Libertarianismo de direita
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Libertarianismo de direita,[1][2][3][4][5] também conhecido como capitalismo libertário[6] ou libertarismo de direita,[7][8] é uma filosofia política e um tipo de libertarianismo que apoia os direitos de propriedade capitalista e defende a distribuição dos recursos naturais e da propriedade privada pelo mercado.[9] O termo libertário de direita é usado para distinguir esta classe de pontos de vista sobre a natureza da propriedade e do capital[10] do libertarianismo de esquerda, um tipo de libertarianismo que combina autopropriedade com uma abordagem igualitária dos recursos naturais.[11] Em contraste com o libertarianismo socialista, o libertarianismo de direita apoia o capitalismo de livre mercado.[7] Como a maioria das formas de libertarianismo, ele apoia as liberdades civis,[7] especialmente o direito natural,[12] os direitos negativos[13] e uma redefinição do moderno estado de bem-estar.[14]
O pensamento político da direita libertaria caracteriza-se pela prioridade normativa à liberdade, com a necessidade de maximizar o âmbito da liberdade individual e minimizar o proposito da autoridade pública.[15] Os libertários de direita normalmente veem o Estado como a principal ameaça à liberdade. Este anti-estatismo difere das doutrinas anarquistas na medida em que se tem na base um individualismo intransigente que coloca pouca ou nenhuma ênfase na sociabilidade ou cooperação humana.[16][15][17] A filosofia libertária de direita também está enraizada nas ideias de direitos individuais e economia do laissez-faire. A teoria dos direitos individuais da direita libertaria geralmente segue o princípio da apropriação original e a teoria da propriedade do trabalho, enfatizando a autopropriedade, como também dando a importância que as pessoas têm um direito absoluto à propriedade que seu trabalho produz.[15] Em termos economicos, os libertários de direita encaram qualquer tentativa de modificar o sistema de mercado como prejudicial e negativo, reforçando os mecanismos e a natureza auto-reguladora do mercado enquanto retratam a intervenção governamental e as tentativas de redistribuir a riqueza como invariavelmente dispensáveis e contraditórios.[15] Embora todos os libertários de direita se oponham à intervenção governamental, há uma divisão entre os anarcocapitalistas, que veem o estado como um mal desnecessário e querem que os direitos de propriedade não sejam protegidos por lei conforme os estatuos, mas sim através de responsabilidades civis gerada pelo mercado, contratos e leis de propriedade privada; e minarquistas, que defendem a necessidade de um estado mínimo, muitas vezes referido como um Estado Guarda-Noturno, para fornecer aos seus cidadãos os tribunais, as forças armadas e a polícia.[18]
Embora influenciado pelo pensamento liberal clássico, e com autores vendo o libertarianismo de direita como uma consequência ou uma variante dele,[19] existem na realidade diferenças significativas. Edwin Van de Haar argumenta que "confusamente, nos Estados Unidos o termo libertarianismo às vezes também é usado por liberais clássicos. Mas isso equivocadamente mascara as diferenças entre os dois."[20] O liberalismo clássico se recusa a dar prioridade à liberdade sobre a ordem e, portanto, não exibe a hostilidade e antipatia ao estado, essa do qual é a característica definidora do libertarianismo.[15] Como também, libertários de direita acreditam que os liberais clássicos apresentam ainda muito envolvimento com o Estado,[21] argumentando que eles não têm respeito suficiente pelos direitos de propriedade individual e não possuem confiança suficiente no funcionamento do livre mercado e à sua ordem espontânea, levando a consequência da existência de um Estado muito maior.[21] Também se é discordado por os liberais clássicos sustentarem demais os bancos centrais e as políticas monetaristas.[22]
Como em todas as variedades do libertarianismo, os libertários de direita referem-se a si mesmos simplesmente como libertários.[16][18][8] Como sendo o tipo mais comum de libertarianismo nos Estados Unidos,[23] desde o século 20 o libertarianismo de direita tornou-se a referencia mais comum do termo libertario,[24][25] no entanto, quanto à historia e em outros lugares do mundo[26][27][28][29][30][31] continua a ser amplamente usado para se referir a formas anti-estatais de socialismo, como o anarquismo,[32][33][34][35] bem como o comunismo libertário / marxismo libertário e o libertário socialismo.[26][36] Na época de Murray Rothbard, que popularizou o termo libertário nos Estados Unidos durante a década de 1960, os movimentos anarcocapitalistas começaram a se autodenominar libertários, levando ao surgimento do termo libertário de direita para distingui-los. O próprio Rothbard reconheceu a cooptação do termo e se gabou da "captura [...] do inimigo".[26]