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Sublime (estética)

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Sublime (estética)
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O termo sublime (do latim sublimis, "que se eleva" ou "que se sustenta no ar"[1][2]) entrou em uso no século XVIII, para indicar uma nova categoria estética, que se distinguia do belo e do pitoresco. O sublime provoca reações estéticas na qual a sensibilidade se volta para aspectos extraordinários e grandiosos da natureza, considerada um ambiente hostil e misterioso, que desenvolve no indivíduo um sentido de solidão.

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Caspar David Friedrich, O errante sobre o mar de névoa, 1818
(Kunsthalle de Hamburgo).
Artistas românticos do século XIX usaram as manifestações das forças da natureza como expressão do sublime.

O termo foi inicialmente empregado na retórica e na poesia, passando a ter aceitação mais ampla após 1674, quando foi publicada a tradução francesa de Nicolas Boileau do Tratado sobre o sublime, escrito no final do século I ou no século III, por um anônimo designado pelos modernos como Pseudo-Longino.

Como conceito estético, o sublime designa algo de extrema amplitude ou extraordinária força que transcende o belo. Está ligado ao sentimento de inacessibilidade diante do incomensurável. Como tal, o sublime provoca espanto, inspirado pelo medo ou respeito. O sentimento do sublime surge quando o que é percebido pelos sentidos não pode ser apreendido em conceitos, ou seja, excede o que é concebível. A tarefa da arte seria representar esse inconcebível.[3]

Na transição do neoclassicismo para o romantismo, o conceito de sublime ocupará um lugar central na estética do século XVIII.[4]

Edmund Burke e, posteriormente, Kant defendem que a beleza não é o único valor estético. Diante de uma tempestade ou de uma sinfonia de Beethoven, o sentimento seria o de sublime, mais que de belo. Nascido da vontade de exprimir o inexprimível, o gosto pelo sublime prevalece sobre o gosto pelo belo. Pode-se ligar a reflexão desses autores ao desenvolvimento do pré-romantismo, a partir de meados do século XVIII.

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Referências

  1. Enciclopédia Itaú Cultural - Artes Visuais. "Sublime" (definição).
  2. Cf. SAINT GIRONS, Baldine: "Sublime (subst.), sublime(adj.)". In Vocabulaire européen des philosophies : dictionnaire des intraduisibles, dir. Barbara Cassin, Seuil, 2004 ISBN 2-02-030730-8, p. 1231. Ver também Sublime na base do Centre national de ressources textuelles et lexicales.
  3. (em francês) LYOTARD, Jean-François. "Réponse à la question : Qu'est-ce que le postmoderne ?" In Le postmoderne expliqué aux enfants - Correspondance 1982-1985. Paris: Editions Galilée, 1985.
  4. CEIA, Carlos. E-Dicionário de Termos literários: "sublime"
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Bibliografia

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