Eleições legislativas portuguesas de 1995
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As eleições legislativas de 1995 foram realizadas a 1 de outubro, no calendário normal previsto na Constituição, após o cumprimento dos quatro anos de mandato da anterior legislatura.
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230 lugares da Assembleia da República 116 assentos necessários para maioria | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Comparecimento | 66.30 1.48 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
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Após dez anos na oposição e bem longe de ameaçar as maiorias consecutivas do PSD, o PS liderado por António Guterres conseguia acabar com o ciclo hegemónico dos social-democratas e vencia de forma espetacular as eleições ao obter 43,8% e 112 deputados, um aumento superior a 14 pontos percentuais e de 40 deputados em relação a 1991.[1] Apesar desta grande vitória, o PS não conseguia obter a maioria absoluta e iria depender de acordos pontuais com PSD e CDS.[2]
Cavaco Silva, após 10 anos como Primeiro-Ministro e como líder do PSD,[3] não se apresentava nestas eleições e, no seu lugar aparecia Fernando Nogueira.[1] Apesar desta mudança, o PSD não conseguiu captar um eleitorado desejoso de mudança após 8 anos de maioria do partido. O PSD baixava dos 50,6% de 1991 para pouco mais de 34%.
O CDS, que agora era o Partido Popular (PP ou CDS-PP), quebrou um ciclo de 12 anos em queda nas eleições, dobrou a sua votação e triplicou a sua representação. Com um líder jovem (Manuel Monteiro) e com um discurso de tom populista e eurocético, o PP capturou muito do eleitorado descontente com o PSD.[1]
Por fim, a CDU liderada pelos comunistas e com o PCP pela primeira vez a não ser liderado por Álvaro Cunhal após as eleições de 1975 (substituído por Carlos Carvalhas em 1991) continuava com o seu declínio iniciado em 1985 e perdia 2 deputados em relação a 1991 e ficava-se pelos 8,6% e 15 deputados.[1]
Os resultados destas eleições indicavam a clara bipolarização entre esquerda e direita, com CDS-PP e CDU a elegerem 15 deputados cada, enquanto PS e PSD ficavam com uma clara maioria dos votos e deputados. Por fim, nota para a participação que voltava a baixar para os 66,3%.