A Batalha de Alcácer-Quibir também grafada Alcácer-Quivir, al Qasr al-kibr, Alcazarquivir ou Alcassar, significando "grande fortaleza" (em árabe: معركة القصر الكبير), conhecida em Marrocos como Batalha dos Três Reis (em árabe: معركة الملوك الثلاث) ou Batalha de Oued al-Makhazin (em árabe: معركة وادي المخازن), foi uma batalha travada no norte de Marrocos perto da cidade de Alcácer Quibir, entre Tânger e Fez, em 4 de agosto de 1578.[1] Os portugueses, liderados pelo rei D. Sebastião, aliados ao exército do sultão Maomé Mutavaquil (Abu Abedalá Maomé Saadi II, da Dinastia Saadiana), combateram um grande exército saadiano liderado pelo sultão Mulei Maluco (Abu Maruane Abedal Maleque I Saadi, tio de Mulei Mafomete) que gozava do apoio otomano.[2]
Factos rápidos Império Português, Beligerantes ...
Batalha de Alcácer-Quibir |
Império Português |
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Data |
4 de agosto de 1578 (445 anos) |
Local |
Alcácer Quibir, atual Marrocos |
Coordenadas |
35° 1' N 5° 54' E |
Desfecho |
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Beligerantes |
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Comandantes |
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Forças |
- 12 000 portugueses
- 6 000 mouros
- 600 italianos
- 2 000 espanhóis
- 3 000 alemães e belgas
- Total: 23 640 homens
- 40 canhões
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Baixas |
- 8 000 mortos
- 16 000 capturados
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- 3 000 mortos
- 1 000 desaparecidos
- 6 000 feridos
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Localização em mapa dinâmico |
Fechar
No seu fervor religioso, o rei D. Sebastião planejara uma cruzada após Mulei Mohammed solicitar a sua ajuda para recuperar o trono que seu tio, Mulei Maluco, tinha tomado. A batalha resultou na derrota portuguesa, com o desaparecimento em combate do rei D. Sebastião e o aprisionamento ou morte da nata da nobreza portuguesa. Morreram na batalha cerca de 7 000 nobres e homens de armas.[3] Além do rei português, morreram na batalha os dois sultões rivais, dando origem ao nome "Batalha dos Três Reis", como ficou conhecida entre os marroquinos.
A derrota na batalha de Alcácer-Quibir levou à crise dinástica de 1580 e ao nascimento do mito do Sebastianismo. O reino de Portugal ficou severamente empobrecido pelos resgates pagos para reaver os cativos.
A batalha ditou o início do fim da Dinastia de Avis e do período de expansão iniciado com a vitória na Batalha de Aljubarrota. A crise dinástica resultou, dois anos mais tarde, na perda da independência de Portugal por 60 anos, com a união ibérica sob a Dinastia Filipina.