Imigração espanhola no Brasil
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A imigração espanhola no Brasil foi um movimento migratório, ocorrido nos séculos XIX e XX, de espanhóis para o Brasil. A maioria dos espanhóis foram trabalhar em plantações de café no estado de São Paulo, mas a sua presença também foi importante nos centros urbanos brasileiros.[3] Segundo o censo brasileiro de 1940, 436 305 brasileiros disseram ser filhos de mãe espanhola e 340 479 filhos de pai espanhol. Os espanhóis natos eram 147 914 e os naturalizados brasileiros, 12 643. Portanto, espanhóis e filhos de espanhola eram cerca de 1,5% da população do Brasil em 1940.[4] Segundo outra pesquisa, de 1999, do sociólogo, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Simon Schwartzman, 4,4% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter ancestralidade espanhola, percentual que, numa população de cerca de 200 milhões de brasileiros, representaria quase 9 milhões de descendentes.[1] Em 2014, o El País afirmou haver 10 ou 15 milhões de descendentes de espanhóis no Brasil, mas salientou que não existem estudos sobre o tema.[2]
Hispano-brasileiros | |||||||||||
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População total | |||||||||||
4,4% da população brasileira em 1999 (segundo Schwartzman);[1] há de 10 a 15 milhões de descendentes (segundo o El País)[2] | |||||||||||
Regiões com população significativa | |||||||||||
São Paulo e Rio de Janeiro. Migrações internas por todo o país. | |||||||||||
Línguas | |||||||||||
Português. Minorias de descendentes falam castelhano e galego. | |||||||||||
Religiões | |||||||||||
Predominantemente o catolicismo. | |||||||||||
Grupos étnicos relacionados | |||||||||||
brasileiros brancos e espanhóis. |
No período colonial, particularmente durante a União Ibérica, espanhóis estabeleceram-se no Brasil, principalmente em São Paulo.[5] Também foi significativa a presença de indivíduos de origem espanhola na zona fronteiriça do Sul do Brasil no período colonial.[6] Porém, só se pode falar de uma efetiva imigração organizada de espanhóis para o Brasil a partir do final do século XIX. Essa imigração estava inserida no contexto da substituição da mão de obra escrava nas lavouras cafeeiras, fato que motivou a atração de grande número de espanhóis, sobretudo da Andaluzia, para o estado de São Paulo, por meio de uma imigração subsidiada.[7]
A imigração espanhola no Brasil é quase sempre ignorada ou tratada com obscuridade pela historiografia brasileira. De maneira geral, quando se fala em imigração no Brasil, destaca-se a imigração italiana, enquanto outros grupos de imigrantes, como os espanhóis, são tratados de forma pouco aprofundada.[7] Porém, os espanhóis foram o terceiro maior contingente de imigrantes recebidos pelo Brasil. Entre 1880 e 1969, 711.000 espanhóis entraram no Brasil, bem a frente dos japoneses (247.312) e dos alemães (208.142), ficando atrás somente dos portugueses (1.604.080) e dos italianos (1.576.220). [8]
Os imigrantes espanhóis que vieram para o Brasil eram predominantemente camponeses e com origens bastante humildes. A comunidade espanhola ficou concentrada no estado de São Paulo (cerca de 80%), sobretudo nas zonas cafeeiras do oeste do estado. No Rio de Janeiro, a imigração espanhola também foi significativa, mas diferenciou-se por ter sido predominantemente urbana. Os espanhóis assimilaram-se rapidamente no Brasil, ao ponto de uma identidade espanhola ter praticamente desaparecido. A primeira geração ainda mantinha laços culturais com a Espanha, mas depois de 1930, a identidade espanhola foi sendo relegada a um segundo plano, muito embora haja uma tendência de resgate, a partir de 1990. [9]