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Os principais sistemas religiosos e tradições espirituais do mundo podem ser classificadas em um pequeno grupo de religiões mundiais, mas não há um critério definido para o termo. A busca por uma definição começou no século XVIII, quando tentou-se observar o nível de civilidade das sociedades humanas ao redor do mundo.[1]
De acordo com The World Factbook, elaborado pela CIA com dados de 2012, os sistemas religiosos e espirituais com maior número de adeptos em relação a população mundial são: cristianismo (28%); islamismo (22%); hinduísmo (15%); budismo (8,5%); pessoas sem religião (12%) e outros (14,5%).[3] Estudos conduzidos pela Pew Research Center em 2009 mostram que, geralmente, nações mais pobres têm maior proporção de cidadãos que consideram a religião muito importante do que em nações ricas, com exceção aos Estados Unidos e Kuwait.[4] A irreligiosidade e o ateísmo respondem por 14,27% e 3,97% da população mundial, seguidos pelas religiões étnicas indígenas.
Estas tradições espirituais podem ser também combinadas em grupos maiores, ou separadas em sub-denominações menores. O cristianismo, islão e o judaísmo (e às vezes a Fé Bahá'í) podem ser unidos como religiões abraâmicas. O hinduísmo, budismo, sikhismo e jainismo são classificados como religiões indianas (ou dármicas). A religião tradicional chinesa, confucionismo, taoísmo e xintoísmo são classificados como religiões da Ásia Oriental (ou taoicas).
Em culturas ao redor do mundo, tem existido, tradicionalmente, muitos grupos de crenças religiosas diferentes. Na cultura indiana, as diferentes filosofias religiosas eram tradicionalmente respeitadas como diferenças acadêmicas em busca de uma mesma verdade. No islamismo, o Alcorão menciona três categorias diferentes: os muçulmanos, os adeptos do Livro e os adoradores de ídolos. Inicialmente , os cristãos tinham uma visão de uma simples dicotomia de crenças mundiais: a civilidade cristã contra a heresia ou a barbárie estrangeira. No século XVIII, foi esclarecido que "heresia" foi um termo criado para se referir ao judaísmo e ao islamismo, além do paganismo, isso criou uma classificação de quatro categoria que gerou obras como Nazarenus, or Jewish, Gentile, and Mahometan Christianity, de John Toland, que representou a três religiões abraâmicas como diferentes "nações" ou seitas dentro de uma mesma religião: o "verdadeiro monoteísmo".
Daniel Defoe descreveu as diferenças religiosas da seguinte forma: "A religião é corretamente a adoração dada a Deus, mas isso também é aplicado à adoração de ídolos e de falsas divindades." Na virada do século XIX, entre 1780 e 1810, a linguagem mudou drasticamente: em vez de "religião", que é sinônimo de espiritualidade, os autores começaram a usar o plural "religiões" para se referir ao cristianismo e a outras formas de adoração. Uma das primeiras enciclopédias de Hannah Adams, por exemplo, teve seu nome alterado para Um Compêndio Alfabético Das Várias Seitas para Um Dicionário de Todas as Religiões e Denominações Religiosas.[5]
Em 1838, as quatro categorias religiosas de cristianismo, judaísmo, islamismo e paganismo foram multiplicadas consideravelmente pela obra Analytical and Comparative View of All Religions Now Extant among Mankind, de Josias Conder. O trabalho de Conder ainda adere à classificação de quatro categorias, mas ele reúne muito trabalho histórico para criar algo parecido com a nossa imagem ocidental moderna: ele inclui drusos, Yezidis , mandeanos e elamitas em uma lista de grupos possivelmente monoteístas e, sob a categoria final de "politeísmo e panteísmo", ele lista o zoroastrismo, as "seitas reformadas dos vedas, puranas e tantras" da Índia, bem como "idolatria Brahminical", budismo, jainismo, sikhismo, lamaísmo, "religião da China e do Japão" e "superstições iliterárias".[6]
O significado moderno da expressão "religião mundial", que coloca os não cristãos no mesmo nível de cristãos, começou com o Parlamento Mundial de Religiões realizado em 1893 em Chicago, Estados Unidos. O Parlamento impulsionou a criação de uma dúzia de palestras financiadas pelo setor privado com o intuito de informar as pessoas sobre a diversidade da experiência religiosa: essas palestras financiaram pesquisadores como William James, D. T. Suzuki e Alan Watts, que influenciaram muito a concepção pública das religiões mundiais.[7]
Na segunda metade do século XX, a categoria de "religião mundial" foi seriamente questionada, especialmente por traçar paralelos entre culturas muito diferentes e, criando assim, uma separação arbitrária entre o religioso e o secular.[8] Mesmo professores de história têm evitado e desaconselhado o ensino da concepção de "religiões mundiais" nas escolas.[9] Outros veem a formação das religiões no contexto do Estado-nação como uma "invenção de tradições".
Uma maneira de definir uma grande religião é pelo número de adeptos atuais. Os números da população religiosa são computados por uma combinação de relatórios de censos e pesquisas populacionais (em países onde os dados sobre religião não são coletados no censo como, por exemplo, os Estados Unidos ou a França), mas os resultados podem variar muito, dependendo da forma como as perguntas são formuladas, as definições de religião usadas e o viés das agências ou organizações que realizam tal pesquisa. Religiões informais ou desorganizados são especialmente difíceis de estimar.[carece de fontes]
Não há consenso entre os pesquisadores quanto a melhor metodologia para determinar o perfil religioso da população mundial. Uma série de aspectos fundamentais são importantes, como se essa "cultura religiosa é historicamente predominante";[10] se entram na estimativa apenas aqueles que praticam ativamente uma religião em particular;[11] se a estimativa for feita com base no conceito de "adesão";[12] entre outros.
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