Bicho-papão
ser mitológico / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O bicho-papão, bitu, papa-gente, papão, bebe papão, papa-figo, tutu, manjaléu, Coca ou mumuca[1] é um ser imaginário das mitologias infantis portuguesa e brasileira, estando também presente no resto da Península Ibérica, como na Galiza, na Catalunha e nas Astúrias.[2] O bicho-papão é a personificação do medo. É um ser mutante que pode assumir qualquer forma; é um ser ou animal frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças, um papa-meninos. Está sempre à espreita e é atraído por crianças desobedientes.[3]
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O bicho-papão, tal como outros seres míticos como o homem do saco, sarronco ou a coca, é usado pelos pais para assustar e impedir que as crianças desobedeçam. Todas as suas representações estão associadas ao mal que pode ocorrer às crianças caso se afastem ou contrariem os pais; a expressão "porta-te bem senão vem o bicho-papão" induzia, assim, o respeito das crianças às ordens dos pais. Na Galiza, é um ser gigantesco,[4] mas pode também ser um trasgo ou duende. Mas, qualquer que seja a sua representação, o seu nome, que deriva do termo de conotação infantil "papar", revela a sua principal função: devorar crianças.
C. Cabral refere que, na Espanha, o papão tem um tamanho gigantesco, boca enorme, olhos de fogo e estômago de forno ardente.[5] Em Portugal, o papão é tema de uma antiga cantiga de embalar:
- "Vai-te papão, vai-te embora
- de cima desse telhado,
- deixa dormir o menino
- um soninho descansado."
No Brasil, há a seguinte variação dessa canção:
- "Bicho papão,
- sai de cima do telhado
- deixe esse menino
- dormir sossegado."