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Valentim Magalhães

jornalista e escritor brasileiro (1859–1903) Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Valentim Magalhães
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Antônio Valentim da Costa Magalhães (Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1859 – Rio de Janeiro, 17 de maio de 1903) foi um jornalista e escritor brasileiro, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

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Biografia

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Perspectiva

Filho homônimo de Antônio Valentim da Costa Magalhães e de D. Maria Custódia Alves Meira. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, onde ingressara em 1877. Ali colabora com os periódicos acadêmicos "Revista de Direito e Letras", "Labarum" e "República", este último de Lúcio de Mendonça. Ainda nesta cidade publicou três obras: "Idéias de Moço", "Grito na Terra" e "General Osório", este último em parceria com Antônio da Silva Jardim, além de seu primeiro livro, intitulado "Cantos e Lutas". Ali também casou-se, em 1880.

Voltando para o Rio, dedica-se ao jornalismo, dirigindo o periódico "A Semana" (fundado em 1885), que torna-se o veículo dos jovens escritores da época, além da propaganda abolicionista e republicana, sendo um período de marcadas agitações culturais e políticas, estando Valentim Magalhães no proscênio dessas lutas todas. Sobre sua participação, registrou Euclides da Cunha,[1] que o sucedeu na Academia: "A geração de que ele foi a figura mais representativa, devia ser o que foi: fecunda, inquieta, brilhantemente anárquica, tonteando no desequilíbrio de um progresso mental precipitado a destoar de um estado emocional que não poderia mudar com a mesma rapidez".

Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Galeria republicana[2] (1882–1883), Branco e Negro[3] (1896–1898), Brasil-Portugal[4] (1899–1914) e ainda no Jornal dos Cegos (1895–1920).[5]

Seu grande envolvimento com as causas que defendia não lhe permitiram uma maior produção literária, sendo comum entre os críticos[6] que seu papel foi o de divulgar os demais escritores nacionais.

Ficou célebre pelas inúmeras polêmicas criadas, que redundaram em ataques e desafetos, bem como pelas defesas que dele faziam os amigos.

Durante o Encilhamento, falsa prosperidade econômica que se seguiu à Proclamação da República por obra do seu confrade Rui Barbosa, então feito Ministro das Finanças, Valentim dedicou-se ao lucro rápido, fundando uma companhia e, logo mais, como todos, vindo à falência.

Sobre seu papel na memória futura, então ainda presenciando os reveses, declarou:

"A princípio fui gênio; mais tarde cousa nenhuma. Hoje César, amanhã João Fernandes…"
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Poesia

Registra Manuel Bandeira[7] que o autor participara, ao lado de Teófilo Dias, Artur Azevedo, Fontoura Xavier e outros, da chamada "Batalha do Parnaso", uma reação ao romantismo, iniciada ainda na década de 1860, e que ganhou força com a agitação promovida por Artur de Oliveira. Este misto de boêmio e intelectual conhecera em Paris os intelectuais parnasianos, e influenciara os autores brasileiros.

Versos

Íntimo
(domínio público)
Esta alegria loura, corajosa,
Que é como um grande escudo, de ouro feito,
E faz que à Vida a escada pedregosa
Eu suba sem pavor, calmo e direito,
Me vem da tua boca perfumosa,
Arqueada, como um céu, sobre o meu peito:
Constelando-o de beijos cor de rosa,
Ungindo-o de um sorriso satisfeito…
A imaculada pomba da Ventura
Espreita-nos, o verde olhar abrindo,
Aninhada em teu cesto de costura;
Trina um canário na gaiola, inquieto;
A cambraia sutil feres, sorrindo,
E eu, sorrindo, desenho este soneto.
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Bibliografia

Sua obra, considerada menor no contexto da literatura brasileira, regista, entretanto, uma curiosidade, por conta de uma errata:

1896 – Concluído o romance "Flor de Sangue", de Valentim Magalhães, que seria publicado pela Laemmert com a mais inusitada das erratas "…à página 285, 4a. linha, em vez de "estourar os miolos", leia-se "cortar o pescoço".[8] Seus livros:
  • Cantos e Lutas, poesia (1897);
  • Quadros e Contos (1882);
  • Vinte Contos e Fantasias (1888);
  • Inácia do Couto, comédia (1889);
  • Escritores e Escritos (1894);
  • Bric-à-brac, contos (1896);
  • Flor de Sangue, romance (1897);
  • Alma, crônicas (1899);
  • Rimário, poesia (1899)

Academia Brasileira de Letras

Quando da fundação da Academia Brasileira de Letras, foi convidado para ocupar a cadeira 7, que tem por patrono Castro Alves, cujo nome foi por ele escolhido para o patronato.

A Biblioteca da Academia iniciou o seu acervo com a doação, feita por Valentim, de seu livro Flor de Sangue em janeiro de 1897.[9]

Referências

  1. CUNHA, Euclides da. "Discurso de Posse na Academia Brasileira de Letras", texto em domínio público
  2. Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de junho de 2014
  3. Alda Anastácio. «Ficha histórica: Jornal dos cegos (1895-1920)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de fevereiro de 2017
  4. Vide, neste sentido, a biografia do autor no Sítio da Academia Brasileira, o discurso de posse de Euclides da Cunha, dentre outros
  5. BANDEIRA, Manuel. Apresentação da Poesia Brasileira, Ediouro, Rio de Janeiro
  6. O próprio sítio da Academia trata com desdém esse ato inaugural do seu acervo: "Cem anos depois, essa obra só é lembrada pela circunstância de ter sido o marco inicial da biblioteca da academia." (vide link para a ABL)
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Ligações externas

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