4.ª Delegacia Auxiliar
órgão policial no Rio de Janeiro (1922–1933) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A 4.ª Delegacia Auxiliar da Polícia Civil do Distrito Federal[1] foi uma repartição de polícia política e investigativa brasileira existente no Rio de Janeiro de 1922 a 1933. Operava do Prédio da Polícia Central, subordinava-se ao Chefe de Polícia do Distrito Federal e ao Ministério da Justiça e era orientada politicamente pela Casa Militar da Presidência da República. Sua jurisdição limitava-se ao Distrito Federal, mas seus investigadores podiam atuar nos estados e mesmo no exterior. Sucedendo a Inspetoria de Investigação e Segurança Pública, de 1920, e antecedendo a Delegacia Especial de Segurança Política e Social (DESPS), de 1933, a 4.ª Delegacia foi precursora do DOPS carioca e inspiração para organizações congêneres em outros estados.
Contava com um corpo policial especializado, destacando-se das outras delegacias auxiliares e das delegacias de bairro. Três de suas seções — Ordem Social e Segurança Pública, Segurança Política e Fiscalização de Explosivos, Armas e Munições — tinham atribuições de polícia política, que não era a única missão da 4.ª Delegacia. O monitoramento de grupos políticos não era novo na polícia, mas sua institucionalização era recente. Sua principal atividade era a produção de informações através de agentes infiltrados, informantes, escutas telefônicas e espionagem nas ruas, no trabalho e na casa dos suspeitos. O resultado era um grande volume de relatórios e estatísticas, sistematicamente compartilhadas com outros órgãos do Estado. Seus agentes também efetuavam prisões e suas instalações recebiam os detidos antes de sua transferência a presídios, de onde podiam ser desterrados da capital.
O motivo imediato para sua criação foi o tenentismo, que demandava uma entidade para proteger os governantes da Primeira República contra uma série de conspirações militares. Graças à polícia política, muitas foram desmanteladas antes de se tornarem revoltas. Reorganizações policiais semelhantes ocorriam em outros países em resposta às revoluções de 1917–1923. Militares, figuras da elite política, anarquistas, comunistas e criminosos comuns foram alvos dos agentes da 4.ª Delegacia. O delegado na maior parte do longo estado de sítio no governo Artur Bernardes (1922–1926) foi o major Carlos Reis, sob o qual as prisões estiveram lotadas e a polícia foi acusada da morte e tortura de presos, famosamente no caso Conrado Niemeyer. Antes e durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a 4.ª Delegacia perseguiu conspiradores e propagandistas contrários ao governo de Getúlio Vargas.