A intervenção russa na Guerra Civil Síria é uma operação militar que começou no fim de setembro de 2015. Consiste de uma série de ataques aéreos e navais feitos pelas forças armadas da Rússia contra o grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI) na Síria. Operações terrestres feitas por forças especiais russas, unidades de elite do exército russo e grupos mercenários como o ChVk Wagner também foram reportadas.[27] Os bombardeios e missões atingem outras organizações não jihadistas que lutavam contra o regime do ditador sírio Bashar al-Assad. Antes da intervenção militar direta, os russos haviam se limitado a apoiar, monetariamente e em termos de armas, o exército sírio durante sua luta contra a oposição síria e outros grupos.[28]
Factos rápidos Beligerantes, Comandantes ...
Intervenção russa na Guerra Civil Síria |
Parte do envolvimento estrangeiro na Guerra Civil Síria e da Guerra contra o Estado Islâmico |
Meios militares russos envolvidos na guerra na Síria. |
Data |
30 de setembro de 2015–presente |
Local |
Síria |
Desfecho |
Com apoio militar russo, o governo sírio expande consideravelmente o território sob seu controle direto, conquistando 59 000 km² de terreno em dois anos[1][2]
- Com suporte aéreo russo, forças sírias retomam várias regiões chave e cidades pelo país;[3]
- Retirada de boa parte dos equipamentos militares russos da Síria a partir de 2016;[4][5]
- Ataques aéreos continuaram após a retirada parcial;[6] missão evoluiu e força aérea russa permanece ativa na Síria por "tempo indeterminado";[7]
- Em dezembro de 2017, as forças russas começaram a retirar partes do seu contingente da Síria, afirmando ter cumprido seu objetivo de derrotar o Estado Islâmico;[8]
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Beligerantes |
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Comandantes |
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Forças |
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Forças do EIIL:
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EIIL:
70 000+ combatentes[18]
ELS: 45 000 — 60 000 combatentes
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Baixas |
117 militares russos mortos[19] 8 aviões abatidos (incluindo um caça SU-24, derrubado pela Turquia)[20] 7 helicópteros destruídos (um Mi-8,[21] dois Mi-28[22] e quatro Mi-24) + 20 veículos de transporte destruídos[23][24] |
5 909 militantes do EIIL mortos[25]
6 210 combatentes mortos da al-Nursa e de outros grupos rebeldes (segundo o OSDH) |
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~ 8 623 civis mortos[26] |
Fechar
Segundo autoridades russas, sua campanha militar na Síria começou após um pedido formal feito pelo governo sírio em Damasco. O propósito destas ações seria ajudar o regime de Assad a lutar contra terroristas. O governo sírio estava perdendo terreno em todas as frentes para os rebeldes ou para as milícias fundamentalistas, como o Estado Islâmico.[29] No final de 2017, a intervenção produziu ganhos significativos para o governo sírio,[30] incluindo a reconquista de Palmira das mãos do Estado Islâmico em março de 2016, a retomada da cidade de Aleppo em dezembro de 2016 e o rompimento do longo cerco de Deir ez-Zor e a retomada da cidade como um todo em novembro de 2017.[31][32] Em janeiro de 2017, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Federação Russa, Valery Gerasimov, disse que, no geral, a força aérea russa lançou pelo menos 19 160 missões de combate e fez mais de 71 000 ataques contra o que definiram como "infraestrutura dos terroristas".[33] No final de dezembro de 2017, o ministro da Defesa russo disse que os militares do seu país eliminaram vários milhares de terroristas, enquanto 48 000 membros das forças armadas russas "ganharam experiência de combate" durante a operação na Síria.[34][35][36] A campanha foi criticada por vários órgãos internacionais por bombardeios aéreos russos indiscriminados em toda a Síria que visavam escolas e infraestruturas civis, bombardeio de cidades como Aleppo e várias táticas de terra arrasada, como contra instalações subterrâneas.[37][38][39]
Segundo o governo dos Estados Unidos, que defende a saída de Bashar al-Assad do poder, os ataques aéreos russos não atingem só os extremistas muçulmanos, mas também outros rebeldes que lutavam contra o regime sírio, como o grupo chamado Exército Livre.[40] A intervenção polarizou os governos ao longo de linhas previsíveis. Países com estreitos laços diplomáticos e econômicos com a Rússia, incluindo China, Egito, Iraque e Bielorrússia, geralmente apoiaram a intervenção, enquanto as reações de governos próximos aos Estados Unidos foram geralmente críticos, com muitos governos denunciando a Rússia por seu papel na guerra e destacando sua cumplicidade nos crimes de guerra relatados pelo regime sírio. A Human Rights Watch e a Amnesty International afirmaram que os militares russos estavam cometendo crimes de guerra e deliberadamente visando civis, especialmente via bombardeios indiscriminados.[41][42] O governo dos Estados Unidos condenou a intervenção e impôs sanções econômicas contra a Rússia por apoiar o governo sírio.[43] Funcionários das Nações Unidas condenaram a intervenção russa e disseram que o país estava cometendo crimes de guerra de forma desenfreada.[44] As autoridades russas rejeitaram esta denúncia, incluindo acusações de "barbárie", como falsas e politicamente motivadas,[45] provocando assim uma condenação ainda mais forte dos governos que apoiam os grupos rebeldes.[44]