homens negros. Ele a publicou sob o pseudônimo de Lewis Allan[2].

Meeropol e sua esposa adotaram, em 1957, Robert e Michael, filhos de Julius e Ethel Rosenberg, acusados e condenados por espionagem e executados pelo governo dos Estados Unidos[3].

Meeropol escreveu "Strange Fruit" para expressar seu horror com os linchamentos, possivelmente após ter visto a fotografia de Lawrence Beitler do linchamento de Thomas Shipp e Abram Smith em Marion, Indiana, ocorrido em 7 de agosto de 1930. Ele publicou o poema em 1936, em The New York Teacher, uma publicação sindical. Embora Meeropol/Allan tenha sido frequentemente convidado por outros (nomeadamente por Earl Robinson) para musicar seu poema, só após algum tempo ele musicou Strange Fruit. A canção teve algum sucesso como canção de protesto na região de Nova Iorque. Meeropol, sua esposa e a vocalista negra Laura Duncan apresentaram-na no Madison Square Garden[4]. Barney Josephson, o fundador do Cafe Society em Greenwich Village, a primeira casa noturna integrada da cidade, ouviu a canção e a apresentou a Billie Holiday. Holiday cantou a música pela primeira vez no Cafe Society em 1939. Ela disse que cantá-la fazia-a ter medo de retaliações. Holiday mais tarde disse que as imagens de "Strange Fruit" lembravam-na de seu pai, isto fez com que ela continuasse a cantar a música. A canção tornou-se parte regular das apresentações ao vivo de Holiday[5].

Holiday se aproximou de sua gravadora, a Columbia Records, para gravar a canção. Mas a Columbia, temendo a repercussão das lojas de discos no sul, assim como a possível reação negativa de rádios afiliadas à CBS, recusou-se a gravar a canção[6]. Mesmo o grande produtor da Columbia, John Hammond, recusou-se também. Decepcionada, ela procurou seu amigo Milt Gabler (tio do comediante Billy Crystal), cuja selo, a Commodore Records, gravava músicas de jazz alternativo. Holiday cantou para ele "Strange Fruit" a cappella e a canção comoveu Gabler ao ponto de fazê-lo chorar. Em 1939, Gabler fez um arranjo especial com a Vocalion Records para gravar e distribuir a canção[7] e a Columbia permitiu a realização de uma sessão fora do contrato para poder gravar a música.

"Strange Fruit" foi altamente considerada. Na época, tornou-se o maior sucesso de vendas de Billie Holiday. Em sua autobiografia, Lady Sings the Blues, Holiday sugeriu que ela, junto com Lewis Allan, seu acompanhante Sonny White e o arranjador Danny Mendelsohn, musicaram o poema. Quando interrogada, Holiday - cuja autobiografia fora escrita pelo ghost-writer William Dufty - dizia, "Eu nunca li aquele livro"[8].

Mais informação Inglês, Português (Brasil) ...
Remove ads

Impacto

Barney Josephson reconheceu o impacto da canção e insistiu para que Holiday encerrasse suas apresentações com ela. Quando a canção estava para começar, os garçons paravam de servir as mesas, todas as luzes se apagavam e um único foco de luz iluminava Holiday no palco. Durante a introdução musical, Holiday ficava com seus olhos fechados, como se evocando uma oração. Numerosos outros cantores também fizeram versões da canção. Em outubro de 1939, Samuel Grafton do The New York Post assim descreveu "Strange Fruit": "Se a ira dos explorados já foi além do suportável no Sul, agora há a sua Marseillaise."

Em dezembro de 1999, a revista Time deu a "Strange Fruit" o título de canção do Século[9].

Em 2002, a Biblioteca do Congresso colocou a canção dentre as 50 que seriam adicionadas ao National Recording Registry.

Remove ads

Versões

Referências

  1. David Margolick, Strange Fruit: Billie Holiday, Café Society, and an Early Cry for Civil Rights (Philadelphia: Running Press, 2000), pp. 25-27.
  2. Robin Shulman: Rosenberg Sons Say Father Was Guilty, Mother Was Framed. Washington Post, September 23, 2008.
  3. Margolick, Strange Fruit, pp. 36-37.
  4. Margolick, Strange Fruit, pp. 40-46.
  5. Margolick, Strange Fruit, pp. 61-62.
  6. Billy Chrystal, "700 Sundays", pp. 46-47.
  7. Margolick, Strange Fruit, pp. 31-32.
  8. Billy Crystal, "700 Sundays", pp. 47
Remove ads

Referências bibliográficas (em inglês)

Ligações externas

Loading related searches...

Wikiwand - on

Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

Remove ads