Hamas

Movimento islâmico palestino / De Wikipedia, a enciclopédia livre

O Hamas (em árabe: حماس, transl. Ḥamās (lit. 'zelo', 'fervor' ou 'entusiasmo', acrónimo parcial de حركة المقاومة الاسلامية, transl. Ḥarakat al-Muqāwamat al-Islāmiyyah, "Movimento de Resistência Islâmica") é um movimento islamista palestino, de orientação sunita, constituído de uma entidade filantrópica (dawa), um braço político e um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam.[22]:11 Especialmente ativo em Gaza, é o mais importante movimento islamista da Palestina.[23] O seu lema é: "Alá é o nosso objetivo, o Profeta é o nosso modelo, o Corão é a nossa constituição, a jihad é o nosso caminho e morrer pela causa de Alá é nossa maior esperança."(artigo 8º da Carta de Princípios do Hamas).[24][25]

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Hamas
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Presidente Ismail Haniya (primeiro-ministro)
Fundação 1987
Sede Gaza, Faixa de Gaza, Flag_of_Palestine.svg Palestina
Ideologia
Religião Sunismo
Afiliação internacional Irmandade Muçulmana
Bandeira do partido
Flag_of_Hamas.svg
Close
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Brigadas Izz ad-Din al-Qassam
Participante na Conflito israelo-palestino
Primeira Intifada
Segunda Intifada
Conflito Israel-Faixa de Gaza
Conflito entre Hamas e Fatah
Guerra Civil Síria
Flag_of_Hamas.svg
Datas 1993-presente
Ideologia Nacionalismo palestiniano
Nacionalismo islâmico
Islamismo
Fundamentalismo islâmico
Objetivos Autodeterminação da Palestina
Recuperação dos territórios palestinianos
Impedir o avanço de Israel sobre a Faixa de Gaza
Organização
Líder Mohammed Deif
Marwan Issa
Orientação
religiosa
Sunismo
Sede Faixa de Gaza, Flag_of_Palestine.svg Palestina
Área de
operações
Flag_of_Palestine.svg Palestina

Flag_of_Israel.svg Israel
Síria Síria (2012-2015)[5][6]

Efetivos 40 000 a 50 000[7]
Relação com outros grupos
Aliados
Inimigos
Close

Criado em 1987, pelo Sheikh Ahmed Yassin, por Abdel Aziz al-Rantissi e Mohammad Taha, todos egressos da Irmandade Muçulmana, de que se afirmavam um dos ramos, a sua Carta de Princípios do Hamas, publicada em 1988,[26] afirma que "a terra da Palestina é uma terra islâmica" (capítulo terceiro). A Carta de Princípios do Hamas de 1988 pregava originalmente o estabelecimento de um Estado islâmico palestino em todo o território do antigo Mandato Britânico da Palestina,[24][25] o movimento teria abandonado a ideia de país islâmico em 2004[27] e, em 2017, passando a aceitar, temporariamente, como uma etapa,[28][29] e sob determinadas condições, tais como o retorno dos refugiados palestinianos e seus descendentes,[30] o estabelecimento (lado a lado com Israel) de um Estado palestino inteiramente soberano e independente, dentro das fronteiras vigentes em 4 de junho de 1967, tendo Jerusalém como capital[31][32] O novo documento de 2017, em 42 pontos, "A Document of General Principles and Policies" não revoga a Carta de Princípios de 1988, de acordo com o seu texto[33][34] e com as declarações de membros do movimento[29][34] e continua a advogar o estabelecimento de um estado palestino "desde o rio até ao mar".[28]

O Hamas é considerado como organização terrorista pelos Estados Unidos,[35] União Europeia,[36] Japão,[37] Israel[38] e Canadá.[39] A Austrália[40] e o Reino Unido[41] consideram como organização terrorista apenas o braço militar da organização - as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam.[42][43]

Outros países, como a África do Sul,[44] a Rússia,[45] a Noruega[46] e o Brasil[47][48] não consideram o Hamas como organização terrorista.

Na Jordânia, o Hamas tinha uma presença forte até o final da década de 1990, o que causava atritos entre o governo jordaniano e Israel. O rei Abdullah fechou a sede do Hamas na Jordânia e expulsou seus líderes, em 1999.[49][50]

Em janeiro de 2006, o Hamas venceu as eleições parlamentares na Palestina, ganhando 76 dos 132 assentos no Parlamento Palestino, enquanto o Fatah conseguiu 43.[51] Após a vitória eleitoral do Hamas, conflitos violentos e não violentos ocorreram entre o Hamas e o Fatah. 12 palestinos morreram e mais de 100 ficaram feridos[52][53] Depois da Batalha de Gaza, em junho de 2007, o Hamas perdeu suas posições na Autoridade Palestina na Cisjordânia, sendo substituído por integrantes do Fatah e independentes. O Hamas, por sua vez, expulsou o Fatah e manteve o controle de Gaza.[54] Em maio de 2011, o líder do Hamas Ismail Haniya condenou a operação norte-americana que matou Osama bin Laden, responsável pelos Ataques de 11 de setembro de 2001, classificando a operação como um assassinato e se referindo a Bin Laden como "sagrado guerreiro árabe".[55]