Eleições legislativas portuguesas de 1979
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As eleições legislativas portuguesas de 1979 foram realizadas no dia 2 de dezembro de 1979 para elegerem o segundo consistório da I Legislatura da Terceira República Portuguesa.
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250 lugares da Assembleia da República 125 assentos necessários para maioria | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Comparecimento | 82.87 0.66 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
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Estas eleições ocorreram três anos e meio depois de Mário Soares, líder do PS, se ter tornado primeiro-ministro em julho de 1976. Este governo do PS que não tinha maioria parlamentar foi um governo instável e em dezembro de 1977 viria a ser derrubado, após uma moção de confiança ter sido rejeitada pela oposição (PSD, CDS, PCP e UDP).[1] Soares iria formar um governo de coligação com o CDS em janeiro de 1978, mas em julho do mesmo ano a coligação seria rompida devido a uma falta de entendimento sobre a reforma agrária.[2] Em agosto, o presidente Ramalho Eanes nomeava Nobre da Costa para primeiro-ministro mas este não conseguiria ver o seu programa a ser aprovado no Parlamento[3] e, apenas dois meses depois, Mota Pinto seria nomeado para o cargo e governaria durante cerca de nove meses, embora sem nunca ter uma maioria estável.[4]
Face a esta situação, em julho de 1979, Ramalho Eanes decide dissolver o parlamento e convocar eleições intercalares para dezembro, uma vez que o texto originário da Constituição de 1976 previa, nas suas disposições finais e transitórias (art.° 299, n.° 1), que a I Legislatura terminaria no dia 14 de outubro de 1980. Entretanto, entre agosto e dezembro, Maria de Lurdes Pintassilgo tornou-se a primeira mulher (e até agora única) a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro[5] — chefiando o V Governo Constitucional, o último de iniciativa presidencial, com o único propósito de organizar as eleições intercalares.
Nas eleições, a recém-formada Aliança Democrática (formada pelos partidos de centro-direita: PSD, CDS e PPM) venceria com mais de 45% dos votos e conseguindo a maioria absoluta no parlamento. Com isto, Francisco Sá Carneiro foi nomeado para o cargo de Primeiro-Ministro.[6]
O Partido Socialista obteve um fraco resultado ao perder mais de trinta deputados e ao ficar-se pelos 27,3% dos votos. O Partido Comunista (PCP), agora concorrendo na Aliança Povo Unido (APU), obtinha o seu melhor resultado de sempre ao conseguir 18,8% dos votos e quarenta e sete deputados.