Basic Instinct
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Basic Instinct (no Brasil, Instinto Selvagem; em Portugal, Instinto Fatal) é um filme americano de suspense erótico neo-noir de 1992, dirigido por Paul Verhoeven e escrito por Joe Eszterhas, e estrelado por Michael Douglas e Sharon Stone. O filme segue um detetive da polícia, Nick Curran (Douglas), que está investigando o brutal assassinato de um rico astro do rock. Durante a investigação, Curran se envolve em um relacionamento tórrido e intenso com a principal suspeita, Catherine Tramell (Stone), uma escritora enigmática. Antes da então desconhecida Stone ser escolhida, Douglas recomendou Kim Basinger para o papel de Catherine Tramell, mas Basinger recusou.[2] Ele também havia proposto a personagem para Julia Roberts,[3][4] Greta Scacchi[5] e Meg Ryan,[6] mas elas também rejeitaram o papel, assim como Michelle Pfeiffer, Geena Davis, Kathleen Turner, Ellen Barkin e Mariel Hemingway.[7] Verhoeven considerou Demi Moore.[8] Douglas se negou durante meses a contratar Stone por considerá-la “uma atriz de segunda”.[9]
Basic Instinct | |||||||
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Instinto Fatal (PRT) Instinto Selvagem (BRA) | |||||||
Estados Unidos França Reino Unido 1992 • cor • 128 min | |||||||
Gênero | suspense erótico | ||||||
Direção | Paul Verhoeven | ||||||
Produção | Alan Marshall | ||||||
Roteiro | Joe Eszterhas | ||||||
Elenco | Michael Douglas Sharon Stone George Dzundza Jeanne Tripplehorn | ||||||
Música | Jerry Goldsmith | ||||||
Cinematografia | Jan de Bont | ||||||
Edição | Frank J. Urioste | ||||||
Companhia(s) produtora(s) | Carolco Pictures Le Studio Canal+ | ||||||
Distribuição | TriStar Pictures (Estados Unidos) Guild Film Distribution (Reino Unido) UGC (França) | ||||||
Lançamento | 20 de março de 1992 | ||||||
Idioma | inglês | ||||||
Orçamento | US$ 49 milhões | ||||||
Receita | US$ 352.9 milhões[1] | ||||||
Cronologia | |||||||
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Em uma entrevista de 2006, Stone alegou que a famosa cena em que sua vulva foi exposta quando ela cruzou as pernas foi filmada sem o conhecimento dela.[10][11] Na cena, Stone acreditava que a personagem não estava usando calcinha e que só seria mencionado e não mostrado.[11][12] Ela estava usando calcinha branca até que Verhoeven disse que refletia a luz na lente da câmera e pediu que ela as tirasse, assegurando-lhe que apenas a sombra seria visível.[11][13] Não foi até que Stone viu o filme em uma sala de projeção com uma audiência de teste que ela tomou conhecimento disso, levando-a dar uma bofetada na cara de Verhoeven e deixar a projeção.[10] No entanto, Verhoeven negou veementemente sua alegação, e disse que ela estava plenamente ciente de que sua vulva seria filmada.[11][14] A sequência de 2006, Basic Instinct 2, estrelado por Stone foi feito sem o envolvimento de Verhoeven, recebeu comentários negativos ou moderados da crítica (principalmente por causa da inevitável comparação com o filme original)[15][16] e não foi particularmente bem sucedido nas bilheterias.[17][18]
Mesmo antes de seu lançamento, Basic Instinct gerou uma controvérsia acalorada devido à sua sexualidade explícita e representação gráfica da violência. Foi fortemente contestada pelos ativistas dos direitos gays, que criticaram a representação do filme de relações homossexuais e a representação de uma mulher bissexual como uma psicopata assassina e narcisista.[19][20] Membros do grupo ativista lésbico e bissexual LABIA protestaram contra o filme em sua noite de abertura. Outros também fizeram piquete de greve nos cinemas para dissuadir as pessoas de comparecer às exibições, carregando cartazes alegando que Hollywood promovia a violência aos homossexuais. Verhoeven defendeu o direito dos grupos de protestar, mas criticou as perturbações que causou, dizendo "não está em elevar sua voz; o fascismo está em não aceitar o não".[21] O crítico de cinema Roger Ebert mencionou a controvérsia em sua resenha, dizendo: "Quanto aos supostamente ofensivos personagens homossexuais: os manifestantes do filme podem notar que os heterossexuais do filme, começando por Douglas, são igualmente ofensivos. Ainda assim, há um ponto a ser feito sobre a insistência ininterrupta de Hollywood em tipificar homossexuais - particularmente lésbicas - como distorcidos e malignos".[22] Camille Paglia denunciou ativistas gays e protestos feministas ao filme Basic Instinct, e chamou a performance de Sharon Stone de "uma das grandes performances de uma mulher na história da tela", elogiando sua personagem como "uma grande figura vampírica, como a própria Mona Lisa, uma deusa pagã".[23] O filme também foi amplamente criticado por enaltecer o cigarro. O roteirista Joe Eszterhas foi posteriormente diagnosticado com câncer de garganta e pediu desculpas publicamente por glamourizar o fumo em seus filmes.[24]
Apesar da negatividade crítica inicial e do protesto público, Basic Instinct tornou-se um dos filmes de maior sucesso financeiro dos anos 90, arrecadando US$352 milhões em todo o mundo.[25] Várias versões do filme foram lançadas em videocassete, DVD e Blu-ray. O filme tem sido reconhecido por suas descrições inovadoras de sexualidade no cinema de Hollywood, e tem sido referido pelos estudiosos como "uma obra prima neo-noir que brinca e transgride as regras narrativas do film noir".[26] Este filme provocou grandes mudanças nas mentalidades em Portugal, quando estreou nos cinemas em 1993. Estreou na televisão em Portugal no ano de 1995, na RTP1, e em 1997 foi reexibido, ambas as transmissões feitas na Lotação Esgotada. Sharon Stone ainda faria um cameo de sua personagem Catherine Tramell no filme Last Action Hero na cena da delegacia.