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A música pentecostal, também chamada de pop pentecostal, é um gênero musical derivado da música cristã contemporânea produzida no Brasil e com influências do movimento religioso pentecostalismo.
Música pentecostal | |
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Origens estilísticas | Música cristã contemporânea |
Contexto cultural | Década de 1990 e década de 2000 |
Instrumentos típicos | Vocal, guitarra, baixo, bateria, teclado |
Popularidade | Segunda metade da década de 1990 |
Outros tópicos | |
Pentecostalismo |
A música pentecostal é considerada um dos pontos centrais do movimento religioso pentecostalismo, que se popularizou no Brasil sobretudo no século XX. Durante as décadas de 1970 e 1980, ocorreu uma expansão na produção musical evangélica direcionada a vários gêneros, o que deu gênese à música cristã contemporânea. Esse cenário era definido por grupos que dialogavam mais fortemente com a música norte-americana, como os Vencedores por Cristo e Grupo Elo, bandas de rock como o Rebanhão e artistas solos cuja música reunia diferentes influências musicais, como os cantores Ozéias de Paula e Alceu Pires e a dupla Edison e Telma.[1] Outro nome de popularidade crescente neste período era o de Shirley Carvalhaes, que deu início a sua discografia solo em 1977.[2]
No cenário evangélico, a década de 1990 representaria diferentes mudanças que dariam base para a música pentecostal. As igrejas do movimento, sobretudo as Assembleias de Deus, passaram por um processo de transição musical representada pelo crescimento do cenário evangélico e por uma necessidade de maior diálogo com o público jovem frequentador dos templos.[3] Também foi o período do movimento gospel,[4] em que ocorreu a ascensão de músicos e produtores evangélicos, como Melk Carvalhêdo, Tuca Nascimento e Jairinho Manhães. Carvalhêdo trabalhou com artistas evangélicos de influência sertaneja, como a dupla Rayssa & Ravel,[5] mas também com nomes que seriam caracterizados pelo chamado pentecostal, como Lauriete e Elaine de Jesus. Tuca Nascimento, por sua vez, estava ativo desde a década de 1980, era também artista solo, manteve duas duplas sertanejas evangélicas e assinou a produção de trabalhos notáveis de Shirley Carvalhaes, como Primeiro Amor (1994).[1]
Jairinho se tornou marido da cantora Cassiane. A artista começou a desenvolver uma carreira de sucesso desde a infância, mas sua fase adulta ficou marcada com álbuns como Sem Palavras (1996) e Para Sempre (1998). Os projetos se destacaram pela popularidade de músicas como "Imagine" e "Vou Seguir". Neste período, consolidou-se o que mais tarde seria chamado de pentecostal: a influência de gêneros como o brega, que já ocorria no cenário evangélico, se misturou a instrumentos de base com influência rock e a inclusão de arranjos de cordas.[3] Em 1999, o álbum Com Muito Louvor se tornou o auge comercial de Cassiane, o que ajudou a inserir o termo "pentecostal" do ponto de vista musical. No mesmo ano, Jairinho produziu Palavras (1999), de Lauriete, que também foi descrito como um álbum fundamental para o gênero.[6]
Durante a década de 2000, vários artistas do cenário evangélico (sobretudo intérpretes mulheres) ganharam popularidade como nomes pentecostais, como Damares,[7] Elaine de Jesus,[8] Bruna Karla,[9] Andrea Fontes[10] e Vanilda Bordieri.[11] Rose Nascimento, que já tinha uma trajetória bem-sucedida na década de 1990, expandiu sua popularidade como intérprete pentecostal em músicas como "Fiel Toda Vida" e álbuns como Sempre Fiel (2002)[12] e Para o Mundo Ouvir (2004).[1] Artistas que não eram diretamente associados ao pentecostal fizeram registros do gênero, como Cristina Mel (como Você é um Vencedor, de 2002)[13][14] e a dupla Rayssa & Ravel (com Inesquecível, de 2002, e Além do Nosso Olhar, de 2004).[5] A banda Voz da Verdade, popular em igrejas pentecostais, também acabou por ser indiretamente associada ao gênero. A música "O Escudo", lançada em 2003, chegou a ser regravada por artistas pentecostais.[15] Ex-integrante do Voz da Verdade, a cantora Lydia Moisés desenvolveu mais tarde uma carreira solo como artista pentecostal.[16]
Durante a década de 2000, o prêmio Troféu Talento promoveu a categoria Melhor Álbum Pentecostal, que indicou e premiou álbuns de Cassiane, Damares, Mara Lima, Daniel & Samuel, Robinson Monteiro e Shirley Carvalhaes.[17][18][19][20][21]
Assim como toda a expressão musical evangélica, a década de 2010 é caracterizada pela atenção dada ao pentecostal por gravadoras não-religiosas. Cassiane e Damares, à época os nomes mais populares do gênero, assinam com a Sony Music Brasil.[22] Em 2011, a Sony lançou o álbum 100 anos do Movimento Pentecostal, com participações de Cassiane, Damares, Elaine de Jesus, Lauriete, Danielle Cristina, Jairinho Manhães e Marcelo Aguiar.[23] O termo "pop pentecostal" começa a se popularizar conforme novos artistas mais jovens se popularizavam, entre eles nomes como Anderson Freire, que se tornou um hitmaker no cenário evangélico[24] e chegou a ser indicado ao Troféu Imprensa de Cantor do Ano.[25] Outros nomes de destaque no período foram artistas como Eliã Oliveira,[26] Samuel Mariano,[27] Flordelis,[28] Elaine Martins[29] e Fabiana Anastácio.[30]
Com o passar dos anos, também surgiram selos evangélicos especializados em música pentecostal. Um de seus principais casos foi a gravadora Celebrai Music, com artistas específicos como Max do Corinho,[31] Giovanny Brasa Viva,[32] Ardendo em Fogo e Profético Soul.[33]
A música pentecostal tem sido descrita, inicialmente, a partir dos seus elementos pop, como o subgênero power pop.[6] Músicas de influência pentecostal geralmente contam com vocais de apoio sobressalentes, arranjos de cordas e letras que descrevem o poder divino diante de adversidades e histórias bíblicas e interpretações vocais intensas. Ao longo das décadas, a música pentecostal incorporou gêneros da música popular do Brasil em sua sonoridade, como a seresta, brega, forró e sertanejo.[34]
O sertanejo, na década de 1990, se destacava como o gênero mais popular do Brasil, o que fez com que vários artistas evangélicos que flertavam com a música sertaneja serem considerados artistas pentecostais.[35] O músicos da dupla Daniel & Samuel, por exemplo, chegaram a atuar como compositores para vários artistas pentecostais.[36] Mara Lima, que carregava influências sertanejas, também ficou reconhecida como uma cantora pentecostal. Entre outros compositores recorrentemente gravados por artistas evangélicas naquele período, estavam nomes como Elizeu Gomes,[37] Rozeane Ribeiro,[38] Wanderly Macedo,[5] Cícero Nogueira e Léa Mendonça.[39] A associação entre pentecostal e sertanejo seguiu a ser tendência nas décadas seguintes, com a ascensão de duplas e cantores como André & Felipe[40] e Canção & Louvor.[41]
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