Caso dos Paióis de Tancos
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O Caso dos Paióis de Tancos, também conhecido por Assalto (ou Roubo) dos Paióis Nacionais de Tancos, é uma polémica desencadeada por um assalto ocorrido em 27 de junho de 2017, na qual foram furtados diversos artigos de material de guerra do Exército Português que se encontravam depositados nos Paióis Nacionais de Tancos (PNT, um complexo de paióis localizado próximo da freguesia com o mesmo nome).[1][2][3][4][5][6]
Caso dos Paióis de Tancos | |
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Vista aérea dos Paióis Nacionais de Tancos, em 2012. | |
Local do crime | Paióis Nacionais de Tancos Tancos, Portugal |
Coordenadas | 39° 28′ 27,2″ N, 8° 23′ 30,9″ O |
Data | 27 de junho de 2017 – 07 de janeiro de 2022 |
Tipo de crime | Assalto Tráfico de armas Falsificação Corrupção |
Réu(s) | ex-Ministro da Defesa, Azeredo Lopes Grupo de Assaltantes Elementos da PJM Elementos da GNR (Total: 23 arguidos) |
Promotor | Ministério Público |
Juiz | Carlos Alexandre Coletivo de Juízes presidido por Nelson Barra. |
Local do julgamento | Tribunal de Santarém |
Situação | Condenação de 11 arguidos. Absolvição dos restantes, incluindo Azeredo Lopes. |
Este assalto tornou públicas as graves falhas de segurança e fiscalização desta instalação militar e tornou-se um embaraço para a chefia do Exército. Esta polémica transformou-se num escândalo, quando se descobriu que a Polícia Judiciária Militar (PJM) encenou a recuperação deste material, em coordenação com os assaltantes, de forma a obter o mérito pela sua resolução.[7][8][9]
Após uma disputa relativamente à liderança da investigação, entre a PJM, o Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ), e esta última ter descoberto e denunciado o encobrimento da encenação, seguiu-se uma segunda investigação (Operação Húbris) que resultou na detenção de vários elementos envolvidos (tanto no assalto, como na encenação) e na demissão de várias personalidades relevantes, das quais se destacam o então Ministro da Defesa, José Azeredo Lopes e o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Rovisco Duarte.
Foram a julgamento 23 arguidos. Destes, nove foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes catorze (entre eles o ex-Ministro da Defesa), da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.[10] Apenas 11 dos 23 arguidos foram condenados. João Paulino, o autor confesso do furto, foi condenado por terrorismo, assim como os arguidos Hugo Santos e João Pais. João Paulino foi condenado a oito anos de prisão efetiva por terrorismo e tráfico de estupefacientes. José Azeredo Lopes foi absolvido de todos os crimes pelos quais foi acusado.