Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar — os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu
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Monstro É Aquele que não Sabe Amar — os Filhos Abandonados da Pátria que os Pariu foi o enredo apresentado pela Beija-Flor no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro do carnaval de 2018, com o qual a escola conquistou o seu 14.º título de campeã do carnaval carioca, três anos após a conquista anterior, em 2015. O enredo da escola faz uma analogia entre a obra Frankenstein (que completou duzentos anos de lançamento em 2018) e as mazelas sociais do Brasil, traçando um paralelo entre a criatura da história de Mary Shelley, que foi abandonada pelo seu criador, e os problemas sociais brasileiros, que, na visão do enredo, são frutos do abandono da população por parte dos governantes. O enredo foi assinado por Marcelo Misailidis, Laíla, Cid Carvalho, Bianca Behrends, Victor Santos, Rodrigo Pacheco e Léo Mídia.[1][2]
Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar — os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu | ||||
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Beija-Flor 2018 | ||||
Cartaz oficial do desfile da Beija-Flor. | ||||
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A Beija-Flor foi a sexta e última escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, iniciando seu desfile na madrugada da terça-feira de carnaval, dia 13 de fevereiro de 2018. A escola apostou numa mudança de estilo, abandonando o luxo que caracterizou suas apresentações anteriores e investindo num desfile mais teatralizado e pouco carnavalesco. As mudanças, sugeridas pelo conselheiro da escola, Gabriel David, e pelo coreógrafo da comissão de frente, Marcelo Misailidis, causaram conflitos internos na área criativa da agremiação, que acabaram resultando na saída do diretor Laíla da escola, logo após o carnaval. O desfile da Beija-Flor gerou imagens fortes como a reprodução de crianças mortas em caixões, policiais baleados, assaltos, arrastões, e um tiroteio dentro de uma sala de aula.[3] Também foram usadas referências políticas. Uma ala representou a "farra dos guardanapos" de Sérgio Cabral Filho. A segunda alegoria reproduziu o edifício sede da Petrobras de forma "favelizada", em referência ao empobrecimento da população, que por sua vez seria um dos efeitos da corrupção na empresa.[4] Ao final da apresentação, o público dos camarotes e arquibancadas invadiu a pista de desfile e seguiu a escola, cantando o samba-enredo à capela, mesmo após a bateria parar de tocar.[5]
O desfile dividiu a opinião dos especialistas. Quesitos como bateria, samba-enredo, harmonia, evolução e o casal Selminha e Claudinho foram elogiados; enquanto alegorias, fantasias, enredo e comissão de frente, foram duramente criticados. Alguns veículos de imprensa sequer listaram a Beija-Flor entre as favoritas ao título. O samba-enredo do desfile, composto por Di Menor BF, Kiraizinho, Diogo Rosa, Julio Assis, Bakaninha, Diego Oliveira, JJ Santos, Manolo e Rafael Prates, foi um dos mais premiados do ano. A Beija-Flor foi campeã do carnaval de 2018 com um décimo de vantagem sobre Paraíso do Tuiuti e Salgueiro. Ao todo, a escola recebeu dez notas abaixo da máxima, sendo que seis foram descartadas seguindo o regulamento do concurso. Com isso, a escola perdeu apenas quatro décimos no julgamento oficial do carnaval.[6]