Hezbollah
grupo político e paramilitar fundamentalista islâmico xiita do Oriente Médio / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Hezbollah ou Hizbollah[7] (em árabe: حِزْب اللّٰه, transl. ḥizbullāh(i),[8] "Partido de Alá" ou "Partido de Deus") é uma organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita transnacional fundada no período antecedente à revolução islâmica de Khomeini no Irã[9][10][11] para auxiliar a consolidação do poder por Khomeini e os seus apoiantes. Nessa altura o Hezbollah não era ainda uma organização fortemente estruturada, sendo mais um movimento de grupos fracamente unidos, e habitualmente centrados numa mesquita.[12]
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Hezbollah حزب الله Ḥizbu 'llāh | |
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Secretário-geral | Sayyid Hassan Nasrallah |
Fundação | 1985 (oficialmente) |
Sede | Beirute, Líbano |
Ideologia | |
Espectro político | Social: Extrema-direita Económico: Centro-esquerda |
Religião | Islão xiita |
Afiliação nacional | Aliança 8 de Março |
Afiliação internacional | Eixo da Resistência |
Parlamento do Líbano | 0000000000000015 15 / 128 |
Gabinete do Libano | 0000000000000002 2 / 30 |
Cores | Amarelo e Verde |
Slogan | فان حزب الله هم الغالبون (Quanto àqueles que se voltam para Deus, Seu Mensageiro e os fiéis, saibam que, de fato, o Partido de Deus vencerá) |
Bandeira do partido | |
Página oficial | |
https://moqawama.org.lb/ | |
O Hezbollah no Irã desempenhou um papel importante na rua em momentos cruciais nos primeiros tempos da revolução, confrontando físicamente aqueles que o regime considerava como contra-revolucionários.[13]
O seu ramo libanês é uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agriculturais para milhares de sul libaneses.[14][15]
É considerado um movimento de resistência legítimo por grande parte do mundo islâmico e árabe.[10] O grupo, no entanto, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Reino Unido,[16] Alemanha,[17] Argentina,[18] Austrália,[19] Israel, Canadá, Países Baixos, pela Liga Árabe[20][21] e pelo Conselho de Cooperação do Golfo.[22][23][24]. Em 2013 a União Europeia adicionou o braço armado do Hezbollah à lista de organizações que considera como terroristas, deixando de fora porém o partido político em si.[25]
O Hezbollah no Líbano surgiu inicialmente como uma milícia, em resposta à invasão israelense do Líbano de 1982, também conhecida como Operação Paz para a Galileia, e continuou a resistir contra a ocupação israelense do sul do Líbano durante toda a Guerra Civil Libanesa.[10][4] Seus líderes se inspiraram nas ideias do aiatolá Khomeini, e suas forças foram treinadas e organizadas por um contingente da Guarda Revolucionária Iraniana.[26] O manifesto de 1985 publicado pelo Hezbollah listava suas três metas principais como "colocar um fim a qualquer entidade colonialista" no Líbano, levar os Falangistas à justiça "pelos crimes que perpetraram", e estabelecer um regime islâmico no país.[27][28][29] Recentemente, no entanto, segundo Adam Shatz, o Hezbollah vem fazendo poucas menções a respeito da fundação de um Estado islâmico, e não tem mais feito alianças seguindo tendências religiosas.[26] Os líderes do partido são responsáveis, no entanto, por diversas declarações pedindo o fim do Estado de Israel como "entidade sionista", "construída sobre terras arrancadas das mãos de seus proprietários."[27][28]
O partido, que começou apenas como uma pequena milícia, já se transformou numa organização que tem assentos no parlamento libanês, uma rádio e uma estação de televisão via satélite, além de diversos programas de desenvolvimento social.[30] O Hezbollah mantém um forte apoio entre a população xiita do Líbano, e conquistou algum apoio entre o resto da população do país, incluindo sunitas, drusos e cristãos, na sequência da Guerra do Líbano de 2006,[31] e conseguiu mobilizar protestos de centenas de milhares de pessoas[32] Juntamente com outros grupos políticos do país, o Hezbollah iniciou os protestos políticos do Líbano de 2006-2008, em oposição ao governo do primeiro-ministro Fuad Siniora.[33] Disputas posteriores envolvendo a manutenção pelo Hezbollah de sua rede de telecomunicações levaram a disputas, e militantes da oposição, liderados pelo partido, tomaram o controle de diversos bairros de Beirute Ocidental, anteriormente ocupados por milicianos do Movimento do Futuro, leais a Siniora; as áreas foram entregues então ao exército libanês.[34] Finalmente, com base no Acordo de Doha em 2008, o Hezbollah recebeu o poder de veto no parlamento libanês; além disto, formou-se um governo de unidade nacional, no qual o partido tem um ministro, e controla onze dos trinta assentos existentes.[14][35]
O Hezbollah recebe ajuda financeira do Irã e da Síria, além de doações de libaneses e de outros xiitas pelo mundo.[36][37] O partido também ganhou uma força militar significante nos últimos anos.[38] Apesar de uma certificação de junho de 2008, pelas Nações Unidas, de que Israel havia se retirado de todo o território libanês,[39] em agosto daquele ano o novo gabinete de governo do Líbano aprovou uma proposta que assegura a existência do partido como uma organização armada, e garante o seu direito de "liberar ou recuperar terras ocupadas" (as fazendas de Shebaa e os morros de Kafarshuba) por Israel.[carece de fontes?]
Nos últimos anos, o Hezbollah goza de certa popularidade no mundo muçulmano xiita, por ter levado Israel a desocupar o sul do Líbano, em junho de 2000. Todavia, também tem sido criticado por governos sunitas de diversos países e pela Irmandade Muçulmana, por seu envolvimento na guerra civil síria, em favor de Bashar al-Assad. O ministro do Exterior do Barém descreveu o chefe da Hezbollah como terrorista,[40] e o ex-presidente do Egito, Mohamed Morsi, pediu que o Hezbollah pare sua agressão ao povo sírio.[41]
O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, também acusou o Hezbollah de manter "células ativas" na Venezuela, o que foi negado pelo líder da organização. Segundo ele, o Hezbollah é "solidário com a liderança política da Venezuela e com o estado venezuelano, contra a agressão dos Estados Unidos",[42] afirmando, ainda, que o Hezbollah não tem influência na Venezuela, nem células operando no país, e que a Venezuela também não precisa disso.[43]
Desde 1992 a organização é liderada por Hassan Nasrallah.