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Apóstolo
primeiros missionários cristãos Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Na tradição cristã apóstolos (em grego: ἀπόστολος, transl.: apóstolos; lit. "aquele que é mandado em missão") são missionários, enviados por Jesus para pregar o Evangelho em todo o mundo antigo. Durante a vida e o ministério de Jesus no século I os apóstolos foram seus seguidores mais próximos e se tornaram os principais pregadores da mensagem de seu evangelho.[1]

Segundo o Evangelho de Lucas "Ele chamou para si os seus discípulos, e deles escolheu doze, a quem ele chamou de apóstolos" (Lucas 6:13). O fato de terem sido escolhidos 12 discípulos parece ter especial importância, pois alguns estudiosos interpretam como uma referência às 12 tribos de Israel.[2] Vemos entretanto que logo após a ressurreição de Jesus outros homens foram comissionados (enviados) como apóstolos, cumprindo o poder que Jesus deixou à Sua Igreja de falar em Seu nome. São os primeiros presbíteros, ultrapassando o número inicial dos 12 apóstolos.
O termo apóstolo é designado para um trabalho específico dentro da estrutura de cargos da igreja. Prioritariamente, este serviço seria o de expandir a mensagem do evangelho para novas localidades, organizando a vida cristã entre os fiéis. A função é responsável pela fundamentação de questões doutrinárias, em consonância com os ensinamentos de Deus. Um enviado, em missão proselitista.[3]
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Intuito missionário
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Perspectiva
O cristianismo tem por intenção missionar o maior número possível de pessoas. O judaísmo é um sistema de crenças caracterizado por um conjunto de regras de comportamento, algumas das quais são vistas como pouco convenientes para a sua aceitação pelos outros povos (nomeadamente a circuncisão e as regras de alimentação). Por outro lado, o monoteísmo é apelativo para os povos politeístas (ver sociologia da religião de David Hume).
Tanto a crença judaica, quanto a cristã, são monoteístas e apelativas para muitos dos romanos, politeístas. Mas, enquanto os judeus mantiveram as suas tradições religiosas, os cristãos, inicialmente um pequeno seguimento do judaísmo, dispuseram-se a acabar com essas tradições para em contrapartida se tornarem mais apelativos aos gentios. Os apóstolos tiveram, neste contexto, um papel fundamental.
Os apóstolos - especialmente Paulo de Tarso, um homem que não andou com Jesus antes da Sua ressurreição, porém teve experiências extraordinárias, espirituais, quando no caminho de Damasco, o Senhor Jesus lhes apareceu, e a partir daquele momento, ocorreu a transformação e conversão, de Saulo, para Paulo, o maior evangelista que o cristianismo teve e tem, em registros das escrituras, mas que é considerado pelos próprios apóstolos como um apóstolo também, e foi escolhido por Jesus para pregar aos gentios - foram aqueles que receberam a incumbência, do próprio Jesus, de esclarecer aos povos, incluindo os gentios, que não basta seguir à risca um conjunto de regras de comportamento nem realizar rituais (como os judeus acreditavam) para agradar a Deus e receber o seu favor, a sua salvação e que Deus deseja a salvação de todos e não apenas dos judeus; isto permitiu a entrada dos povos gentios neste sistema de crenças então nascente.
Os tempos apostólicos - no sentido estrito do termo - constituem o período de vida dos doze, mais Paulo, da ressurreição de Jesus até à morte de cada um deles.
O sucesso da estratégia incutida ao cristianismo pelos apóstolos é evidente. Enquanto o judaísmo permaneceu uma religião monoteísta transmitida de geração em geração, o cristianismo foi adoptado por outros povos (o Império Romano teve um importante papel na sua divulgação) e cresceu para influenciar a história e cultura da Europa desde então.
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Sobre a vida dos apóstolos
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Perspectiva
O Novo Testamento só registra a morte de um dos apóstolos: Tiago, filho de Zebedeu, que foi executado por Herodes Agripa I pelo ano 44 d.C. (Atos 12:2).
Judas Iscariotes, que traiu Jesus Cristo, fazia parte dos 12, mas perdeu sua designação de apóstolo após trair Jesus, e foi se enforcar, mas não teve êxito, morrendo de outra forma (Atos 1:18).
Os doze
Os apóstolos nomeados em Marcos 3:16–19 são Pedro, Tiago, João, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, um segundo Tiago, Tadeu, Simão, o Zelote e finalmente Judas Iscariotes. As listas de Lucas 6 (Lucas 6:12–16) e Atos 1 (Atos 1:13) não citam um "Tadeu" e sim um "Judas, filho de Tiago" ou "Judas, irmão de Jesus", o que muitos defendem ser dois nomes para uma mesma pessoa, Judas Tadeu. Lucas também traz a história dos Setenta Discípulos, que Marcos 3 (Marcos 3:16–19) não cita. A lista de Mateus 10 (Mateus 10:1–4) é idêntica à de Marcos, embora uns poucos manuscritos ocidentais citem um "Lebeu",[4] um indicativo de que, possivelmente, a lista dos apóstolos "menores" não estava ainda consolidada na época que os Evangelhos foram escritos, principalmente no caso de "Judas Tadeu", uma criação da hagiografia posterior.[4] João não apresenta uma lista consolidada e muitos apóstolos sequer são citados no texto (como é o caso de Mateus, por exemplo). Contudo, ele cita um Natanael, que é geralmente considerado como sendo Bartolomeu.
Marcos afirma que os irmãos Tiago e João receberam o título de "Boanerges", que significa "filhos do trovão", embora muitos acadêmicos modernos discordem desta tradução.[5] Muitas explicações já foram tentadas para o título, mas nenhuma alcançou o consenso.[6] No evangelho vemos Jesus chamar "Simão" de "Pedro" ("rocha") — Mateus 16:18 relata então a fundação da Igreja Católica.[7]
Jesus veio até nós para que a separação entre o homem e Deus pelo pecado de Adão fosse desfeita, por isso quando Ele disse: Está consumado, o véu se rasgou e as pedras do templo se fenderam, mostrando a todos que a presença de Deus estaria a disposição e ao alcance de todos por intermédio de Cristo, pois Ele mesmo fala: Ninguém vem ao Pai a não ser por Mim.
Filipe e André são nomes gregos, assim como Tadeu e Lebeu. Alguns judeus, especialmente de lugares como a Galileia, onde havia uma grande população de gentios, costumavam nomear os filhos com um nome grego e outro judeu.[8]
O segundo Simão é chamado de "kananaios", uma palavra que provavelmente deriva do aramaico "qan'ānā", que significa "zelote". Porém, o significado não é claro, pois a palavra pode ter uma conotação política, significando que ele pertencia a um movimento de revolta contra o Império Romano, mas também um religioso, significando apenas que ele era uma pessoa "zelosa" de seus deveres.[6] Lucas utiliza o termo grego "zēlōtēs".
"Iscariotes" pode ser o sobrenome de Judas ou uma referência ao lugar de onde ele veio, um "homem de Kerioth".[6] Pode ainda ser uma referência aos sicários.
Marcos utiliza o verbo grego "apostolien" ("enviar") quando Jesus nomeia os apóstolos[9] e os "envia" para realizar o trabalho que ele próprio vinha realizando, mas sem ele presente. Muitas igrejas interpretam este versículo como a fundação da igreja, pois Jesus cria um grupo especial de pessoas para trabalhar em seu nome na sua ausência (veja Grande Comissão).[5]
Outros apóstolos
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Outros usos
Modernamente, o termo "Apóstolo" também é aplicado a missionários notáveis, que pregavam fora de seu local de origem. Entre eles estão: Martinho de Dume (Apóstolo dos Suevos), Bonifácio (Apóstolo dos Germanos), José de Anchieta (Apóstolo do Brasil), Francisco Xavier (Apóstolo das Índias), Pedro de Betancur (Apóstolo da Guatemala) e Patrício (Apóstolo da Irlanda, onde também se veneram os Doze Apóstolos da Irlanda). Inclui-se neste uso o termo igual aos apóstolos.
No campo teológico, há um sério debate que perdura anos se o apostolado ainda persiste nos dias atuais, entretanto, muitos líderes de igrejas protestantes vêm se autodenominando com o termo de "apóstolo", geralmente por ser o fundador de uma denominação religiosa.
Ver também
Referências
- Nash 66
- S.A, Priberam Informática. «apóstolo». Dicionário Priberam. Consultado em 25 de setembro de 2022
- Brown 130
- Kilgallen 70
- Brown et al. 604
- Pannenberg 1968, pp. 53–54.
- Kilgallen 71
- «Strong's G649». Consultado em 2 de janeiro de 2015. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2012
Bibliografia
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