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distrito do município de São José dos Campos Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Eugênio de Melo é um distrito do município brasileiro de São José dos Campos, que integra a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, no interior do estado de São Paulo[1][2].
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Distrito do Brasil | ||
Prédio histórico localizado na área central do distrito de Eugênio de Melo | ||
Localização | ||
Mapa de Eugênio de Melo | ||
Coordenadas | 23° 08′ 19″ S, 45° 47′ 11″ O | |
Estado | São Paulo | |
Município | São José dos Campos | |
História | ||
Criado em | 31 de agosto de 1877 (147 anos) | |
Características geográficas | ||
Área total | 90,953 km² | |
População total (2010) | 83 665 hab. | |
Densidade | 8 270,41 hab./km² | |
Outras informações | ||
Limites | Leste: Caçapava Oeste/Norte: São José dos Campos (sede) Sul: Jambeiro (São Paulo) |
No final do século XIX a área onde atualmente se situa o distrito de Eugênio de Melo exerceu importante papel na economia do município de São José dos Campos. A ocupação da região teve início com a instalação da fazenda Galo Branco, produtora de cana-de-açúcar, banana e principalmente café.[3] . Com o sucesso de produtividade, outras fazendas também se instalaram na região com objetivo de produzir café para atender a crescente demanda internacional por este grão[4]
Devido à expressiva produção, a partir deste local eram exportados grandes quantidades de café, originados de plantações existentes na região.[5] Deste modo, nas proximidades da fazenda Galo Branco surgiu um pequeno vilarejo, o qual recebeu a denominação de Nossa Senhora dos Cafezais.
Para viabilizar as crescentes exportações, foi empreendida a construção de uma estação ferroviária no ramal da ferrovia Central do Brasil que cruzava o povoado. Esta instalação, que foi inaugurada em 28 de agosto de 1877.[6][5] , recebeu o nome do engenheiro que a idealizou, ficando conhecida como "Estação Eugênio de Melo". Em 1881 uma forte geada destruiu 60% dos cafezais colocando a vila em grandes dificuldades econômicas, de modo que os agricultores locais optaram por substituir gradualmente a cafeicultura por plantações mais diversificadas.[5]
No início do Século XX, em decorrência da decadência da economia cafeeira em todo o Vale do Paraíba, a produção de café ainda remanescente foi praticamente encerrada[7][8][9].
Após alguns anos de dificuldades, o povoado teve um período de expansão e crescimento econômico decorrente da construção da primeira estrada de rodagem Rio-São Paulo, em 1924.[6]
A presença desta rodovia beneficiou o comércio local e trouxe mais mobilidade à população. Linhas de ônibus foram criadas e passaram a cruzar a área urbana, facilitando o deslocamento das pessoas.[5]
Em função do aumento populacional, optou se por oficializar a criação de um distrito, determinado pelo decreto estadual 6.638, de 31 de agosto de 1934. A localidade recebeu o nome de Eugênio de Melo, em homenagem ao engenheiro responsável pela construção da estação que fomentou o surgimento do vilarejo no final do século XIX.[10][6]
O processo de industrialização pelo qual passou São José dos Campos durante o século XX também se refletiu em Eugênio de Melo. A partir da década de 1960 diversas indústrias começaram a se instalar no distrito. Além de ampliar o mercado de trabalho, a industrialização deste local gerou a necessidade de incremento da infra-estrutura, fomentando a urbanização da região. A população local aumentou expressivamente no final do século XX e início do século XXI, atraídas sobretudo pela ampla disponibilidade de terras, pela facilidade de acesso e pela presença de grandes indústrias no entorno.
Em meados da década de 2000 a estação Eugênio de Melo, outrora responsável pela origem do nome do distrito, foi desativada por falta de demanda, uma vez que as indústrias locais adotaram o modal rodoviário como prioritário em suas atividades de logística e transporte.[11]
Em decorrência da proximidade com a Rodovia Presidente Dutra, atualmente a região tem sido alvo de empreendimentos industriais e imobiliários, contando com a criação de diversos condomínios residenciais fechados de médio e grande porte e alguns loteamentos de acesso controlado[12][13], além da constante construção de novas plantas industriais.
Da época cafeeira em Eugênio de Melo, ainda restam nos dias de hoje alguns patrimônios históricos, como a velha estação ferroviária, a sede da extinta fazenda Galo Branco e algumas ruínas de instalações pertencentes às antigas fazendas que ocupavam as terras da região.[3][4][5]
O nome deste distrito consiste em uma homenagem a Eugênio Adriano Pereira da Cunha e Mello, militar, engenheiro e diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil de 1889 a 1891, responsável pela implantação da estação de trem que impulsionou o crescimento demográfico local.[10][6]
Primeiramente foi criado o distrito policial por decreto de 23 de abril de 1917.[14] O distrito foi oficialmente instituído pelo decreto nº 6.638, de 31 de agosto de 1934.[15] Entretanto, considera-se que sua fundação ocorreu em 31 de agosto de 1877, sendo esta a data comemorada como seu aniversário.[16]
Localiza-se na zona leste de São José dos Campos, sendo uma região industrializada e em crescimento que encontra-se em processo de conurbação com o município de Caçapava. Concentra grandes indústrias, como a General Motors, Embraer, Ericsson, Parker, Amplimatic, Heatcraft, Orion, entre outras. Neste distrito também está situado o Parque Tecnológico da cidade e a maior unidade do Ceagesp de todo o vale do Paraíba.
Eugênio de Melo encontra-se, em sua maior parte, inserido na bacia hidrográfica do rio Pararangaba, tendo seu território demarcado pela presença deste rio e de diversos córregos afluentes. Em seu limite norte, o distrito apresenta porções territoriais cuja drenagem ocorre diretamente para o Rio Paraíba do Sul.[17][18]
O território pertencente ao distrito apresenta como principal característica geomorfológica a presença de vastos terrenos planos e depósitos sedimentares decorrentes da presença de um antigo lago que cobria praticamente toda a região há um milhão de anos.[19]
O relevo é composto por terrenos significativamente planos, de modo que o setor apresenta elevada suscetibilidade à saturação e ao acumulo de água superficial. Não é incomum a presença de afloramentos de águas subterrâneas, formando pequenas lagoas e charcos[20].
Tal geomorfologia foi moldada no período quaternário. Ao longo deste período, os processos externos envolvendo intemperismo, movimentos de encostas, erosão e sedimentação, foram responsáveis pela evolução dessas formas de relevo.[21]
O subsolo é demarcado pela presença de aquíferos rasos e abundantes.[22]. Em alguns pontos observa-se a ocorrência de depósitos de turfa, decorrentes de material orgânico acumulado milhões de anos atrás, enquanto a paisagem lacustre dominava a região[23]. Praticamente a totalidade do distrito está localizada sobre o sistema aquífero Taubaté, cujos poços fornecem águas bicarbonatadas sódicas[24]
Os solos locais são predominantemente areno-argilosos, muito permeáveis, tendo origem essencialmente aluvionar.[22]. Em escavações e em taludes à beira de estradas observam-se pontualmente a presença de algumas linhas de pedra, evidenciando a presença de leitos de extintos rios e fundos de antigos lagos[25]
Devido ao relevo bastante plano, ao longo de sua história geológica o curso do rio Paraíba do Sul passou por diversas alterações naturais no trecho em que passa pela área rural deste distrito, o que se reflete no grande número de meandros abandonados observados nas proximidades do seu canal principal[26]. Nestes meandros normalmente há a presença de águas estagnadas, com algum grau de eutrofização e vegetação típica de áreas úmidas[27].
Pelo Censo 2010 (IBGE) a população total do distrito era de 83 665 habitantes, sendo 41 829 homens e 41 836 mulheres, possuindo um total de 26 568 domicílios particulares.[28]
A área territorial do distrito é de 90,953 km².[29]
Os limites territoriais do distrito foram definidos pela lei municipal nº 2222, de 10 de setembro de 1979.[30] Esta lei estabelece que o distrito de Eugênio de Melo ocupa parte da zona leste de São José dos Campos[31], fazendo limites com as municipalidades de Caçapava a leste e Jambeiro ao sul.
Em sua maior parte, a delimitação entre Eugênio de Melo e o distrito sede de São José dos Campos é demarcada pelo traçado do divisor de águas de microbacias ligadas ao rio Pararangaba.[30][32] e por alguns de seus córregos afluentes[30]. Conjuntamente, esta lei estabelece que em certos trechos, esta divisa também segue traçado imposto pela presença da faixa de domínio das torres de eletricidade existentes no local[30]
Contando atualmente com mais de 83 mil habitantes, o distrito de Eugênio de Melo encontra-se subdividido por 64 bairros[33], dentre os quais, destacam-se como os principais[30][34][35]:
Chácara Boa Esperança | Jardim Lesta | Jardim São Vicente | Eugênio de Melo |
Vereda dos Campos | Jardim Nova Michigan | Magestic | Galo Branco |
Jardim da Flores | Jardim Pararangaba | Jardim Paraíso do Sol | Nova Detroit |
Jardim Ebenezer | Parque Nova Esperança | Jardim das Cerejeiras | Jardim Ipê |
Jardim Santa Inês I | Jardim Santa Inês II | Jardim Santa Inês III | Portal do Céu |
Residencial Armando Righi | Jardim Itapuã | Jardim Santa Lúcia | Residencial Terra Nova |
Parque Novo Horizonte | Fazenda Ronda | Capão Grosso | Santa Lúcia |
Dentre os principais cursos d'água que cruzam este distrito, destacam-se:
Devido à elevada concentração demográfica, presença de diversas indústrias e proximidade com uma movimentada rodovia, o distrito de Eugênio de Melo enfrenta alguns problemas ambientais.[18][21]
Dentre esses impactos, destacam-se aqueles relacionados à poluição, desmatamento, erosão e assoreamento dos canais.[18]
Embora suas ruas sejam relativamente bem arborizadas, a secular prática de agricultura eliminou a maior parte da vegetação natural da região, de modo que há poucas áreas com matas nativas remanescentes[41]. As maiores porções de áreas florestais encontram-se concentradas no extremo sul do distrito, no setor em que este faz divisa com o município de Jambeiro[42].
Grande parte das matas ciliares do rio Pararangaba e seus afluentes encontram-se ausentes. Nas margens do rio Paraíba do Sul a situação não é diferente, tendo pontos onde a agricultura avança até as bordas do corpo hídrico, ocupando terras que deveriam ser destinadas como áreas de preservação permanente (APP)[43].
O distrito de Eugênio de Melo encontra-se nas proximidades da Rodovia Presidente Dutra. Seus dois principais acessos à partir desta rodovia ocorrem pelo km 139, no viaduto Santa Inês ou pelo viaduto Eugênio de Melo, localizado no km 136 desta mesma autoestrada.
A sede do distrito é cortada pela Estrada Velha Rio - São Paulo, em um trecho onde recebe a denominação de Rodovia Prefeito Edmir Vianna Moura (SP-62), a qual faz a ligação entre o viaduto Santa Inês e a área central do distrito, passando também pelo bairro do Galo Branco[44].
Pátio Eugênio de Melo (FEG) do Ramal de São Paulo (Estrada de Ferro Central do Brasil), sendo a ferrovia operada atualmente pela MRS Logística[45].
Atualmente é feito no próprio distrito, pois o Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais ainda continua ativo.[46][47]
O serviço de abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP)[48][49]. O distrito conta com uma estação de tratamento de esgoto, a ETE Pararangaba[50]. Esta estação opera de forma totalmente automatizada, sendo capaz de tratar 404 litros de efluentes por segundo, antes de lançá-los na parte final do curso do rio Pararangaba[51][52]. O lodo residual decorrente desse tratamento é destinado ao aterro sanitário do município[53].
A responsável pelo abastecimento de energia elétrica é a EDP São Paulo, antiga Bandeirante Energia.[54][55]
O distrito foi inicialmente atendido pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações.[56]
No distrito de Eugênio de Melo está presente a árvore-símbolo de São José dos Campos. Trata-se de um jequitibá-rosa de grandes dimensões, cuja idade foi estimada como sendo superior a 500 anos, fazendo desta uma das mais antigas árvores situadas em área urbanizada no Brasil.[11]
As dimensões desta árvore envolvem 27 metros de altura e 30 metros de diâmetro em sua copa, superando as medidas médias das espécies deste gênero.[11]
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, esta árvore foi utilizada como anteparo para testes de resistência de tanques de guerra. As investidas desses veículos causaram fissuras em seu tronco, o que fez com que a árvore ficasse mais vulnerável à ação de incêndios.[57]
Atualmente, o jequitibá encontra-se em processo de recuperação, incluindo a instalação de um reforço estrutural em metal no entorno de seu tronco, para evitar que ele sucumba a eventuais vendavais e tempestades.[58]. A árvore também recebe frequentes sessões de adubação química e aplicação de fungicidas e inseticidas para controlar pragas e doenças[58]
A estimativa para retirada da cinta de metal que atualmente dá suporte à árvore é de quarenta anos após sua instalação, o que ocorrerá no ano de 2050.[59]. Este também é o período que se estima para a recuperação da saúde deste espécime vegetal, uma vez que é esperado que o processo ocorra de forma muito lenta, devido a grande debilidade apresentada pela planta[59]
A Estação Eugênio de Melo foi criada em decorrência do crescimento da produção cafeeira local, sendo muito utilizada para exportação dos grãos de café e para o transporte de passageiros. Inaugurada em 1898, consiste em um importante marco arquitetônico e patrimonial histórico de São José dos Campos, simbolizando o início do desenvolvimento econômico da cidade.[11]
Em 1995 este prédio foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural de São José dos Campos (Comphac).[11]
A estação foi desativada em meados dos anos 2000. Atualmente, a Prefeitura administra o local, sendo utilizado com o objetivo de receber e exibir variadas manifestações artísticas.[11]
O Parque Tecnológico de São José dos Campos, encontra-se instalado no distrito de Eugênio de Melo, às margens da Rodovia Presidente Dutra.[60]. Diariamente cerca de 6 mil pessoas circulam por este local[61]
Este polo de tecnologia conta com 72 empresas instaladas e a presença de 8 instituições de ensino superior; além de diversos institutos de ciência e tecnologia associados. Sua área construída totaliza 188 mil m², contando com 4 auditórios, 3 salas de eventos e um heliponto.[61]
Somadas, as universidades instaladas no parque tecnológico envolvem cerca de 5 mil alunos, além de centenas de professores e funcionários administrativos.[61]
O Cristianismo se faz presente no distrito da seguinte forma:[62]
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