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Tribunal Russell

investigações de crimes de guerra durante a Guerra do Vietnã Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Tribunal Russell
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O Tribunal Russell, também conhecido como Tribunal Internacional de Crimes de Guerra, Tribunal Russell-Sartre, ou Tribunal de Estocolmo, foi um evento organizado pelo filósofo britânico Bertrand Russell e mediado pelo filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre. Junto com Lelio Basso, Ken Coates, Ralph Schoenman, Julio Cortázar e muitos outros, o tribunal investigou e avaliou as políticas externas dos Estados Unidos e a intervenção militar no Vietnã, seguida da derrota de 1954 das forças francesas em Diên Biên Phu e o estabelecimento do Vietnã do Norte e do Sul. O tribunal não investigou supostou crimes de guerra cometidos pelos Vietcongs; Schoenman comentou: "Lord Russell pensaria nisso tanto quanto julgar os judeus do gueto de Varsóvia por sua insurreição contra os nazistas."[1]

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DoVan Ngoc, de 9 anos, exibe terríveis machucados do napalm no Vietnã.

Bertrand Russell justificou:

Se certos atos e violações de tratados são crimes, eles o são quer os Estados Unidos ou a Alemanha os pratique. Não estamos preparados para estabelecer uma regra de conduta criminosa contra outros que não estaríamos dispostos a invocar contra nós.
Justice Robert H. Jackson, Chief Prosecutor, Nuremberg War Crimes Trials[2]

O tribunal foi constituído em novembro de 1966 e conduzido em duas sessões em 1967, em Estocolmo, Suécia, e em Roskilde, Dinamarca. O livro de Bertrand Russell sobre a situação no Vietnã, War Crimes in Vietnam, foi publicado em janeiro de 1967, e incluiu pós escritos explicando o porquê de sua linha investigativa.[3] O tribunal foi amplamente ignorado nos Estados Unidos.

Tribunais posteriores foram criados nas décadas seguintes sob o mesmo modelo usando a denominação Russell Tribunal. E.g. Russell Tribunal na América Latina focou-se nas violações de direitos humanos nas ditaduras da Argentina e do Brasil (Roma, 1973 e Roterdão1980), no golpe militar do Chile (Roma, 1974–76), nos Direitos Humanos na Psiquiatria (Berlim, 2001), no Iraque (Bruxelas, 2004), e na Palestina (Barcelona, 2009–12). Uma audiência do tribunal Russell-Sartre Tribunal foi anunciada em Veneza (23 de agosto de 2014) sobre violações dos direitos humanos na guerra no leste da Ucrânia.[4]

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Composição e origem

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Perspectiva

Representantes de 18 países participaram em duas sessões do tribunal, formalmente autodenominado Tribunal Internacional de Crimes de Guerra. O comitê do tribunal consistiu de 25 personagens notáveis, predominantemente de organizações pacifistas de esquerda. Muitos desses indivíduos eram ganhadores do prêmio Nobel, e outros prêmios, especialmente de reconhecimento nos campos sociais e humanitários. Não havia representação direta dos Estados Unidos ou do Vietnã nesses 25 membros, embora alguns deles fossem cidadãos estadunidenses.

Mais de 30 indivíduos testemunharam e acrescentaram informações a este tribunal. Entre eles estavam militares dos Estados Unidos e representantes de diferentes facções vietnamitas. O financiamento do tribunal veio de várias fontes, incluindo uma grande contribuição do governo do Vietnã do Norte após a solicitação de Russel a Ho Chi Minh.[5]

Foi seguido por outro tribunal, conhecido como Tribunal de Russel II na América Latina, que teve três encontros em Roma (1974), Bruxelas (1975) e Roma novamente (1976), falando predominantemente do Brasil e Chile.

Na sessão de encerramento do tribunal de Russell Tribunal II, a criação de três novas instituições foi anunciada: a Fundação Internacional pelos Direitos e Liberdades dos Povos, e Liga Internacional pelos Direitos e Libertações dos Povos, e o Tribunal Popular Permanente.

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Membros do Tribunal

  • Wolfgang Abendroth, professor de ciência política na Marburg University
  • Tariq Ali, jornalista e ativista político
  • Günther Anders, escritor e filósofo
  • Mehmet Ali Aybar, advogado internacional; membro do parlamento turco; presidente do partido dos trabalhadores da turquia
  • A.J. Ayer, filósofo e lógico britânico
  • James Baldwin, novelista e ensaista afro-americano
  • Lelio Basso, advogado internacional; deputado do parlamento italiano e membro da comissão de assuntos externos; professor na Universidade de Roma; presidente do Partido Socialista da Unidade do Proletariado Italiano
  • Julio Cortázar, escritor, novelista e ensaista
  • Lázaro Cárdenas, ex-presidente do México (1934-40)
  • Stokely Carmichael, apresentador, estudante do comitê de coordenação não-violenta
  • Lawrence Daly, secretária geral da União Nacional de Mineiros do Reino Unido
  • Simone de Beauvoir, escritora e filósofa
  • Vladimir Dedijer, apresentador e presidente das sessões, historiador
  • David Dellinger, pacifista estadunidense
  • Isaac Deutscher, historiador
  • Miguel Ángel Estrella, embaixador da UNESCO
  • Haika Grossman, lutador da libertação judia, jurista
  • Gisèle Halimi, advogada em Paris; autora de trabalhos sobre a repressão francesa na Argélia
  • Amado V. Hernandez, poeta laureado das Filipinas
  • Melba Hernandez, membro do comitê de solidariedade cubana com o Vietnã
  • Mahmud Ali Kasuri, Membro da assembléia nacional do Paquistão, advogado sênior da suprema corte do Paquistão
  • Sara Lidman, autora sueca
  • Kinju Morikawa, advogado
  • Carl Oglesby, ativista político
  • Bertrand Russell (Presidente honorário do tribunal), ativista pela paz; filósofo; matemático
  • Shoichi Sakata, físico, educaro
  • Jean-Paul Sartre (presidente executivo do tribunal), filósofo; escritor; ativista político
  • Laurent Schwartz, Professor de Matemática na Universidade de Paris
  • Alice Walker, autora e ativista
  • Peter Weiss, novelista, diretor de filmes experimentais
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Ver também

Referências

Outras fontes

Ligações externas

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