Marcus Preto
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Marcus Vinicius Preto Lopes (São Paulo, 2 de março de 1973) é um jornalista, curador, produtor musical e diretor de arte brasileiro.
Marcus Preto | |
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Nome completo | Marcus Vinicius Preto Lopes |
Nascimento | 2 de março de 1973 (51 anos) São Paulo |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | |
Prêmios | Troféu APCA |
Nascido na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, pretendia cursar Cinema, sua grande paixão desde a adolescência, quando, em 1990, todo o setor foi desmonstado por medidas do governo Collor.[1] Sem rumo, matriculou-se em Filosofia, na USP, e em Música Popular, na ULM. Insatisfeito com os dois cursos, abandonou ambos e foi trabalhar no restaurante Spot, na avenida Paulista. Foi nesse período como garçom que conheceu Waly Salomão, Antonio Cicero, Caetano Veloso e Lygia Fagundes Telles, entre outras figuras fundamentais para a materialização das carreiras futuras de jornalista, produtor e diretor artístico.[2] Considera esses cinco anos no restaurante (de 1996 a 2001) um passo fundamental de sua história.
Jornalista
A carreira de jornalista começou em 2001, na revista MTV. Tornou-se jornalista por acaso quando, ainda garçom, enviou um e-mail à diretora de redação da revista, Monica Figueiredo. A ironia é que escreveu a mensagem de madrugada, depois de algumas taças de vinho, e nem se lembrava de ter enviado. No dia seguinte, a jornalista o chamou para uma conversa. Acabou contratado.
Nos anos seguintes, foi repórter e crítico musical na revista Rolling Stone e no jornal Folha de S.Paulo, entre tantos outros.[3] Na Folha, teve papel fundamental na propagação de artistas da nova cena musical brasileira, sobretudo a da capital paulistana, que florescia a partir do surgimento de nomes como Criolo, Marcelo Jeneci, Emicida, Romulo Fróes, Tulipa Ruiz, Anelis Assumpção e outros.[4]
Produtor musical e diretor artístico
Assim como aconteceu no jornalismo, também as funções de produtor musical e diretor artístico vieram "por acidente". Visitando semanalmente a casa de Tom Zé a fim de colher depoimentos para uma biografia, encontrou o músico abatido com a repercussão, nas redes sociais, de locução feita pelo músico para um comercial da Coca-Cola. Era a cultura do cancelamento começando a se manifestar no país. Preto sugeriu que Tom Zé usasse os xingamentos postados pelos haters no Facebook para criar música. "Então você vai ter que me ajudar", respondeu o mestre tropicalista[5]. Assim nasceu o EP Tribunal do Feicebuqui (2013)[6][7], gravado com Emicida, O Terno, Trupe Chá de Boldo e Filarmônica de Pasárgada.
No final de 2013, começou a atuar como diretor artístico de Gal Costa (1945 - 2022) , função que desempenhou por nove anos, até a morte da cantora. Para Gal, produziu seis espetáculos, três álbuns de estúdio e três gravados ao vivo. Em 2015, recebeu o Troféu APCA de Melhor Produção e Direção Artística, na categoria Música Popular, por Estratosférica (2015), álbum de canções inéditas da cantora baiana.[8][9][10]
Também arquitetou trabalhos de artistas como Erasmo Carlos[11][12], Silva[13][14], Nando Reis[15][16], Alaíde Costa [17][18], Bala Desejo[19], Paulo Miklos[20][21][22], Juliana Linhares[23][24], Márcia Castro[25], Almério[26], Lia de Itamaracá e da banda Scalene[27][28], entre outros. Pelos álbuns "O Futuro Pertence à... Jovem Guarda", de Erasmo, e "Sim Sim Sim", do Bala Desejo, foi premiado com o Grammy duas vezes em 2022.[29][30] Pelo show "Tudo É Amor - Almério Canta Cazuza", recebeu o troféu de Melhor Direção em Música no prêmio Janeiro de Grandes Espetáculos. [31][32] Em 2023, recebeu dois troféus no Prêmio da Música Brasileira pelos álbuns "O Futuro Pertence à... Jovem Guarda", de Erasmo Carlos, e "O que Meus Calos Dizem Sobre Mim", de Alaíde Costa[33].
No primeiro semestre de 2023, dirigiu espetáculos para as cantoras Simone - "Tô Voltando", celebrando os 50 anos de carreira da artista[34][35][36]- e Adriana Calcanhotto - "Coisas Sagradas Permanecem",[37] dedicado à obra de Gal Costa e ovacionado pela crítica especializada.[38] Em março de 2024, veio o álbum "Se o Meu Peito Fosse o Mundo", do jovem cantor e compositor Jota.pê.[39]
Ainda para 2024, prepara os novos trabalhos das veteranas Alaíde Costa e Claudette Soares[40], divas projetadas na Bossa Nova, e um projeto póstumo com material inédito de Erasmo Carlos[41]. Também produz o álbum que marca o retorno do grupo Boca Livre, com lançamento programado para o primeiro semestre[42].
Cinema, Literatura e Curadoria
No cinema, foi diretor musical dos filmes "Música para Morrer de Amor" (2020) [43] e "Meu Álbum de Amores" (2021)[44], ambos dirigidos por Rafael Gomes. Com trilha sonora original de Odair José e Arnaldo Antunes, "Meu Álbum de Amores" estreia em 2022.
É organizador da fotobiografia "Gal Costa" (Bei Editora, 2022), dedicada à vida e à obra da cantora baiana. [45][46]
Em 2013 e 2014, fez parte da equipe de curadoria da Virada Cultural de São Paulo.[47]
Atualmente, é curador do festival Coala[48], que acontece anualmente no Memorial da América Latina, em São Paulo. O Coala tem sido apontado como precursor em "subverter toda uma cultura e colocar a música brasileira no holofote principal"[49].
Produção Musical e Direção artística
- Tribunal do Feicebuqui (2013), Tom Zé [50][51][52][53]
- Coitadinha Bem Feito: As Canções de Angela Ro Ro (2013), Angela Ro Ro[54]
- Vira Lata na Via Láctea (2014), Tom Zé [55]
- Animal (2014), Adriano Cintra[56][57]
- Prisioneira do Amor (2015), Andreia Dias
- Estratosférica (2015), Gal Costa
- Vem (2017), Mallu Magalhães
- A Gente Mora no Agora (2017), Paulo Miklos[58]
- Tudo Tudo Tudo Tudo (2017), César Lacerda
- Silva Canta Marisa Ao Vivo (2017), Silva[59]
- Estratosférica Ao Vivo (2017), Gal Costa[60]
- Trinca de Ases (2018), Gilberto Gil, Nando Reis e Gal Costa
- Amor É Isso (2018), Erasmo Carlos[61]
- A Pele do Futuro (2018), Gal Costa[62][63]
- Não Sou Nenhum Roberto, Mas às Vezes Chego Perto (2019), Nando Reis[64][65][66]
- Respiro (2019), Scalene[67]
- A Pele do Futuro Ao Vivo (2019), Gal Costa[68]
- América, América (2020), Marcelo Segreto (EP) [69]
- Nenhuma Dor (2021), Gal Costa[70][71][72][73][74][75]
- Nordeste Ficção (2021), Juliana Linhares[76][77]
- Tudo É Amor - Almério Canta Cazuza (2021), Almério[78][79]
- Axé (2021), Marcia Castro[80]
- Um Gosto de Sol (2021), Céu (seleção de repertório) [81]
- Amazon Original [Re]Discover Milton Nascimento (2021), Bryan Behr, Céu, Luedji Luna e Vitor Kley (EP) [82]
- O Futuro Pertence à Jovem Guarda (2022), Erasmo Carlos[83][84]
- Sim Sim Sim (2022), Bala Desejo[85][86][87]
- O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim (2022), Alaíde Costa [88] [89]
- Dorme Pretinho (2023), Lia de Itamaracá (single)[90]
- Meu Álbum de Amores - Trilha Sonora do Filme (2023), Odair José, Arnaldo Antunes e Gabriel Leone[91]
- Maré Vermelha (2023), Mihay[92]
- Por que Você Não Vem Morar Comigo? (2023), Simone e Ney Matogrosso (single)[93]
- Meu Mundo e Nada Mais (2024), Alaíde Costa e Guilherme Arantes (single)[94]
- Se o Meu Peito Fosse o Mundo (2024), Jota.pê[95]
Direção e roteiro
- Espelho d'Água (2014), Gal Costa; estreia: Teatro J. Safra (Sao Paulo) - roteiro e direção[96][97][98]
- Ela Disse-me Assim (2015), Gal Costa; estreia: Auditório Araújo Vianna (Porto Alegre) - roteiro e direção[99][100][101]
- Estratosférica (2015), Gal Costa; estreia: Teatro Castro Alves (Salvador) - roteiro e direção[102][103]
- Silva Canta Marisa (2016), Silva; estreia: Choperia Sesc Pompeia (São Paulo) - roteiro e direção[104]
- A Gente Mora no Agora (2017), Paulo Miklos; estreia: Casa Natura Musical (São Paulo) - roteiro e direção[105]
- Trinca de Ases (2017), Gilberto Gil, Nando Reis e Gal Costa; estreia: Citibank Hall (São Paulo) - roteiro e codireção musical (com Gilberto Gil e Nando Reis) [106]
- Tudo Tudo Tudo Tudo (2017), César Lacerda; estreia: Espaço Cultural Sérgio Porto (Rio de Janeiro) - roteiro e direção[107][108]
- Paulo Miklos Canta Adoniran Barbosa (2018), Paulo Miklos e Os Prettos; estreia: Terraço Santander (São Paulo) - roteiro e direção[109]
- A Pele do Futuro (2018), Gal Costa; estreia: Tom Brasil (São Paulo) - roteiro e direção[110][111][112]
- Esse Amor sem Preconceito (2019), Nando Reis; estreia: Palácio das Artes (Belo Horizonte) - roteiro e direção[113]
- Malía (2019), Malía; estreia: Casa Natura Musical (São Paulo) - roteiro e direção[114][115]
- As Várias Pontas de uma Estrela (2021), Gal Costa; estreia: Teatro Bradesco (São Paulo) - roteiro e direção[116]
- Tudo É Amor - Almério Canta Cazuza (2022), Almério; estreia: Teatro do Parque (Recife) - roteiro e direção[117][118][119][120]
- O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim (2022), Alaíde Costa; estreia: Sesc Pinheiros (São Paulo) - roteiro e direção[121]
- Axé (2022), Marcia Castro; estreia: Sesc 24 de Maio (São Paulo) - roteiro e direção[122]
- Forró da Mari (2022), Mariana Aydar; estreia: Sesc Pinheiros (São Paulo) - roteiro e direção[123]
- Tô Voltando (2023), Simone; estreia: Vivo Rio (Rio de Janeiro) - roteiro e direção[124][125]
- Coisas Sagradas Permanecem (2023), Adriana Calcanhotto; estreia: PUCRS (Porto Alegre) - roteiro e direção[126][127]
Projetos especiais
- Coitadinha Bem Feito (2013), Otto, Adriano Cintra, Lira, Gustavo Galo, Pélico e Gui Amabis; Sesc Vila Mariana (São Paulo) - roteiro[128]
- Waly Salomão: Poesia Total (2014), Gal Costa, Jards Macalé, Helio Flanders, Gustavo Galo e Botika; Sesc Vila Mariana (São Paulo) - roteiro e direção[129]
- Projeto Sala de Estar (2015), Guilherme Arantes; Sesc Pompeia (São Paulo) - roteiro
- Na Contramão (2015), Walter Franco, Jards Macalé e Isca de Polícia; Sesc Pompeia (São Paulo) - roteiro e direção
- Samsung Rock Festival - Volume 1 (2017), Orquestra de Heliópolis; estreia: Praia de Ipanema (Rio de Janeiro) - roteiro[130][131]
- Samsung Rock Festival - Volume 2 (2018), Orquestra de Heliópolis, Samuel Rosa, Suricato e Lari Basílio; Parque Ibirapuera (São Paulo) - roteiro[132][133]
- Amores Acústicos Boticário (2019), Ivete Sangalo, Jota Quest e Silva; Theatro Municipal de São Paulo (São Paulo) - roteiro e direção artística