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período histórico Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Predefinição:História/Épocas Idade Antiga ou Antiguidade ou Mundo Antigo, na periodização das épocas históricas da humanidade, é o período que se estende desde a invenção da escrita (de 4 000 a 3 500 a.C.) até à queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). Embora o critério da invenção da escrita como balizador entre o fim da Pré-história e o começo da História propriamente dita seja o mais comum, estudiosos que dão mais ênfase à importância da cultura material das sociedades têm procurado repensar essa divisão mais recentemente. Também não há entre os historiadores um verdadeiro consenso sobre quando se deu o verdadeiro fim do Império Romano e início da Idade Média, por considerarem que processos sociais e econômicos não podem ser datados com a mesma precisão dos fatos políticos.[1]
Também deve-se levar em conta que essa periodização está relacionada à História da Europa e também do Oriente Próximo como precursor das civilizações que se desenvolveram no Mediterrâneo, culminando com Roma. Essa visão se consolidou com a historiografia positivista que surgiu no século XIX, que fez da escrita da história uma ciência e uma disciplina acadêmica. Se repensarmos os critérios que definem o que é a Antiguidade no resto do mundo, é possível pensar em outros critérios e datas balizadoras.[2]
No caso da Europa e do Oriente Próximo, diversos povos se desenvolveram na Idade Antiga. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram a civilização que originou a escrita e a urbanização, mais ou menos ao mesmo tempo em que surgia a civilização egípcia. Depois disso, já no Primeiro milénio a.C., os persas foram os primeiros a constituir um grande império, que foi posteriormente conquistado por Alexandre, o Grande. As civilizações clássicas da Grécia e de Roma são consideradas as maiores formadoras da civilização ocidental atual. Destacam-se também os hebreus (primeira civilização monoteísta), os fenícios (senhores do mar e do comércio e inventores do alfabeto), além dos celtas, etruscos e outros. O próprio estudo da história começou nesse período, com Heródoto e Tucídides, gregos que começaram a questionar o mito, a lenda e a ficção do fato histórico, narrando as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso respectivamente.
Na América, pode-se considerar como Idade Antiga a época pré-colombiana, onde surgiram as avançadas civilizações dos astecas, maias e incas. Porém, alguns estudiosos considerem que em outras regiões, como no que hoje constitui a maior parte do território do Brasil, boa parte dos povos ameríndios ainda não havia constituído similar nível de complexidade social e a classificação de Pré-história para essas sociedades seria mais correta. Na China, a Idade Antiga termina por volta de 200 a.C., com o surgimento da dinastia Chin, enquanto que no Japão é apenas a partir do fim do período Heian, em 1185, que podemos falar em início da "Idade Média" japonesa. Algumas religiões que ainda existem no mundo moderno tiveram origem nessa época, entre elas o cristianismo, o budismo, confucionismo e judaísmo.
O Antigo Egito (atual República Árabe do Egito), atravessado pelo imenso rio Nilo, com 6 500 km e 6 cataratas, limitado por dois desertos (da Líbia e da Arábia), estava localizado no nordeste da África. Ao norte, o mar Mediterrâneo possibilita a viagem marítima e a atividade comercial com as demais civilizações. A leste, o mar Vermelho constituía outra via de transporte.[3]
O rio Nilo constituía o berço da existência dos antigos egípcios, os quais se dedicavam principalmente à lavoura. Entre junho e setembro, no tempo das enchentes, as chuvas intensas transbordavam o rio; este ultrapassava as margens e inundava imensas áreas de terras que as beiravam. Essas águas tornavam mais fértil o solo, uma vez que continham limo e matéria orgânica, que era transformada em adubo de excelente qualidade. Além de adubos, o rio continha muitos peixes e oferecia oportunidades à navegação de milhões de embarcações.[3]
Na hipótese dos egípcios, o rio Nilo era realmente abençoado pelos deuses. Quer dizer, o mesmo rio era conhecido como santo. No entanto, o Egito não era exclusivamente essa dádiva do Nilo. Eram necessários homens experientes, trabalhadores, aplicados e organizados.[3] Na época da estiagem, enquanto cooperavam para juntar forças e conjunto, os egípcios desfrutavam das águas do rio para regar inclusive terras longínquas ou erguer diques para conter as enchentes.[3]
Depois das enchentes, as águas diminuíam, desfazendo os limites das fazendas. Dessa forma, a cada ano que passava, a necessidade do homem trabalhador para a medição e o cálculo desenvolveu a geometria e a matemática. Esse trabalho frequente e a unidade geográfica possibilitaram um governo centralizador e único.[3]
O vale do rio Nilo foi povoado a partir do paleolítico. Temporalmente, nasceram comunidades livres e estruturadas denominadas nomos. Os nomos foram incorporados em dois reinos (do Norte e do Sul) e em torno de 3200 a.C. foram todos agrupados pelo faraó Menés em um único reino. Como ele, iniciaram-se as grandes dinastias (famílias reais que administraram o Egito por quase três mil anos).[3]
A História do Egito é habitualmente dividida na periodização de quatro grandes etapas:[3]
No fim do Médio Império, ocorreu uma enorme imigração pacífica de hebreus ao Egito, que acabaram perdendo a liberdade e foram finalmente libertados para que retornassem à sua pátria de procedência. Após os hebreus, os hicsos dominaram o Egito, ali se domiciliando por duzentos anos. Implantaram os carros de guerra, ignorados pelos egípcios, e seu desalojamento caracterizou o início do Reino Novo.[3]
No fim do Reino Novo, aconteceu um desmantelamento do Egito e seu declínio favoreceu para o domínio e a invasão por parte de diversas outras civilizações, como persas, gregos, romanos e muçulmanos. Nos tempos modernos, o Egito foi conquistado administrativamente pelos franceses e ingleses, até se fazer independente em 1962, como Estado moderno.[3]
No Egito, a sociedade se subdividia em certos níveis, cada um com suas funções bem determinadas. Nesta sociedade, a mulher possuía enorme influência e poder.[3]
No ponto mais alto da pirâmide encontrava-se o faraó, sem limites de poderes, porque o faraó era considerado uma santidade, divindade e admitido como um herdeiro de deus ou como o verdadeiro deus. Constitui o que se denomina teocracia, ou seja, governo em favor de deus.[3]
O Egito foi governado por numerosos faraós em seu longo passado. Poucos merecem algum destaque.[4]
Os egípcios eram um povo profundamente religioso. Isso foi importante no desenvolvimento de sua civilização e estrutura da sociedade. Eram politeístas (crença em diversos deuses).[4] A partir dos tempos mais antigos, os egípcios veneravam vários e misteriosos deuses.[4] Os primeiros deuses foram animais e toda a pessoa possuía seu deus que o guardava. Veneravam gatos, bois, serpentes, crocodilos, touros, chacais, gazelas, escaravelhos, etc.[4]
Dentre os animais venerados, o mais conhecido foi o boi Ápis que, durante a sua morte, causava luto no Egito inteiro e os sacerdotes buscavam nos campos de um sucessor fisicamente idêntico. Acreditavam que um deus poderia se corporificar em um animal vivo.[4] O rio Nilo, com suas cheias diárias, e o vento cálido do deserto, que devastava as colheitas, eram venerados como forças da natureza.[4]
Os egípcios acreditavam na vida após a morte,[4] por esse motivo, cultuavam os mortos.[4] Cada localidade possuía seus deuses, com características diferenciadas, sendo alguns deles metade homem e metade animal (em geral, corpo de homem e cabeça de animal — antropomorfismo).[4]
Segue abaixo a descrição de cada deus egípcio e suas prerrogativas atributivas:[6]
Os templos egípcios não eram semelhantes às igrejas atuais. Eram imensos e enormemente grandes,[6] com um grande portão e vastos pátios acessíveis. As gigantescas colunas seguravam os templos. Na parte do fundo encontrava-se a estátua do deus local e nos lados uma pequena quantidade de outros deuses. Nos frontispícios, as grandes estátuas dos faraós que mandaram erguer os templos. No interior dos templos, moravam inúmeros sacerdotes, cabelo raspado e trajados com uma única túnica.
Do Antigo Egito restaram as ruínas dos dois grandes templos, o templo de Luxor e o templo de Karnak.[7]
Quanto às múmias, os egípcios acreditavam que o ser humano era constituído por Ká (o corpo) e de Rá (a alma). Na opinião deles, quando morria, o corpo (Ká) era deixado pela alma (Rá), mas esta poderia continuar a morar no reino de Osíris ou de Amon-Rá. Isso seria possível apenas caso fosse preservado o corpo que deveria manter viva a alma. Daí vinha a necessidade do embalsamamento ou da mumificação do corpo para não permitir o apodrecimento do mesmo. Para garantir que a alma continuasse a viver após a morte, em caso de destruição da múmia, estatuetas do falecido eram postas no túmulo.[7]
O túmulo era semelhante a uma moradia de um vivo, com mobiliários e abastecimento de refeições. As pinturas das paredes simbolizam as cenas do morto à mesa, na caçada aos animais e na atividade pesqueira. Eles acreditavam na magia dessas pinturas,[7] porque eles pensavam que o espírito do falecido se sentia alegre e calmo ao observá-las. O espírito do falecido ia ao Tribunal de Osíris, onde era sentenciado por suas obras, para ver se podia ser aceita no reino de Osíris.[7]
Os túmulos eram habitações de eternidade. Para melhor conservar os corpos, colocavam-se as múmias em sarcófagos hermeticamente tampados. Os faraós, os nobres, os ricos e certos sacerdotes erguiam imensos túmulos feitos de pedras para assegurar que os corpos fossem protegidos contra ladrões e profanadores. Foram feitos para assegurar a longa expectativa no tempo até o retorno do espírito.[7]
Dessa forma, eram erguidas mastabas, pirâmides e hipogeus abundantemente enfeitados.[7]
Durante a antiguidade, a cultura egípcia era o conjunto de manifestações culturais desenvolvidas no Antigo Egito. Sem falar das pirâmides, mastabas, hipogeus e nos vastos templos, a arte do Antigo Egito se expressava nos palácios, nas grandes colunas e obeliscos, nas esfinges, na estatuária e na arte decorativa em baixo-relevo. Listados abaixo:[8]
No antigo Egito eram erguidas mais de cem pirâmides. As três grandes estão compreendidas entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo. Até hoje as pirâmides apresentam certos mistérios para a mente humana. Dessa forma, a moderna engenharia até então não chegou a esclarecer como, naquele momento, começou-se a transportar blocos rochosos de 2 a 10 ou mais toneladas oriundas de distantes lugares até o deserto onde estão as pirâmides. Mais complicado também seria elucidar como vieram a carregar pedras em cima de pedras até uma altura de 146 metros (a altura original da grande pirâmide de Quéops). Outro segredo seria justificar porque motivo as pirâmides eram erguidas com seus lados religiosamente virados para os quatro pontos cardeais. Hoje em dia, várias pessoas creem em uma enigmática força de concentração de energia no interior das pirâmides. Assim, não apodreceriam certas coisas perecíveis que fossem postas dentro, na disposição ocupada pela câmara do rei.[10]
Para isso, com ajuda de uma bússola, deve-se direcionar as bases piramidais na localização dos pontos cardeais. Crê-se, ainda, em curas ou melhoras de saúde por meio da utilização de uma pirâmide de cobre em condições de compreender um ser humano em seu interior.[10]
Os egípcios não eram tão excelentes cientistas como arquitetos. Nas ciências, expandiram a matemática, a astronomia, a medicina e a engenharia. Separaram o ano em 365 dias e em 12 meses com 30 dias cada um e três semanas de dez dias cada uma. Utilizavam os relógios solares, estelares e à base de água para mensurar o tempo.[11]
Na matemática, expandiram a geometria, por causa da importância de mensurar as terras agrárias e construir as enormes edificações.[11] Na medicina, possuíam médicos especialistas em diversas doenças e faziam cirurgias, usando também um gênero de anestésico.[11] Mas, a medicina egípcia, como em toda a Antiguidade, era mais esotérica que científica, pois sempre vinha seguida de magias e de pedidos de socorro ou proteção às divindades.[11]
Eram peritos no processo de mumificar corpos por meio de recursos de embalsamamento que preservaram numerosos corpos até os dias atuais. Heródoto, conhecido historiador grego, nos relata como era realizada a mumificação:[11]
“ | "Tiram-lhe primeiro o cérebro, com ferro recurvado, que introduzem nas narinas e com o auxílio de drogas, que injetam na cabeça. Fazem em seguida uma incisão no ventre, com uma pedra cortante da Etiópia. Tiram por esta abertura os intestinos, que são lavados, passados por vinho de palma e por aromas, enchem, seguidamente, o ventre de mirra (resina de uma árvore utilizada como incenso ou perfume), canela e outros perfumes, depois o costuram cuidadosamente. Terminado isto, salgam o corpo e cobrem-no de natrão (carbonato de sódio natural) durante setenta dias. Acabado este prazo, lavam o corpo e o envolvem inteiramente em faixas de linho." | ” |
Em seguida, punham o corpo no sarcófago. Os pobres possuíam processos de mumificação bem mais fáceis.[11]
Os egípcios eram um dos primeiros povos a usar a escrita no mundo. Expandiram três alfabetos:[12]
No decorrer da campanha de Napoleão Bonaparte no Egito, o arqueólogo francês Jean François Champollion levou para a França, em 1799, uma pedra da cidade de Roseta, englobando inscrição em três gêneros de escrita: hieróglifos, grego e demótico. Em 1822, Champollion, correlacionando o texto em língua grega clássica com o mesmo tema em hieróglifos, chegou a interpretar o alfabeto egípcio, colaborando para as pesquisas da civilização egípcia.[12]
Os egípcios escreviam especialmente em uma planta denominada papiro, muito encontrada às margens do Nilo. O miolo do papiro era extraído e as partes eram conectadas umas às outras e prensadas, compondo rolos que também eram exportados para povos vizinhos. Os egípcios herdaram diversos livros publicados, a maior parte sobre assuntos relacionados à religião, como o conhecido Livro dos mortos.[12]
Por intermédio dos documentos achados, como trechos de músicas e instrumentos, a arte musical teria se iniciado na Mesopotâmia e no Antigo Egito. Verdadeiramente, em 1950, uma canção assíria de 4000 a.C., inscrita em uma tabuleta feita de argila, foi achada pelos arqueólogos.[13]
Os egípcios utilizavam muito a música em todos os momentos religiosos ou da sociedade, como casamentos, festas, canções de guerra, de vitória, ou para manifestar expressões de tristeza e luto. Tangiam lira, cítara, oboé, címbalo, harpa e instrumentos com caixa de ressonância.[12] Era uma constante que as mulheres ricas fossem excelentes cantoras. Ao lado da música, a dança e a coreografia se expandiram. Os mesopotâmicos e os egípcios já chegaram a escrever a música por meio de sinais.[13]
Os egípcios exerceram enorme influência no progresso de diversos povos vizinhos ou longínquos. Vários eruditos de outros povos da antiguidade iam procurar seus saberes no Egipto, onde faziam estágios. Criaram a geometria, a qual mais tarde seria acompanhada pelos gregos e demais povos.[13]
Na medicina, a influência egípcia foi quase completa. Provavelmente, superaram todos os povos antigos nos saberes médicos.[13]
No que diz respeito à religião, seus deuses e suas crenças chegaram a se difundir por toda a parte. As pirâmides maravilharam o mundo, e sua crença na imortalidade do espírito foi tida como um desenvolvimento na religiosidade.[13]
No que tange à escrita, foram precursores na arte de escrever, e seus caracteres vieram para a Fenícia, onde eram reduzidos, transformando-se no alfabeto que possuímos nos dias atuais. Importante colaboração às civilizações antigas foi o papiro que o Egito produzia a todo o mundo antigo para publicar seus livros, fundar suas bibliotecas e proporcionar material de pesquisa para seus sábios.[13]
A Mesopotâmia constituía uma fértil região da Ásia Menor, localizada nas planícies produtivas banhadas pelos rios Tigre e Eufrates que desembocam no Golfo Pérsico. A Mesopotâmia equivale em boa parte às atuais terras do Iraque.[14]
O termo Mesopotâmia procede do grego clássico: mesos, meio, potamos, rio e quer dizer “região localizada entre rios”, ou melhor, nesse caso, região abrangida entre os rios Tigre e Eufrates. Entretanto, como observado no mapa, a Mesopotâmia ia além desses rios.[14]
Eram muitos os povos os quais, por intermédio de conflitos, dominaram repetidamente essa rica região do Oriente Médio (Ásia Menor). Dentre eles, podem ser mencionados os sumérios, os hititas, os amoritas, os assírios, os elamitas, os acádios, os cassitas, os babilônios, os caldeus, dentre outros.[14]
Os dois principais povos dessa região são os sumérios e os babilônios. Não se sabe a procedência dos sumérios, mas compreendemos que, em torno de 3 000 a.C., eles se fixaram ao sul da Mesopotâmia, próximo do Golfo Pérsico.[14]
Inúmeras comunidades, as quais, gradualmente, tornaram-se cidades-estados, foram criadas pelos sumérios. Assim, nasceram as cidades de Ur, Uruk, Lagash, Nippur. A principal delas foi Ur.[15][14]
A região, conquistada pelos sumérios, não tinha um poder central que lhe concedesse unidade política. Toda a cidade era que nem um país independente, com governo próprio. Cada cidade-estado era administrada por um civil (patesi) e um sacerdote. Essas cidades viviam em permanentes conflitos e foi o rei Sargão I quem chegou a lhes conceder unidade, criando o reino da Suméria, que ia da Mesopotâmia até o Mar Mediterrâneo.[14]
Com o falecimento de Sargão I, o reino entrou em declínio e ficou sob o domínio de povos dominadores.[14]
Liderados por Hamurábi, tomaram posse da Suméria e criaram o grande Império Babilônico, cerca de 1 700 a.C. Foi Hamurabi quem criou o primeiro código de leis de que se tem notícia. As leis presentes nesse código estabeleciam os direitos e deveres da população e dos políticos. No entanto, segundo a classe social, as pessoas não desfrutavam dos mesmos direitos no Império Babilônico. Os escravos, por exemplo, não eram tidos como gente, mas sim como objeto, uma mera propriedade qualquer. Ou melhor, as civilizações antigas possibilitavam a escravidão e os prisioneiros de guerra, ao invés de serem mortos, eram utilizados como escravos para trabalhos braçais. Procede de Hamurabi a lei do talião: “Olho por olho, dente por dente”. Outra lei determinava que, caso um homem penetrasse em um pomar e fosse pego roubando, devia pagar uma determinada quantidade em prata. Esse código exerceu enorme influência nas legislações de outros povos.[16]
O Império Babilônico entrou em declínio, sendo invadido pelos assírios, povo guerreiro de importante estrutura militar e o primeiro a empregar os carros de guerra. Os assírios eram perversos e agressivos, dominaram diversos povos e invadiram a região durante quinhentos anos.[16]
Posteriormente, em 612 a.C., o Império Babilônico se reestruturou e veio ao apogeu com Nabucodonosor II, que melhorou a cidade, ergueu os conhecidos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo, e mandou edificar um imenso zigurate, chamada de Torre de Babel pela Bíblia. De fato, em 1899, no decorrer de escavações, foi avistado um enorme zigurate que se achou que fosse a Torre de Babel. Possuía 90 metros de base e outro tanto de altura, com o topo revestido de ouro e azulejos pintados de azul.[16]
Os textos eram escritos pelos sumérios e babilônios em tabletes de barro. Foram os inventores de um tipo de escrita em formato de cunha, que por esse motivo, recebeu o nome de escrita cuneiforme. Esses tabletes feitos de barro pesavam muito e não eram de fácil manuseio, mas possuíam a vantagem de duração de séculos ou milênios com escrita inteligível.[16] Pesquisadores dos dias atuais acharam muitos deles e assim puderam descobrir uma grande quantidade de coisas da primeira civilização da história da humanidade. Na cidade de Nínive, o rei Assurbanipal fundou uma biblioteca, com 22 mil tabletes de argila (barro) com escritos em uma grande variedade de assuntos. Dentre demais assuntos, nos é mostrado pelos tabletes como eram o comércio e os negócios daquele tempo. Por exemplo, uma relação de medicamentos receitados aos pacientes é feita pelo médico. Há 3 000 anos, os deveres de um menino, na escola, são relatados por um dos tabletes de maior interesse: o menino precisava ir mais rápido para evitar que chegasse atrasado na escola, senão a criança apanharia do professor. O professor, utilizava, também, a vara ou palmatória para castigar os alunos que dialogassem, que deixassem a escola sem autorização ou estudassem sem caprichar como deviam.[16]
Tanto os sumérios como os babilônios eram politeístas, ou seja, criam numa grande variedade de deuses.[17] Toda a cidade tinha o seu deus protetor. A Babilônia, por exemplo, estava sendo protegida por Marduque. Criam também nas forças dos astros e da natureza e veneravam o céu (Anu), a Terra (Enlil), a Lua (Sim), o raio e a tempestade (Hadade), o fogo (Guibil), etc.[17]
Cultuava-se a religião nos templos, denominados zigurates, construções com degraus em formato de pirâmide. Os mesopotâmios criam que os astros influenciavam na vida do homem, originando assim a astrologia. Os adivinhos e sacerdotes que estudavam os astros eram muito prestigiados. Os povos da Mesopotâmia contribuíram muito para o conhecimento dos astros, e através desse conhecimento conseguiam mesmo fazer a previsão das enchentes dos rios Tigre e Eufrates.[17]
Foi muito importante a herança deixada pelos sumérios e pelos babilônios aos povos futuros. Dentre demais colaborações, podem ser apontadas:[17]
Os povos antigos não criam que a alma era imortal, eram religiosamente pessimistas e viviam sem preocupações com a morte ou com o que as pessoas viam com seus próprios depois que morriam. Buscavam a sua proteção contrária às forças malignas utilizando amuletos e fazendo toda sorte de magia.[17]
Uma das divindades mais adoradas era a deusa Ishtar, personificação do planeta Vênus. Protegia o amor e a guerra.[17]
As origens mais antigas dos hebreus (ou israelitas) ainda não se conhecem. A Bíblia sempre é a fonte mais importante para estudar esse povo. As origens se iniciaram com Abraão, líder de uma tribo de pastores seminômades que, recebendo os conselhos de Deus, partiu da cidade de Ur na Mesopotâmia, perto das margens do rio Eufrates, foi para Harã e depois se fixou na terra de Canaã, no litoral leste do mar Mediterrâneo (hoje Israel). O caráter dessa migração era religioso e teve grande duração de tempo até a chegada de Abraão à terra que Deus prometeu.[18]
Abraão, em contrapartida aos demais homens da época, cria em um único Deus, que criou o mundo, que não se podia ver e que lhe ordenou que partisse para Canaã. Premiado por obedecer a isso e por crer, uma promessa de Deus foi recebida por ele: sua família originaria um povo que se destinaria a ter a terra de Canaã, na qual, de acordo com a Bíblia, brotava leite e mel. Renovou-se essa promessa a Isaac, do qual Abraão era pai e mais tarde a Jacó (do qual Abraão era avô), este recebendo dum anjo a denominação de Israel, cujo significado é “o forte de Deus”. No entanto, Canaã foi definitivamente conquistada, no século XIII a.C., durante a saída de Moisés do Egito e a condução de todos os hebreus à Terra Prometida, em 1 250 a.C..[18]
São chamados de patriarcas os três primeiros líderes dos israelitas: Abraão, Isaac e Jacó. O primeiro passava a sua vida em Ur, na Mesopotâmia. Abraão é ordenado por Deus que partisse para Canaã e lhe é prometido por ele que sua família terá um excelente futuro. Abraão viaja e é estabelecido na terra de Canaã com seus familiares. Depois que morreu, é sucedido por Isaac, do qual Abraão é pai. Depois, é seguido por Jacó, do qual Isaac é pai.[19]
Jacó é pai de doze filhos, que vão originar as doze tribos de Israel. José, o mais jovem deles, é o preferido dos pais. Ele é invejado pelos irmãos de tal maneira que é vendido como escravo a comerciantes egípcios, sejam eles nascidos no país, sejam eles imigrantes. No Egito, José trabalhará na corte do Faraó.[19] Depois de uma grande quantidade de aventuras ele é nomeado primeiro-ministro. Naquela época, muitos israelitas ficam sem nada para comer e José conseguiu estabelecer sua família no Egito.[20]
A vida dos hebreus no Egito foi pacífica por uma grande quantidade de gerações. No entanto, um faraó ficou inquieto porque a população cresceu e seu país ficou poderoso. Decide transformá-los em escravos e ordena a matança de todos os meninos recém-nascidos. Ora, naquele tempo, surge numa família de hebreus, o menino Moisés. Para ser salvo, é acomodado por sua mãe em uma pequena cesta feita de papiro e é escondido dentre os caniços do rio Nilo. A filha do faraó recolhe o bebê e o educa na corte. Chegando na idade adulta, Moisés se revolta porque seu povo é miserável e se refugia no deserto do Sinai. Ali, Deus é revelado a ele e lhe promete duas coisas: tornará livres os israelitas da escravidão e ser-lhe-á dado o país de Canaã. Desde então, a missão extraordinária de Moisés é de que o povo israelita será guiado até a Terra Prometida e será por ele transmitida aos homens a mensagem de Deus incluída nos dez mandamentos.[20]
Moisés retornou, então, para o Egito, para juntamente do faraó e lhe pediu que fosse permitida a partida dos hebreus à sua terra, porque Deus ordenou. Sabendo que o faraó recusou, o Egito é castigado por Deus com dez terríveis pragas, contadas na Bíblia. Enfim, o faraó renuncia e os israelitas são libertados: é o Êxodo, ou seja, o momento histórico em que os hebreus saíram do Egito.[20]
Os hebreus foram conduzidos por Moisés por meio do deserto do Sinai. Outra vez, Deus é revelado a ele, ser-lhe-ão dadas as Tábuas da Lei, com os dez mandamentos e uma aliança, um pacto é feito por Moisés com os israelitas. Estes são protegidos por ele até entrarem na terra de Canaã, no entanto, será exigido em troca que seu povo obedeça absolutamente a suas leis. Sem dúvida, são ditas por Deus a Moisés as leis de regência à vida do povo de Israel. As 10 primeiras são de importância particular: são os Dez Mandamentos da Lei de Deus.[20]
Depois da saída do povo de Israel do Egito, o mar Vermelho foi atravessado pelos israelitas que erraram 40 anos pelo deserto, enfim, chegando às fronteiras da Terra Prometida (atualmente Estado de Israel). Moisés falece, Josué sucede-lhe, declara uma guerra santa contra os cananeus e ganha. O país dos cananeus é transformado então no país de Israel. Deus cumpriu o que prometeu.[20]
Uma vez que se estabeleceram na terra de Canaã, era preciso uma autoridade para chefiar os hebreus nas batalhas contra os inimigos e orientar as atividades do povo. Foram os juízes, e dentre eles mereceram destaque Josué, Sansão, Gideão e Samuel. Depois dos juízes, o reino de Israel foi fundado, sendo que o rei passou a comandar o país.[20]
Davi e Salomão foram os reis mais vitoriosos da história de Israel. Davi terminou de conquistar a terra de Canaã e criou o reino de Israel. Mandou embora os filisteus e elegeu Jerusalém como capital. Davi foi um rei autor de poesias e seus vários salmos bíblicos foram escritos.[21]
Na época do reinado de Salomão, Israel se desenvolveu muito. Ordenou a construção de palácios, fortificações e o Templo de Jerusalém. No interior do templo, se localizava a Arca da Aliança, contendo as Tábuas da Lei, nas quais estavam escritos os Dez Mandamentos, que Deus ditou para Moisés no Monte Sinai, durante a vinda do povo hebreu do Egito à Canaã.[21]
Importou-se a maior parte do material utilizado nas construções de Tiro, na Fenícia. Exageraram-se muito as importações de madeira (especialmente o cedro-do-Líbano), ouro, prata e bronze que o país tornou-se empobrecido. O dinheiro recebido era muito pouco para que as dívidas fossem pagas. Para que os gastos e o luxo da corte fossem sustentados, os impostos foram aumentados por Salomão que tornou obrigatório o trabalho da população empobrecida em obras públicas. Além do mais, a cada três meses 30 000 hebreus foram revezados no trabalho das minas e das florestas da Fenícia para extrair madeira, como forma de pagar a dívida externa de Israel com a Fenícia.[21]
A administração de Salomão foi motivo de descontentamento do povo, porém, ele foi considerado historicamente como um rei que construiu muito e, especialmente, como um rei de muito conhecimento.[21]
Os demais povos se apoderaram de Israel por uma grande variedade de vezes. Após a divisão de Israel em dois Estados adversários — Israel na parte setentrional e Judá na parte meridional, os assírios e babilônios aprisionaram os hebreus. Depois, dentre os demais povos dominadores, os persas e romanos se apoderaram de Israel. Por volta do ano 70 d.C., a cidade de Jerusalém foi destruída pelo imperador romano Tito. Os judeus, desde então, foram espalhados pelo mundo (foi a denominada Diáspora) e somente foi conseguida a reunião no território de hoje, em 1948, quando fundou-se o Estado de Israel.[22]
Demais povos conquistaram os israelitas, bem enfraquecidos sob a ótica militar, e até levaram como escravos à Babilônia (o cativeiro da Babilônia). Mas os hebreus superaram numerosas dificuldades por meio dos séculos e, uma vez que se uniram ao redor de seus ensinamentos religiosos, ainda hoje são sempre um povo.[23]
Uma função bem essencial na parte religiosa e moralista foi desempenhada pelos judeus, que influenciaram muito o ocidente inteiro, a partir da Europa às Américas.[23]
Eram praticantes do monoteísmo e acreditavam em Javé, Deus que criou tudo, universal, que não pode ser visto, espírito todo-poderoso, o qual não se podia representar através de estátuas ou imagens. Os hebreus tinham que adorá-lo "em espírito e verdade". Os sacerdotes também denominavam-se de levitas, por serem pertencentes à tribo de Levi, uma das doze tribos israelitas.[23]
Nos 1000 anos anteriores à época em que Jesus Cristo nasceu, o povo hebreu escreveu sua história, suas leis e suas crenças. Esses relatos, em seu total, acham-se na parte inicial da Bíblia, denominada de Antigo Testamento, o qual é a parte que o povo hebreu segue. A Bíblia é um livro religioso do judaísmo como também do cristianismo.[23]
Quanto às festas e dias santificados, os judeus consagram o sábado à prática da religião. Proíbe-se qualquer trabalho que pode ser realizado apenas em seis dias úteis. Os judeus reservam o sábado, propriamente dito, para se encontrar com os familiares, para que orem e estudem o Antigo Testamento (faziam-se também cultos religiosos na sinagoga).[23]
Geralmente, fatos históricos, religiosos e agrícolas são comemorados pelas festas religiosas. A festa religiosa de maior solenidade do judaísmo é o Yom Kippur (Dia do Perdão); era um dia destinado pela Lei de Moisés para que todos se apresentassem diante do Sumo Sacerdote e, através do ato simbólico do sacrifício, fossem perdoados por Deus caso houvesse sinceridade no arrependimento.[23]
Numa época antiga, dentre os judeus, Deus era homenageado através de animais sacrificados (holocaustos) e através de ofertas. Atualmente, na Diáspora (dispersão pelo mundo), os judeus são reunidos em locais de culto que chamam-se sinagogas. Orar e ler a Bíblia Hebraica tornam-se atos indispensáveis na vida judaica.[24]
Em toda a história israelita, certos homens influenciaram uma função especial: eles são os profetas. Os profetas são pessoas que Deus inspirou; são os porta-vozes dele. Desde o século VII a.C., eles já esperavam muito: o Messias, um enviado de Deus, veio para que o mundo seja transformado, fazer com que reinem a paz, a justiça e o amor e que os israelitas estejam reunidos para que vivam em paz em sua própria terra. Os israelitas ainda hoje sempre esperam um messias salvador, que, segundo o que os cristãos acreditam já chegou na pessoa de Jesus Cristo.[24]
Esperando o messias, o judeu tem que preferir a santidade, em observação da Lei e das regras de vida (moral judaica). O conteúdo das leis aparece em um livro que denomina-se Torá (lit. "Lei"). Elas dizem respeito ao total dos aspectos da vida: cultuar, trabalhar, viver em família, comer, vestir, punir as faltas, etc. Os religiosos que explicam as leis da Torá são mestres que chamam-se rabinos. O conteúdo dos comentários que os rabinos explicam a respeito dessas leis aparece num grande livro: o Talmud.[24]
O povo fenício, originário do Oriente Médio, habitou, desde uns 3 000 a.C., uma faixa terrestre de pequeno comprimento no litoral leste do mar Mediterrâneo, na região que o Líbano e a Síria ocupam atualmente.[25]
Proprietários de uma pequena quantidade de terrenos e de solos arenosos, os fenícios não foram dedicados à agricultura. Uma vez que se cercavam de regiões montanhosas entre as partes setentrional, meridional e oriental, somente lhes sobrava o aproveitamento do mar. Convivendo com o mar, inventaram precocemente a construção de navios e a navegação. Dessa forma, suas cidades mais importantes, como Tiro, Sidom, Biblos e Ugarite, foram transformadas em portos de partida dos navios que vendiam produtos próprios ou de demais nações. Suas galeras viveram aventuras pelos mares em corajosas viagens, na conquista de mercados longínquos.[25]
Foi dessa forma, que os fenícios, além de sondar o mar Mediterrâneo, comercializando com as ilhas de Chipre, Creta, Sicília, Córsega e Sardenha, alcançaram o oceano Atlântico, vindo ao mar Báltico, no norte da Europa, e explorando o litoral da África. Os fenícios foram o povo que mais navegou e explorou durante a Antiguidade. Circum-navegaram o litoral da África no ano 600 a.C., por solicitação do faraó egípcio Necao, viajando no mesmo trajeto que, dois mil anos depois, seria feito por Vasco da Gama na direção oposta. Existe, ainda, a afirmação de quem considera a chegada dos fenícios até o litoral brasileiro.[26]
Numerosas foram as mercadorias que os fenícios comercializavam. Compravam-se alguns deles em demais nações e revendiam-se em demais locais. Porém, a maior parte era de produtos propriamente fabricados, como tecidos, corantes para pintar tecidos (como a púrpura), cerâmicas, armas de fogo, peças metálicas, vidro transparente e colorido, joias, perfumes, especiarias, entre outros. Seus artesãos possuíam habilidade para imitar e falsificar mercadorias de demais povos. Importavam-se também os cedros da região montanhosa da Fenícia. Os fenícios também foram o povo que mais vendia escravos à época. Criaram feitorias (pontos onde mercadorias eram armazenadas) e uma grande quantidade de colônias em demais regiões, como as ilhas de Malta, Sardenha, Córsega e Sicília, e criaram, na porção setentrional da África, a famosa cidade de Cartago.[26]
Os fenícios se organizavam em cidades-estados, ou seja, cada cidade fenícia formava um centro comercial livre e administração política peculiares. Comerciantes de influência denominados sufetas exerciam o governo dessas cidades. Por uma grande quantidade de vezes, essas cidades chocavam-se porque o comércio era muito concorrido. Tributos chegaram mesmo a ser pagos por certos centros urbanos que objetivavam preferir e proteger seus produtos comerciais.[26]
Inicialmente, os fenícios usavam a escrita cuneiforme da Mesopotâmia. Após a escrita cuneiforme, os fenícios, propriamente ditos, começaram a usar hieróglifos dos egípcios. Porém, esses sistemas de escrita não estavam atendendo às suas necessidades de comércio. Dessa forma, nasceu a ideia da simplificação da escrita e da invenção do alfabeto, o qual tornou-se a mais importante colaboração dada pelos fenícios para o nosso planeta, na área da cultura.[26]
Este relevante descobrimento surgiu porque era necessária a facilitação dos contratos de comércio que eram contabilizados e elaborados com os demais países. Dessa forma, os fenícios criaram os 22 sinais que representam as consoantes; em seguida, o alfabeto fenício foi aperfeiçoado pelos gregos, que adicionaram as vogais, e este sistema de escrita passou a ser adotado pelos demais povos.[26]
Em Ugarit, encontrou-se uma biblioteca com numerosos tabletes feitos de argila com escritura a respeito dos aspectos administrativos, religiosos e mitológicos da Fenícia.[26]
O povo fenício era adepto do politeísmo, ou seja, cultuava uma grande variedade de deuses, como Astarte, deusa que protegia a fecundidade; Baal, deus do trovão; Melcarte, deus batalhador e cruel; Ishtar, adorada também na Fenícia, e demais divindades. Embora marinheiros, não possuíam deuses do mar e homens e crianças eram sacrificados por religiosos, em cerimônias ritualísticas, homenageando os deuses, especialmente Moloch.[27]
O povo fenício não teve originalidade na área científica, deixando de parafrasear de demais povos o que possivelmente seria de grande utilidade para eles. Como comerciantes, o setor de maior desenvolvimento dos fenícios foi o da construção de navios e da navegação. Conheciam muito bem matemática para construir navios e astronomia, que os ajudava a navegar pelos mares.[27]
O Império Aquemênida teve início em 549 antes de Cristo, depois de ser conquistado por Ciro, o Grande, e término em 330, quando Dario III foi derrotado por Alexandre Magno, da Macedônia. O tempo de duração do Império Persa, então, era de mais de dois séculos e abrangia peculiarmente a Ásia Menor inteira. Situava-se na área de ocupação atual dos seguintes países: Irã, Iraque, Líbano, Jordânia, Israel, Egito, Turquia, Cuaite, Afeganistão, Geórgia, parte do Paquistão, da Grécia, da Bulgária, da Romênia, da Ucrânia e da Líbia.[28]
Foi o mais extenso império sabido na época. Os persas, da mesma forma que os medos, eram ambos os povos originários de regiões de línguas indo-europeias e os quais foram estabelecidos no planalto iraniano há cerca de um milênio antes de Cristo.
Na história do Império Aquemênida, havia três reis persas mais importantes: Ciro, o Grande, Cambises I e Dario I. Sob a direção talentosa do general Ciro, então comandante das tropas persas, os dois povos, medos e persas, foram unidos em torno do século VI a.C. e constituíram o Império Persa.[28]
Quando Ciro II governou por 25 anos, a Mesopotâmia conseguiu não só ser conquistada por ele como também a Ásia Menor inteira. Ao contrário de demais dominadores, Ciro respeitava os povos que dominava, permitindo que essas populações vivessem normalmente bem, fossem livres para agir, trabalhar, cultuar seus deuses, entre outras atividades. Mais por razões de governo do que motivos de religião, Ciro, em algum momento, entrou num templo religioso persa com o objetivo de cultuar os deuses. A liberdade religiosa foi permitida e o roubo forçado dos templos babilônicos pelos soldados foi proibido. Caracterizado por sua liberalidade e generosidade, Ciro autorizou a volta dos hebreus escravizados pelos persas ao país de onde originaram, a Palestina.[28]
Sua administração não aceitava as ideias dos outros em ambos os detalhes:[29] os povos conquistados se obrigavam a prestar o serviço militar e a pagar altos tributos. Ciro faleceu em batalha por volta do ano de 529 antes de Cristo.[29]
O primeiro rei que sucedeu o pai Ciro foi seu filho Cambises, cujas características psicológicas eram a crueldade e a violência, sendo exigido por ele, também, a morte do próprio irmão. Em 525 a.C., Cambises dominou o Egito, mas morreu sem deixar evidências no caminho de volta ao seu país.[29]
Dario I era da mesma família de Cambises e tomou posse do governo no ano de 521 antes de Cristo. Expandiu ainda mais o grande Império Persa, dominando o vale do rio Indo e o norte da Grécia, no entanto, Dario I morreu na Batalha de Maratona,[29] quando os atenienses o derrotaram. A mais importante colaboração histórica deixada por Dario I foi, provavelmente, uma rigorosa ordem político-administrativa imposta por ele ao grande Império Aquemênida.[29]
O Império Aquemênida foi firmemente governado por Dario I, este ajudado por um forte exército, mas ao mesmo tempo, bondosamente. Para que facilitasse a administração, o império foi dividido em 20 províncias, denominadas satrapias. Um sátrapa governava cada satrapia. O rei nomeava os sátrapas, cujas funções mais importantes foram:[29]
Para que os sátrapas não fossem abusar do poder, cabia ao rei a nomeação para cada província de um secretário e de um general que o informavam sobre os acontecimentos que passavam em cada satrapia. Os inspetores, visitantes periódicos das províncias, enviados do rei, fiscalizavam os sátrapas, por sua vez, generais e secretários. Os inspetores tinham como o apelido a perífrase de "os olhos e os ouvidos do rei". Para que facilitasse as transações comerciais, Dario decidiu criar uma moeda (em ouro ou prata) para o império inteiro: o dárico. As moedas só podiam ser fabricadas por ordem do rei.[29]
As estradas dentre as mais importantes cidades do Império Aquemênida foram construídas pelos persas. O sistema de correio instituído por Dario utilizava essas estradas. Há mais de 20 quilômetros cada existiam estações de descanso com hospedaria e cocheira. Os mensageiros reais substituíam os cavalos, de modo que as distâncias muito compridas fossem possivelmente cobertas velozmente por eles. Os mensageiros obtiveram o transporte de uma mensagem entre as cidades de Susa e Sardes em um limite de tempo anterior a duas semanas, totalizando uma distância superior a 2 400 quilômetros.[30]
As principais atividades econômicas do Império Aquemênida foram a agricultura e o comércio. A população, embora fosse composta de agricultores, era muito empobrecida, se obrigando a dar aos fazendeiros grande parte do que era produzido pelos camponeses. Além do mais, se obrigava a trabalhar gratuitamente em obras públicas, como construir palácios, estradas e canais de irrigação, atividades agrárias bem apreciadas pela fé.[30]
A sociedade inteira era explorada pelo governo com o peso dos impostos, com a finalidade de sustentar o exército e o luxo da corte. O Império Aquemênida se relacionava comercialmente com o Egito, a Fenícia e a Índia.
A religião que o ilustre profeta denominado Zoroastro, natural da Pérsia, no século VI a.C., pregava, era seguida pelos persas. O deus do bem (Mazda) e o deus do mal (Arimã) lutavam constantemente e isso era pregado por Zaratustra. Cultuavam também o Sol (Mitra), a Lua (Mah) e a Terra (Zan).[30]
Criam em um deus que criou o céu,[30] a terra[30] e o homem[30] e em uma vida depois da morte.[30] Não se enterravam os corpos dos falecidos que se consideravam impuros para não sujar a terra-mãe sagrada. Colocavam-se às aves de rapina, em torres de maior altura, ou protegiam-se todos com cera antes de se enterrarem. Não possuíam torres nem estátuas, no entanto, acendiam o fogo sagrado, símbolo do deus do bem e da pureza. Além disso, o zoroastrismo (religião persa também denominada masdeísmo) difundia a bondade, a justiça e a retidão. O bem e o mal eram duplamente rígidos e isso influenciou enormemente o cristianismo, e, futuramente, o islamismo de Maomé.[30] A bíblia dos masdeístas era o Zendavestá.[30]
Os persas destacaram-se na arquitetura, erguendo belos palácios, como os de Persépolis e Susa. Ficaram famosos na fabricação de tijolos pintados em cores vivas. Na escultura, utilizaram os baixos-relevos. Copiaram dos egípcios e dos assírios. Escreviam letras cuneiformes, da Mesopotâmia.[31]
A China é um grande país, geograficamente falando, que se localiza no extremo leste do mundo. Por ser geograficamente isolado, demorou a chegada de uma grande quantidade de coisas que os chineses descobriram e inventaram no Oriente, como a pólvora, a bússola e o papel, em viagens marítimas de navio que levavam muito tempo para vir ao Ocidente, porque era muito longe e difícil. A China, da mesma forma que a Índia, era um local de procura de comerciantes de especiarias.[32]
Na região norte, nas proximidades do rio Amarelo (Huang Ho), as frequentes inundações e catástrofes das chuvas eram provocadas. Consequentemente, deviam tratar-se cuidadosamente a agricultura e certos produtos mais importantes, como o trigo e o milho, distantes das áreas de inundação, sendo obrigatória, dessa forma, a irrigação artificial utilizada, trabalhando pacientemente o solo tratado.[32]
Nas regiões de montanhas do centro-sul, que o rio Azul (Yang Tsé Kiang) domina, contrariamente, o clima era de calor e umidade e a plantação de arroz era favorecida. Servia-se, ao mesmo tempo, a região com uma rede de canais artificiais.[32]
A civilização chinesa é muito antiga. Ela foi desenvolvida no Período Neolítico, nas terras baixas do rio Amarelo. Pode ser reconstruída a história da antiga sociedade chinesa por meio dos inúmeros materiais arqueológicos que se encontraram. Já que as civilizações babilônica e egípcia voltaram-se para a agricultura, que se considerava a mais antiga das artes. Para que o exemplo seja dado ao povo, o arado do imperador ("o filho do céu") foi pegado e a terra era lavrada anualmente pela única vez.[33]
Perto dos anos 1 500 a.C., era boa a organização política da monarquia chinesa, dominada pela dinastia Shang, reinante entre os séculos XII e III a.C.. Uma grande variedade de dinastias foi sucedida, com classes sociais divididas.[33]
O período da dinastia Shu foi de movimentada atividade cultural. Nasceu uma grande variedade de correntes filosóficas vindas a ser chamadas de Centros Escolares, que se destinavam ao exercício filosófico e ao estudo da milenar história da China. Destas escolas, apareceram notáveis filósofos, como Confúcio e Lao-Tsé.[33]
A filosofia chinesa destacava-se através da obra dos seguintes pensadores:[34]