Encélado (satélite)
Satélite natural de Saturno / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Encélado ou Enceladus[1][2][3] é o sexto maior satélite natural de Saturno.[4] Foi descoberto em 1789 por William Herschel.[5]
Encélado | |
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Satélite Saturno II | |
Características orbitais | |
Semieixo maior | 237 948 km |
Excentricidade | 0,0045 |
Período orbital | 1,370218 d |
Velocidade orbital média | 12,64 km/s |
Inclinação | 0,019 ° |
Características físicas | |
Diâmetro equatorial | 504,2 km |
Área da superfície | 800 000 km² |
Massa | 1,08×1020 kg |
Densidade média | 1,61 g/cm³ |
Gravidade equatorial | 0,012 g |
Período de rotação | 1 d 8 h 53 min 7 s (rotação síncrona) |
Velocidade de escape | 0,241 km/s |
Albedo | 1,375 ± 0,008 (geométrico) 0,99 (bond) |
Temperatura | média: -198 ºC mínima: -240,3 ºC máxima: -128 ºC |
Composição da atmosfera | |
Pressão atmosférica | Vestígios; assimétrica |
Vapor de água Hidrogénio molecular Outros (CO2, CO, N2) |
65% 20% 15% |
Encélado possui um oceano global de água líquida sob sua superfície gelada.[6] Criovulcões no polo sul ejetam grandes jatos de vapor de água e outros voláteis como algumas partículas sólidas (cristais de gelo, NaCl, N e O contendo moléculas orgânicas,[7] etc.) para o espaço (aproximadamente 200 kg por segundo).[8] Uma parte dessa água cai de volta sobre a lua como “neve”, outra parte é adicionada aos anéis de Saturno, enquanto outra parcela atinge o planeta. Acredita-se que o anel E de Saturno foi feito a partir dessas partículas de gelo. Devido à água provavelmente estar sobre ou próxima à superfície, Encélado pode ser um dos melhores locais para que os seres humanos busquem por vida extraterrestre. Em contrapartida, a água que se acredita existir em Europa, uma lua de Júpiter, está bloqueada sob uma superfície muito grossa de gelo.
Até a passagem das duas sondas espaciais Voyager próximo a Encélado, no começo da década de 1980, muito pouco se sabia sobre essa pequena lua além da identificação de água sobre sua superfície. As Voyagers mostraram que o diâmetro de Encélado é de apenas 500 quilômetros (310 mi), aproximadamente um décimo de Titã, maior lua de Saturno, e que reflete quase toda luz solar que a atinge. A sonda Voyager 1 descobriu que Encélado orbita na parte mais densa do difuso anel E de Saturno, indicando uma possível associação entre os dois. Enquanto que a sonda Voyager 2 revelou que, apesar do pequeno tamanho da lua, Encélado possui uma grande variedade de terrenos que variam de idade, superfície cheia de jovens crateras, terreno tectonicamente deformado e com algumas regiões jovens na superfície com 100 milhões de idade. Em 2005, a sonda espacial Cassini realizou vários voos rasantes próximos a Encélado, revelando a superfície da lua e do seu meio ambiente com maior detalhe. Em especial, a sonda descobriu uma pluma de ventilação rica em água na região do polo sul. Essa descoberta, juntamente com a presença de escape de calor interno e a pouca quantidade (se houver) de crateras de impacto na região do polo sul, mostra que Encélado é geologicamente ativa nos dias de hoje. Luas nos extensivos sistemas de satélites de planetas gigantes gasosos, frequentemente, ficam presas em ressonâncias orbitais que conduzem forças para libração ou excentricidade orbital; a proximidade com Saturno pode levar ao aquecimento de maré no interior de Encélado, oferecendo uma possível explicação para a atividade.
Encélado é um dos únicos três corpos do Sistema Solar exterior, junto com Io (lua de Júpiter) com seus vulcões de enxofre e Tritão (lua de Netuno) com “gêiseres” de nitrogênio, onde é possível observar erupções ativas. As análises da liberação de gás sugere que se origina a partir de uma massa de água líquida no subsolo, o que, juntamente com a composição química original encontrada na pluma, alimentou especulações de que Encélado pode ser um local importante para estudos em astrobiologia.[9] A descoberta da pluma ainda acrescentou peso ao argumento de que o material liberado por Encélado é a fonte do anel E. Em maio de 2011, cientistas da NASA na Enceladus Focus Group Conference relataram que Encélado “está emergindo como o local mais habitável do Sistema Solar fora da Terra para a vida como a conhecemos”.[10] Em 2015, cientistas da NASA anunciaram que após dez anos de estudos das imagens e da telemetria enviada à Terra pela sonda Cassini, foi constatada a existência de um oceano global entre o núcleo rochoso e a superfície de gelo do satélite.[11] Em abril de 2017, a NASA anunciou que Encélado tem os elementos necessários para abrigar vida. Os dados que servem como base para o estudo foram coletados pela sonda Cassini, que explora Saturno e suas 62 luas.[12]