Caso Jean Charles de Menezes
Eletricista brasileiro. Morto erroneamente por agentes da Polícia Metropolitana de Londres, após ser confundido com terrorista / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Jean Charles de Menezes (Gonzaga, 7 de janeiro de 1978 — Londres, 22 de julho de 2005) foi um eletricista brasileiro que ficou conhecido após ser executado por engano por agentes da Polícia Metropolitana de Londres, que o confundiram com um terrorista fugitivo.[5][6] Sua morte aconteceu duas semanas após atentados terroristas atingirem o sistema de transporte público de Londres, resultando na morte de 52 pessoas e em centenas de feridos.[7]
Jean Charles de Menezes | |
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Nascimento | 7 de janeiro de 1978[1] Gonzaga, Minas Gerais, Brasil[1] |
Morte | 22 de julho de 2005 (27 anos)[2] Estação Stockwell, Metropolitano de Londres, Reino Unido[2] |
Causa da morte | assassinado pela Scotland Yard[3][nota 1] |
Nacionalidade | brasileiro[2] |
Ocupação | eletricista[1] |
Natural de Minas Gerais, Menezes entrou no Reino Unido em 2002.[8] No momento de sua morte, morava em um conjunto de apartamentos em Tulse Hill – onde também residia o terrorista Hussain Osman, natural da Etiópia, mas com nacionalidade britânica, que participou da tentativa de explodir bombas em trens do metrô londrino na véspera.[9][10] Após deixar o local para trabalhar, Menezes foi confundido com Osman, passando então a ser perseguido pela polícia.[11]
Na Estação Stockwell, do Metropolitano de Londres, agentes dispararam onze tiros à queima-roupa contra Menezes, os quais sete tiros atingiram sua cabeça e um seu ombro, levando-o a morrer instantaneamente no local.[12] Seu corpo foi levado para o Brasil, onde foi sepultado no cemitério de sua cidade natal.[13] O governo brasileiro condenou a execução,[14] e Menezes recebeu diversas homenagens, incluindo um memorial na estação Stockwell que foi inaugurado em 2010.[15]
No Reino Unido, a polícia instaurou duas investigações para apurar o caso: a primeira concluiu que nenhum dos policiais deveriam enfrentar processos disciplinares[16] e a segunda criticou fortemente a estrutura de comando da polícia e suas comunicações com o público.[17] A promotoria também decidiu que não haviam provas suficientes para processar nenhum policial,[18] mas iniciou ação contra o comissariado da polícia, que foi multado.[19] A família de Menezes, que recebeu indenização da polícia britânica,[20] recorreu da decisão de não processar os policiais, mas o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos julgou por maioria que as autoridades do país investigaram adequadamente o caso.[21]