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Talixes
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Os talixes (Tolışon ou تالشان), são um grupo étnico iraniano, com a maioria residindo no Azerbaijão e uma minoria no Irã.[8] São o povo indígena de Talixe, uma região na margem ocidental do mar Cáspio compartilhada entre o Azerbaijão e o Irã.[9] A principal cidade dos talixes e de sua terra natal é Lenquerã,[8] cuja população é majoritariamente etnicamente talixe. Eles falam a língua talixe, uma das línguas iranianas do ramo noroeste.[8] A maioria dos talixes no Azerbaijão é muçulmana xiita,[8] e no Irã, sunita.[5][6][7] Eles são famosos por sua longevidade e pelo centenarismo.[10][11]
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Origens
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Perspectiva
Os talixes habitam tradicionalmente a região de Talixe,[a] na parte sudoeste do mar Cáspio, que geralmente é considerado estender-se por mais de 150 quilômetros. Atualmente, a parte setentrional de Talixe situa-se no Azerbaijão, abrangendo os distritos de Lenquerã, Astara, Lerique, Massali e Iardenle.[12] Dentro desses cinco distritos existem mais de 350 aldeias e cidades talixes.[13] A parte meridional de Talixe abrange a porção ocidental da província de Guilão do Irã,[12] estendendo-se até a aldeia de Capurchal.[14] O centro mais importante dos talixes e de sua pátria étnica é a cidade de Lenquerã,[8][15] cuja população é majoritariamente etnicamente talixe.[13][16][17]
É difícil determinar a origem dos talixes, pois pouco se sabe sobre eles antes da era moderna. Como ocorre com outros etnônimos, o nome Tāliš não pode ser estabelecido com certeza. Ele aparece em fontes árabes antigas como Ataliassã (at-Țaylasān).[12] Segundo Atabari (m. 923): “Nas montanhas que cercam o Azerbaijão costumavam viver povos como os gueles e os ataliassãs, que não obedeciam aos árabes e preservavam sua liberdade e independência”.[18] Em persa, são chamados Țālišān e Țavāliš, ambas formas plurais de Tāliš.[12] A transliteração nativa de Tāliš surge pela primeira vez no século XVI, na versão em armênio do Romance de Alexandre: “E ele relatou que é um refugiado das Portas Cáspias, perto do país de Talixe, na província de Guilão”.[6]
Especialistas talixes locais costumam afirmar que eles descendem dos cadúsios, uma tribo antiga que habitava o distrito. Segundo Garnik Asatrian e Habib Borjian: “este é um dos raros casos em que uma autoidentificação popular com um povo antigo pode ser, ao menos de forma provisória, corroborada por fundamentos históricos e linguísticos”.[19] O iranólogo Richard N. Frye acreditava que os talixes possivelmente descendem dos cadúsios.[20]
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História
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Perspectiva
Período moderno inicial
Império Safávida

Talixe esteve tradicionalmente associado tanto ao Guilão quanto a Mugã, especialmente a Ardabil, o centro desta última, que parece ter compartilhado um vínculo linguístico e étnico semelhante ao de Talixe antes da turquificação do Azerbaijão iraniano. Essa conexão ainda era perceptível na época dos primeiros safávidas, que descendiam de Safiadim de Ardabil (m. 1334), discípulo de Zaede Guilani (m. 1301), de provável origem talixe. Dois dos quatro mestres sufis do primeiro monarca safávida, Ismail I (r. 1501–1524), traziam o epíteto “Talixi”.[6] Outras figuras com o mesmo epíteto serviram como funcionários governamentais sob os safávidas e seus sucessores.[6] Vários chefes talixes estiveram entre os primeiros apoiadores dos safávidas, que lhes concederam o governo de Astara,[21] então parte da província do Azerbaijão.[22] O governador de Astara era também conhecido como aqueme (governador) de Talixe, o que indica que Astara era a capital do distrito. A partir de 1539, o governo de Astara passou a ser exercido hereditariamente pela família de Baiandor Cã Talixe.[22]
Talixe era composto por diversos feudos, que por vezes eram concedidos a emires distintos do governador de Talixe. Por exemplo, Maomé Cã Torquemane recebeu o controle de vários feudos em Talixe e Mugã em 1586.[22] Mais tarde, em 1684, Saficoli Cã foi um dos oficiais que controlavam Lenquerã, e Hoceine foi outro. Enquanto isso, o governador (não nomeado) de Talixe residia em Ardabil.[23] Os xás (reis) safávidas do Irã tentaram controlar os chefes talixes locais subordinando-os a funcionários obedientes. No entanto, apesar de sua estratégia de centralização, a administração safávida não conseguiu eliminar a autonomia local na Transcaucásia.[24] Oficialmente, os chefes locais não eram senhores hereditários, mas funcionários cujo estatuto era reconhecido por um firmã (edito) real, que na prática representava a aceitação de sua autonomia local. A sucessão familiar dos chefes deu origem a dinastias que dominaram os assuntos locais e buscaram consolidar sua influência sempre que o governo central enfraquecia.[24]
Durante o declínio do domínio safávida no início do século XVIII, líderes talixes tentaram estabelecer principados autônomos.[24] Durante a invasão russa do Irã, o povo de Talixe ofereceu-se voluntariamente para lutar pelo monarca safávida Tamaspe II (r. 1722–1732). Este, porém, não conseguiu fornecer-lhes apoio militar ou material; tudo o que pôde fazer foi conceder-lhes uma permissão ineficaz que lhes permitia arrecadar os impostos de Raste.[25] Em 1723, russos e otomanos concordaram em dividir entre si o norte e o oeste do Irã.[26] Enquanto as províncias do Cáspio estavam sob controle russo, um dos líderes locais, Mir-Abbas Beg, que afirmava ser um saíde (descendente do profeta islâmico Maomé), colaborou com o comandante russo Mikhail Matyushkin.[24] Ao final de 1735, a reconquista do norte e do oeste do Irã foi concluída, liderada pelo comandante militar iraniano Nader.[27] Foi também nesse período que ele passou a mirar o trono, acreditando que suas campanhas haviam estabilizado o país e lhe garantido fama suficiente. Em 8 de março de 1736, foi coroado o novo xá do Irã, marcando o início do Império Afexárida.[28]
Império Afexárida e Império Zande

Mir Abas Begue manteve suas relações com os russos mesmo após a retirada destes do Irã. Para demonstrar sua lealdade a Nader Xá, enviou seu filho Jamaladim Cã como refém à corte. Em razão de sua tez escura, Jamaladim ganhou o apelido de Cara (“o Negro”) Begue. Ascendeu a cargos importantes no exército de Nader Xá e recebeu a incumbência de reprimir a revolta de Calbe Huceine Begue no sul de Talixe, em 1744.[24] O assassinato de Nader Xá, em 1747, levou à fragmentação de seu império; à semelhança de outros governantes do Cáucaso Meridional, Jamaladim (que sucedera o pai) estabeleceu-se como governante semiautônomo, marcando o início do Canato de Talixe, que tinha Lenquerã como capital.[29] Um canato era um tipo de unidade administrativa governada por um governante hereditário ou nomeado, sujeito à autoridade iraniana. O título do governante era beilerbei ou cã, equivalente ao posto otomano de paxá.[30] Os canatos continuavam a ser vistos como dependências iranianas mesmo quando os xás no Irã continental careciam de poder para impor sua autoridade na região.[31][32]
Jamaladim preservou a correspondência de seu pai com a Rússia, enviando uma carta à imperatriz Catarina II (r. 1762–1796) na qual lhe jurava lealdade e oferecia às tropas russas acesso a seus domínios. O governante iraniano do Império Zande, Carim Cã Zande (r. 1751–1779), foi informado disso por Zorabe Begue, um dos notáveis de Talixe. Como resultado, Jamaladim foi enviado para uma prisão em Xiraz, a capital zande. Carim Cã logo reverteu sua decisão ao descobrir que Zorabe Begue havia firmado um acordo com seu rival Hedaite Alá Cã, governante de Guilão.[29] Jamaladim foi, assim, restituído a Talixe como seu governador, recebendo o título de cã.[21] Após destruir o exército de Zorabe e tomar o controle de Ulufe e Dastevande, Jamaladim voltou sua atenção para Astara. Capturou e matou seu governante, Xojadim, mas não conseguiu estabelecer seu domínio em Astara, pois a cidade foi concedida ao filho de Xojadim por Carim Cã, numa tentativa de restringir a autoridade de Jamaladim. Este, contudo, conseguiu conquistar várias localidades em Talixe e obter o controle da maior parte da região.[29]
Após firmar a paz com Hedaiate Alá Cã em 1767, Carim Cã confirmou este último como governante de Guilão. No ano seguinte, Hedaiate Alá Cã lançou um ataque contra Talixe, derrotando e capturando Jamaladim, que foi aprisionado em Raste.[29] Em seguida, instalou o filho de Jamaladim, Mir Ascar Begue, como governador de Talixe.[21] Em 1772, Jamaladim escapou da prisão e retornou a Talixe.[29] Em 1784, o Canato de Talixe foi atacado por Fate Ali Cã de Guba, o cã mais poderoso do Cáucaso. Ele fez de Jamaladim seu vassalo e também o manteve preso em Bacu. Contudo, sob pressão da Rússia, Jamaladim foi logo libertado.[33] Em 1786, Jamaladim morreu e foi sucedido por seu filho Mir Mustafá Cã.[34]
Império Cajar
Após a morte de Fate Ali Cã, em 1789, Mir Mustafá conseguiu governar com maior autonomia. Contudo, logo surgiu uma nova ameaça. Desde a morte de Carim Cã, em 1779, Aga Maomé Cã Cajar do Império Cajar vinha tentando restabelecer o império iraniano sob seu próprio domínio.[34] Ele enviou cartas ameaçadoras aos cãs que haviam estabelecido vínculos com a Rússia, numa tentativa de reafirmar a supremacia iraniana sobre os distritos fronteiriços.[35] Em 1791, Aga Maomé Cã saqueou Talixe, mas não conseguiu subjugá-la.[36]
No verão de 1795, Aga Maomé Cã estava preparado para restaurar o domínio iraniano no sudeste do Cáucaso. Seus 60 mil soldados, compostos sobretudo por cavalaria, avançaram para a região nesse mesmo verão. Os primeiros meses foram dedicados por Aga Maomé Cã a obter a submissão dos governantes muçulmanos locais. Mir Mustafá e dois outros cãs (Ibraim Calil Cã do Canato de Carabaque e Maomé Cã Cajar do Canato de Erevã) entraram em correspondência com os russos, que lhes deram esperança de que poderiam derrotar as forças iranianas. Heráclio II também entrou em contato com os russos, solicitando auxílio contra a invasão iminente. Aga Maomé Cã voltou inicialmente sua atenção para Talixe; 10 mil soldados, liderados por Mustafá Cã Cajar, foram enviados para Talixe, que rapidamente se submeteu.[37]
Período moderno
Império Russo
A Rússia seguiu de forma mais ou menos aberta uma política destinada a libertar suas terras recém-conquistadas da influência do Irã. Com isso, o governo russo ajudou a criar e difundir uma nova identidade túrquica que, em contraste com a anterior, se baseava em princípios seculares, sobretudo na língua comum. Como resultado, muitos habitantes de língua iraniana do que viria a ser a futura República do Azerbaijão passaram, à época, a ocultar sua ascendência iraniana ou a sofrer um processo progressivo de assimilação.[5] No século XIX, houve uma migração de talixes em direção ao norte da atual República do Azerbaijão, em busca de trabalho na indústria petrolífera e na pesca. Como consequência, vários assentamentos de língua talixe continuam a existir desde então na península de Abexerom, em especial em Bacu, bem como uma expressiva comunidade talixe em Sungaite.[38]
União Soviética
Talixe era uma região economicamente importante para a União Soviética, pois fornecia uma ampla variedade de produtos, incluindo frutas, legumes, chá, grãos e carne. A base militar em Lenquerã, localizada perto da fronteira com o Irã, estava entre as maiores do Cáucaso.[39] No início do período soviético, existiam escolas secundárias talixes, um jornal chamado Talixe Vermelho e vários livros em língua talixe publicados; porém, ao final da década de 1930 essas escolas foram fechadas e a identidade talixe deixou de ser reconhecida nas estatísticas oficiais, sendo os talixes classificados como “azerbaijanos”. Os talixe, com sua identidade e língua, sofreram forte repressão na República Socialista Soviética do Azerbaijão.[38][40][41] Como muitos outros povos da república, como os tates e os curdos, os talixes foram submetidos à assimilação forçada pelas autoridades azerbaijanas.[42][43][44][45]
O censo de 1939 afirmava que os talixes constituíam a quinta maior comunidade nacional da RSS do Azerbaijão, depois de azerbaijanos, russos, armênios e lezguianos, totalizando 87 510 pessoas. No entanto, segundo o censo de 1959, a população talixe da república era de apenas 85 indivíduos. A explicação oficial das autoridades para o quase completo desaparecimento de milhares de talixe nesse censo foi que “os talixes voluntariamente e em massa se autodeclararam azerbaijanos aos recenseadores”.[46] Em seu livro, Krista Goff demonstra, com base em documentação, que a Administração Central de Estatística em Moscou planejava incluir uma categoria de nacionalidade talixe no censo de 1959, mas essa categoria foi excluída durante o processo de coleta e divulgação do censo no próprio Azerbaijão.[47]
A liderança da RSS do Azerbaijão utilizou os dados censitários manipulados na etnografia soviética, criando uma narrativa sobre a “assimilação voluntária e completa” dos talixes, afirmando que ela teria ocorrido “naturalmente ao longo do tempo, e não por manipulações artificiais das comunidades e identificações minoritárias”.[48] Em seguida, produziu-se um grande volume de material enciclopédico, etnográfico, linguístico, histórico-geográfico e de outros tipos que desenvolveu e reproduziu narrativas destinadas a justificar o “apagamento” nacional dos talixes e a fortalecer o mito oficial de sua “assimilação voluntária”. Etnógrafos soviéticos enfatizavam suas características comuns de cultura e modo de vida com os azerbaijanos e apresentavam a “assimilação” dos talixes iranófonos pelos azerbaijanos turcófonos como uma “impressionante conquista” do Estado soviético, um “progresso etno-histórico”.[49] Assim, por exemplo, a Grande Enciclopédia Soviética passou a afirmar que “na URSS, os talixes quase se fundiram com os azerbaijanos, que lhes são muito próximos em cultura material e espiritual, e por isso não foram identificados no censo de 1970”.[50] Segundo pesquisadores, “apagar” os talixes dos censos, assim como outros povos, foi uma das principais formas de aumentar a maioria “titular” azerbaijana na república e torná-la mais homogênea.[51][52]
Segundo Goff, para justificar a política de assimilação em relação às minorias não titulares, autoridades e acadêmicos azerbaijanos passaram, a partir da década de 1950, a falar cada vez mais das “supostas origens antigas e locais da nação azeri”, inserindo as minorias, inclusive os talixes, em sua história. Assim, ao enfatizar que os talixes e outros povos da RSS do Azerbaijão “descendiam da mesma população antiga” que os azerbaijanos (turcos azerbaijanos), tentaram apresentar “a formação do povo soviético azerbaijano definido como azeri” como um “processo natural, de séculos”, e não como o resultado de uma assimilação forçada, como algumas minorias alegavam.[53] Somente em 1989 a etnia talixe foi restabelecida no censo, registrando imediatamente 21 169 talixe.[54]
Essa política de assimilação exerceu grande pressão social, política e econômica sobre os talixes e sobre sua vida cotidiana, incentivando-os a “fundir-se” com a nação azerbaijana titular. Por exemplo, os talixes não podiam registrar-se como representantes da nacionalidade talixe em documentos oficiais, e os pais não podiam matricular seus filhos em escolas que ensinassem em talixe. Alguns deles apresentaram petições às autoridades para que seus direitos de serem identificados como talixe em documentos governamentais fossem reconhecidos, mas todos esses pedidos foram rejeitados até 1989. Outros, não encontrando alternativa, aceitaram a identificação azerbaijana para evitar discriminação na vida cotidiana, por exemplo ao se candidatar a um emprego. Krista Goff também cita relatos de talixes que admitiram que, devido à estigmatização de sua nacionalidade, à falta de escolas, livros e outros recursos para os talixes do Azerbaijão, bem como à ausência de quaisquer benefícios por serem talixes, preferiram a autoidentificação azerbaijana e a língua azerbaijana, chegando a temer que seus filhos pudessem enfrentar discriminação se falassem azerbaijano com sotaque talixe. Representantes dos talixes frequentemente internalizaram essas narrativas assimilacionistas sobre si mesmos, transmitidas a eles e encontradas em enciclopédias, artigos e outros materiais impressos.[55]
Em seu livro, Krista Goff apresenta entrevistas com alguns talixes: “Durante esses censos [de 1959 a 1979], ninguém nos perguntava sobre nossa nacionalidade ou autoidentificação. Os recenseadores sentavam-se no escritório regional ou da aldeia e preenchiam antecipadamente a composição nacional da população com base em ordens superiores. Depois nos pediam que preenchêssemos as outras linhas.” Os entrevistados também relataram a Goff como os recenseadores os registravam como “azerbaijanos” quando se apresentavam como talixe, e negavam a própria existência da nacionalidade talixe; além disso, ao coletar informações para o censo, os funcionários evitavam as categorias de língua materna e nacionalidade.[56] Durante a preparação dos materiais para o censo populacional de 1970, alguns etnógrafos e cartógrafos em Moscou expressaram dúvidas quanto aos dados censitários, afirmando que as autoridades censitárias azerbaijanas assimilaram artificialmente os talixes para “retratar sua região como mais etnicamente homogênea” e os azerbaijanos como “mais consolidados” do que na realidade.[47]
República do Azerbaijão
A repressão histórica da identidade e a impossibilidade de praticar sua cultura e sua língua levaram os talixes a uma autorrepressão internalizada. Isso dificulta avaliar o apoio a qualquer tipo de movimento talixe. Segundo Hema Kotecha, muitos talixes temem ser associados à separatista República Autônoma de Talixe-Mugã, à Rússia ou à Armênia caso reconheçam publicamente ou tentem falar sobre suas convicções. O medo da polícia é outro fator que contribui para esse silêncio, embora o apoio à democracia secular e sentimentos azerbaijano-talixe compartilhados em relação a Alto Carabaque também desempenhem um papel.[57] O povo talixe historicamente apresentou uma elevada taxa de natalidade,[58] e, durante a década de 2000, foi o grupo étnico que registrou a maior taxa de crescimento no Azerbaijão.[59]
A Radio Free Europe / Radio Liberty manifestou preocupação com a prisão de Novruzali Mamedov, presidente do Centro Cultural Talixe e editor-chefe do jornal Tolyshi Sado. Segundo uma entrevista do governo dos Estados Unidos com Khilal Mamedov, ativista dos direitos talixes, Mamedov “acusou a liderança azerbaijana de nacionalismo turquista e de buscar suprimir as minorias não turcomanas. Ele afirmou que a liderança do Azerbaijão procura minimizar os contatos entre as comunidades talixes do Azerbaijão e do Irã e transformar o Azerbaijão num Estado monoétnico”.[60]
O Movimento Nacional Talixe (MNT) foi formalmente criado em 2007 por líderes talixes exilados nos Países Baixos. Entre os membros da organização estão aqueles que apoiaram a República Autônoma de Talixe-Mugã, como Alikram Hummatov, o autoproclamado presidente de Talixe-Mugã. O movimento defende a criação de uma região autônoma dentro do Azerbaijão e também exige a promoção dos direitos democráticos, culturais e linguísticos de todas as minorias do país.[61] Segundo algumas fontes, o governo azerbaijano também implementou uma política de integração forçada de todas as minorias, incluindo os talixes, os tates e os lezguianos.[62]
Atualmente, a comunidade talixe no Azerbaijão é afetada pela pobreza, pelo desemprego e pela falta de infraestrutura básica, como eletricidade.[63] Os talixes também se estabeleceram em outras partes da República do Azerbaijão. Núcleos de população talixe podem ser encontrados ao sul do rio Cura, nos distritos de Bilessuvar, Neftchala e Jelilabade. Grandes contingentes de talixes também se deslocaram para os arredores urbanos da capital, Bacu. Em particular, as cidades de Bina e Sungaite receberam um influxo significativo de talixes.[13]
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Notas
Referências
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Bibliografia
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