António de Holanda
pintor português / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
António de Holanda (grafias alternativas do apelido d'Olanda, d'Ollanda, d'Olamda e de Olanda) foi um importante miniaturista ativo em Portugal no início do século XVI.[1]
Não se conhece o local nem a data de seu nascimento, mas estima-se que tenha nascido entre 1480 e 1500 e, a partir do seu nome, que seja originário do Norte dos Países Baixos.[2] Crê-se que, por seu turno, seria descendente de um miniaturista holandês.[3] A primeira alusão histórica que lhe é feita data de 1518, quando foi nomeado passavante pelo rei Dom Manuel I. [4] Ulteriormente, esse mesmo rei agraciou-o com uma tença anual, a partir de 1527.[5] Em 1541, António foi convocado à corte de Toledo, para fazer os retratos do imperador Carlos V[6], da irmã e do marido e filho da irmã.[7] Em 1544, foi contrato por D. João III para inspeccionar a qualidade do livro de Horas, que fora encomendado na Flandres a Simão Bening por Damião de Góis, para oferecer a D.ª Catarina de Áustria.[2][3]
António teve um filho, Francisco, que seguiu as suas pisadas, na senda do iluminismo de manuscritos, tendo também enveredado pelos ofícios de painelista, arquitecto, ensaísta e historiador.[8] Sendo certo que alguns autores, como Abade de Castro, defendem que o pai não ministrou a formação artística do filho[9], há outros, como Cyrillo Volkmar Machado que contestam essa tese, defendendo que o pai lhe teria dado a primeira instrução sobre como fazer miniaturas e modelar o barro, antes de o mandar para Itália aos 20 anos para estudar com os mestres.[10] Com efeito, Francisco de Holanda assumiu-se com uma das grandes figuras de vulto, no campo das artes, do Renascentismo português. [8]
A data da morte de António é desconhecida, José Stichini Vilela baliza o período do fim da sua vida entre 1553, altura em que o filho lhe envia uma carta, contando-lhe que saudou Miguel Ângelo em seu nome e 1571, altura em que Francisco de Holanda ao escrever a obra Da fabrica que fallece à cidade de Lisboa menciona que «meu pay Antº Dolanda tabe que Deos tê», aludindo ao facto daquele já ter falecido.[11] [12]
Em todo o caso, sabe-se que depois de Novembro de 1555, António de Holanda ainda foi incumbido por D. António prior do Crato, sobrinho de D. João III, de lhe conceber o brasão de armas[8]. Sendo certo que, em rigor, essa encomenda teve de ser concretizada pelo filho, Francisco, porque por essa altura, António já se encontrava nas vascas da morte. Com efeito, foi isso que o filho veio a referir numa carta que enviou ao prior do Crato.[13]
Francisco submeteu os esquissos do brasão à apreciação de D. João III em Junho de 1557, altura que, para certos autores, como John Bagnell Bury, terá sido próxima da morte do pai.[14] Dessarte, presume-se que António de Holanda terá falecido por volta desse período entre 1557 e 1558.[14]
Da arte de António de Holanda persistem abundantes provas, se bem que há a lamentar a perda de grande parte dos vestígios e testemunhos da sua actividade como retratista, bem como um ror de outras obras. Em todo o caso, aquilo que persistiu é assaz, para confirmar a alta conta em que era tido o filho.[15]