Aviação Naval Brasileira
componente aéreo da Marinha do Brasil / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Aviação Naval Brasileira é o componente aéreo da Marinha do Brasil, atualmente denominada Força Aeronaval. A maior parte de sua estrutura aérea está subordinada ao Comando da Força Aeronaval (ComForAerNav), organização militar responsável por prover apoio aéreo operacional a partir das embarcações da Marinha, enquanto quatro esquadrões estão subordinados aos Distritos Navais, responsáveis por águas internas e litorâneas. O ComForAerNav tem sede na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), onde são realizadas as manutenções a nível de parque de todas as aeronaves e onde também encontra-se o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), que forma seu pessoal. Seus pilotos, todos oficiais com um a três anos de experiência naval prévia, voam seus helicópteros, aviões e Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs, ou drones) como extensões do armamento e sensores dos navios.
Aviação Naval Brasileira | |
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País | Brasil |
Corporação | Marinha do Brasil |
Subordinação | ver Estrutura |
Sigla | ANB |
Período de atividade | 1916–1941, 1952[lower-alpha 1]–presente |
Logística | |
Aeronaves | 76 (2022)[1] |
Efetivo | 3.539 (2022)[1] |
Organizações | 13 (2022)[1] |
Insígnias | |
Roundel |
A primeira fase da Aviação Naval teve início em 1916, com a criação da Escola de Aviação Naval. Aviadores navais brasileiros foram enviados ao exterior na Primeira Guerra Mundial, participando de operações reais de patrulha, e a Aviação Naval, focada em hidroaviões, desenvolveu-se rapidamente nas décadas seguintes e criou uma identidade comum com os aviadores do Exército. Este período findou-se em 1941, quando o presidente Getúlio Vargas, contrariando o Ministério da Marinha, transferiu toda a aviação militar do país para a recém-criada Força Aérea Brasileira (FAB). A importante aviação de patrulha no litoral ficou a cargo da FAB na Segunda Guerra Mundial, mas no exterior, evidenciou-se a necessidade de um corpo de aeronaves embarcadas. Portanto, a Marinha recriou sua Diretoria de Aeronáutica em 1952, adquiriu o Navio-Aeródromo Ligeiro (NAeL, ou seja, porta-aviões) Minas Gerais em 1956 e investiu pesadamente numa frota de helicópteros e aviões e num novo quadro de aviadores. Nesta segunda fase, a questão da aviação embarcada gerou um grave conflito entre a Marinha e a FAB, que desejava o monopólio da aviação militar.
Em 1965 o presidente Castelo Branco editou um novo decreto, proibindo a Marinha de operar aeronaves de asa fixa (aviões), mas autorizando as de asa rotativa (helicópteros). Começou assim uma terceira fase, com a FAB embarcando seus aviões no Minas Gerais, e a Marinha desenvolvendo suas operações com helicópteros. Embarcados até mesmo em navios pequenos, as asas rotativas permanecem como o principal elemento da Aviação Naval, mesmo nas fases seguintes. O foco das operações aeronavais era a guerra antissubmarino, mas vários dos helicópteros também receberam mísseis antinavio, e sua versatilidade para o reconhecimento e transporte é muito aproveitada. O Corpo de Fuzileiros Navais valoriza-os para as operações anfíbias. Organizaram-se esquadrões de helicópteros de instrução (HI-1), de ataque (HA-1), antissubmarino (HS-1) e de emprego geral (HU-1 e 2). A partir de 1979, os meios distritais expandiram a Aviação Naval para longe do Rio de Janeiro. A mudança de prioridades da Marinha e a aposentadoria do 1.º Grupo de Aviação Embarcada (GAE) da FAB culminaram numa quarta fase: em 1998, um novo decreto permitiu à Marinha operar aeronaves de asa fixa, autorizando sua compra de jatos A-4 Skyhawk para organizar o 1.º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1). Diante da iminente aposentadoria do Minas Gerais, foi comprado um novo porta-aviões, o NAe São Paulo.
O VF-1 foi celebrado como uma conquista de defesa aérea da Esquadra, projeção de poder nacional e a evolução para uma marinha de águas azuis, mas tanto os jatos quanto o novo porta-aviões sofreram sérios problemas de indisponibilidade. O São Paulo foi aposentado em 2017, prendendo os Skyhawks em bases terrestres, com previsão de serviço até 2030. Entretanto, a demanda para o embarque de helicópteros foi suprida pela compra do NAM Atlântico em 2020. Os investimentos nos helicópteros continuaram nas décadas de 2010 e 2020, com novos UH-12 Esquilo, pequenos, mas os mais numerosos da frota aérea, e os maiores Super Cougar, SH-16 Seahawk e Super Lynx. Os planos para um 1.º Esquadrão de Aviões de Transporte e Alarme Aéreo Antecipado (VEC-1), crucial para apoiar o VF-1, foram abandonados. A ativação do 1.° Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (QE-1), em 2022, permitindo maior desenvolvimento nas áreas de inteligência, vigilância e reconhecimento, inaugurou a quinta fase.