Minas Geraes (couraçado)
navio couraçado da Marinha Brasileira / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Minas Geraes foi um navio couraçado brasileiro, do tipo dreadnought, operado pela Marinha do Brasil e nomeado em homenagem ao estado de Minas Gerais. Construído pelos estaleiros da Armstrong Whitworth, em Newcastle upon Tyne, suas obras se iniciaram em abril de 1907, sendo lançado em setembro do ano seguinte e comissionado em abril de 1910, o que fez do Brasil o terceiro país no mundo a ter um couraçado em sua marinha, iniciando uma corrida armamentista naval na América do Sul.
Minas Geraes | |
---|---|
Minas Geraes em andamento | |
Brasil | |
Operador | Marinha do Brasil |
Fabricante | Armstrong Whitworth |
Custo | US$ 8,8 milhões |
Homônimo | Minas Gerais |
Data de encomenda | 1906 |
Batimento de quilha | 17 de abril de 1907 |
Lançamento | 10 de setembro de 1908 |
Batismo | 10 de setembro de 1908 |
Comissionamento | 18 de abril de 1910 |
Descomissionamento | 16 de abril de 1952 |
Número do casco | 791 |
Estado | Desmontado |
Características gerais | |
Tipo de navio | Couraçado |
Classe | Minas Geraes |
Deslocamento | 21 500 t[1] |
Maquinário | 2 motores de tripla-expansão 18 caldeiras[1] |
Comprimento | 165,61 m[1] |
Boca | 23,31 m[1] |
Pontal | 12,81 m[1] |
Calado | 8,54 m[1] |
Propulsão | 2 maquinas à vapor de triplice expansão Vickers Sons & Maxins
18 caldeiras a carvão Babcock & Wilcox[1] |
Velocidade | 21 nós[1] |
Autonomia | 3 600 milhas náuticas à 19 nós ou 10.000 milhas náuticas à 10 nós. |
Armamento | 12x canhões Armstrong de 12 pol/45 cal. (305 mm) em seis torres duplas 22x canhões Armstrong de 4.7 pol. (120 mm) 8x canhões Armstrong de 47 mm [1] |
Blindagem | Casco - 229 mm à meia nau e 152 mm na proa e na popa
Torres principais - 229 mm na parte da frente e 203 mm nas laterais Convés - 51 mm.[1] |
Sensores | 5 estações rádio transmissores[1] |
Tripulação | 1 173 homens, sendo que 48 deles são oficiais, 90 suboficiais e primeiros-sargentos e 1 035 praças[1] |
Dois meses após sua conclusão, em janeiro de 1910, o Minas Geraes foi destaque na revista Scientific American, que o descreveu como "a última palavra em design de encouraçado pesado e [...] o navio de guerra mais poderosamente armado". Em novembro de 1910, o Minas Geraes foi o foco da Revolta da Chibata. O motim, desencadeado por racismo e abuso físico, se espalhou para outros navios da Marinha, incluindo seu irmão São Paulo, o velho navio de defesa costeira Deodoro e o recém-comissionado cruzador Bahia. Liderados pelo "Almirante Negro" João Cândido Felisberto, os amotinados ameaçaram bombardear a capital brasileira do Rio de Janeiro se suas demandas não fossem atendidas. Como não foi possível acabar com a situação militarmente – as únicas forças leais nas proximidades eram pequenos torpedeiros e tropas do exército confinadas em terra – o Congresso Nacional do Brasil cedeu às demandas dos rebeldes, incluindo a concessão de anistia, encerrando pacificamente o motim.
Quando o Brasil entrou na Primeira Guerra Mundial em 1917, a Marinha Real Britânica recusou a oferta do Brasil do Minas Geraes para servir na Grande Frota porque o navio estava defasado; ele não havia passado por obras de modernização desde que entrou em serviço, telêmetros e um sistema de controle de tiro ainda não tinham sido adicionados. O São Paulo passou por uma modernização nos Estados Unidos em 1920; em 1921, o Minas Geraes recebeu o mesmo tratamento. Um ano depois, o Minas Geraes partiu para combater a primeira das revoltas tenentistas. O São Paulo bombardeou o forte dos rebeldes e eles se renderam logo depois; Minas Geraes não disparou. Em 1924, os amotinados tomaram o São Paulo e tentaram persuadir as tripulações do Minas Geraes e vários outros navios a se juntarem a eles, mas não tiveram sucesso.
O Minas Geraes foi modernizado no Estaleiro Naval do Rio de Janeiro na década de 1930, e passou por novas reformas de 1939 a 1943. Durante a Segunda Guerra Mundial, o navio foi fundeado em Salvador como principal defesa do porto, pois era muito antigo para desempenhar um papel ativo na guerra. Nos últimos nove anos de sua vida útil, o Minas Geraes permaneceu praticamente inativo e foi rebocado para a Itália para desmantelamento em março de 1954.