Guerra da Coreia

guerra entre Coreia do Sul e do Norte de 1950–1953 / De Wikipedia, a enciclopédia livre

A Guerra da Coreia (em sul-coreano hangul: 한국전쟁; hanja: 韓國戰爭; rr: Hanguk Jeonjaeng, "Guerra Coreana"; em norte-coreano hangul: 조국해방전쟁; hanja: 祖國解放戰爭; MR: Choguk haebang chǒnjaeng, "Guerra de Libertação da Pátria"; 25 de junho de 1950 – 27 de julho de 1953)[9][10] foi um conflito armado travado entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, no contexto macro da Guerra Fria.[11][12] As Nações Unidas, com os Estados Unidos como sua principal força, vieram em ajuda aos sul-coreanos. A China, por sua vez, interveio em favor do norte, com a União Soviética dando-lhes apoio logístico e político.

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Guerra da Coreia
Parte do Conflito coreano e da Guerra Fria
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Data 25 de junho de 195027 de julho de 1953 [nota 1]
Local Península da Coreia
Desfecho Cessar-fogo e estabelecimento de uma zona desmilitarizada no Paralelo 38° N, que separa as duas Coreias.
Beligerantes
Coreia do Sul Coreia do Sul

Flag_of_the_United_Nations.svg ONU:
Flag_of_the_United_States_%281912-1959%29.svg Estados Unidos
Flag_of_the_United_Kingdom_%283-5%29.svg Reino Unido
Flag_of_Australia.svg Austrália
Flag_of_New_Zealand.svg Nova Zelândia
Flag_of_Canada_%281921%E2%80%931957%29.svg Canadá
Flag_of_the_Philippines_%28navy_blue%29.svg Filipinas
Flag_of_Thailand.svg Tailândia
França França
Flag_of_Greece_%281822-1978%29.svg Grécia
Flag_of_Belgium_%28civil%29.svg Bélgica
Flag_of_South_Africa_%281928%E2%80%931994%29.svg África do Sul
Flag_of_the_Netherlands.svg Países Baixos
Flag_of_Luxembourg.svg Luxemburgo
entre outros

Apoio:
Flag_of_North_Korea.svg Coreia do Norte
China China
Flag_of_the_Soviet_Union.svg União Soviética

Apoio:
Comandantes
Coreia do Sul Syngman Rhee
Coreia do Sul Chung Il-kwon
Coreia do Sul Paik Sun-yup
Coreia do Sul Shin Sung-mo
Coreia do Sul Son Won-il
Flag_of_the_United_States_%281912-1959%29.svg Douglas MacArthur
Flag_of_the_United_States_%281912-1959%29.svg Matthew Ridgway
Flag_of_the_United_States_%281912-1959%29.svg Mark W. Clark
entre outros
Coreia do Norte Kim Il-Sung
Coreia do Norte Pak Hon-yong
Coreia do Norte Choi Yong-kun
Coreia do Norte Kim Chaek
China Mao Tsé-Tung
China Peng Dehuai
China Deng Hua
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Josef Stalin
Forças
No auge:
Coreia do Sul 602 902[1]
Flag_of_the_United_States_%281912-1959%29.svg 326 863[2]
Reino Unido 14 198[3][4][5]
Canadá 8 123
Austrália 2 282
entre outros

Total: 1 800 000 combatentes
(mobilizados, no auge)
No auge:
Coreia do Norte 800 000 +[6]
China 1 450 000[7]
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 26 000[8]



Total: 1 742 600 combatentes
(mobilizados, no auge)
Baixas
Coreia do Sul 137 899 mortos e
450 742 feridos
Flag_of_the_United_States_%281912-1959%29.svg 36 574 mortos e
103 284 feridos
entre outros


Total: 178 224 mortos
Coreia do Norte 215 000 – 406 000 mortos e 303 000 feridos
China 150 000 – 400 000 mortos
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 299 mortos


Total: 750 000 mortos
2,5 milhões de civis mortos ou feridos
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A Coreia foi governada pelo Japão desde 1910 até ao final da Segunda Guerra Mundial. Em agosto de 1945, os soviéticos declararam guerra contra os japoneses, como resultado de um acordo feito com os Estados Unidos e libertaram o norte do Paralelo 38. Tropas estadunidenses, logo em seguida, se moveram para ocupar o sul da península. Em 1948, como resultado do início da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, a península coreana foi dividida em duas regiões, com governos separados. Representantes da zona sul (capitalista, de influência americana) e da zona norte (comunista, de influência soviética) afirmavam, cada um, ser o legítimo governo da Coreia, e nenhum lado aceitava as fronteiras da época como permanentes. O conflito escalou para uma guerra aberta total quando os norte-coreanos, apoiados belicamente pelos soviéticos e chineses, invadiram o sul, em 25 de junho de 1950. Naquele período, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reconheceu isto como uma invasão ilegal e exigiu um cessar-fogo.[13] A 27 de junho, o Conselho da ONU aprovou a Resolução 83, condenando a invasão e despachando uma tropa sob a bandeira das Nações Unidas para restabelecer a paz na península coreana. Cerca de vinte e um países comprometeram forças militares para a missão da ONU, sendo que 88% desses soldados eram, na verdade, americanos.

Após dois meses de guerra, parecia que a Coreia do Sul iria ser sobrepujada pelos norte-coreanos. Contudo, as forças da ONU, compostas principalmente por tropas dos Estados Unidos, detiveram os comunistas no perímetro de Pusan. Em setembro de 1950, os Aliados lançaram uma contra-ofensiva em Incheon e impuseram um grande revés ao exército da Coreia do Norte. Utilizando de sua superioridade bélica e de recursos, os Estados Unidos e seus aliados continuaram a forçar o recuo dos norte-coreanos até além de suas próprias fronteiras, o que levou a China a agir, mandando os seus exércitos cruzarem o rio Yalu, entrando oficialmente na guerra em favor do norte. Isso forçou as forças da ONU a recuar.

A intervenção chinesa acabou levando a guerra a um impasse. A cidade de Seul, capital da Coreia do Sul, por exemplo, trocou de mãos quatro vezes. Assim, os dois últimos anos do conflito se arrastaram numa guerra de atrito, com as linhas de frente se mantendo relativamente firmes no Paralelo 38. A guerra no ar, contudo, continuou intensamente disputada. Enquanto os Estados Unidos submetiam as cidades norte-coreanas a bombardeios aéreos constantes, os céus sobre a península coreana viram intensos combates, especialmente entre caças a jato (a primeira vez que isso aconteceu na história). Pilotos de todo o mundo comunista lutaram ao lado do norte, enquanto pilotos ocidentais (a maioria americanos e Europeus) apoiavam os sul-coreanos. Algumas das maiores batalhas aéreas aconteceram na chamada "Alameda dos Migs", onde dúzias de aviões foram perdidos, por ambos os lados.

A luta se arrastou por três anos até que, em 27 de julho de 1953, um armistício foi assinado. O acordo firmou a Zona Desmilitarizada da Coreia a fim de separar o Norte e o Sul, e permitiu a troca de prisioneiros. Contudo, nenhum tratado de paz formal foi assinado entre as partes envolvidas, o que faz com que as duas Coreias estejam, tecnicamente, ainda em guerra.[14][15] Desde então, ambos os países continuam com provocações mútuas e até atos de violência, com os governos nutrindo muita animosidade um pelo outro. Em abril de 2018, os líderes das duas Coreias se reuniram na Zona Desmilitarizada e concordaram em trabalhar para assinar um tratado de paz para encerrar oficialmente a guerra.[16]