São Miguel do Gostoso

município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte Da Wikipédia, a enciclopédia livre

São Miguel do Gostosomap

São Miguel do Gostoso é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 10 441 habitantes.[3]

Factos rápidos Município do Brasil, Localização ...
São Miguel do Gostoso
  Município do Brasil  
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Símbolos
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Bandeira
Hino
Gentílico gostosense
Localização
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Localização de São Miguel do Gostoso no Rio Grande do Norte
Localização de São Miguel do Gostoso no Rio Grande do Norte
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São Miguel do Gostoso
Localização de São Miguel do Gostoso no Brasil
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Mapa de São Miguel do Gostoso
Coordenadas 5° 07′ 30″ S, 35° 38′ 20″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Norte
Municípios limítrofes Norte: Oceano Atlântico
Sul e leste: Touros
Oeste: Pedra Grande e Parazinho
Distância até a capital 102 km
Administração
Prefeito(a) José Renato Teixeira de Souza[1] (PSD, 2017–2024)
Vereadores 9
Características geográficas
Área total [2] 431,444 km²
População total (estimativa IBGE/2021[3]) 10 441 hab.
Densidade 24,2 hab./km²
Clima tropical
Altitude 6 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 59585-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,591 baixo
PIB (IBGE/2019[5]) R$ 336 420,49 mil
PIB per capita (IBGE/2019[5]) R$ 32 719,36
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Foi desmembrado de Touros em 16 de julho de 1993 pela lei estadual 6 452 com o nome "São Miguel de Touros", sendo oficialmente instalado em 1° de janeiro de 1997.[6] Posteriormente seria realizado um plebiscito acerca do nome do município, no qual os moradores votaram pela denominação "São Miguel do Gostoso", que foi oficializada pela lei estadual 7 938, de 4 de maio de 2001.[7]

Turismo

Cinema

O destino está consolidado no mapa do cinema nacional, com a exibição de um festival único em todo o Brasil, a Mostra de Cinema de Gostoso, que exibe filmes a céu aberto em uma sala de cinema montada nas praias da cidade.[8]

Esporte

A cidade é famosa pelos seus ventos fortes e paralelos ao litoral na maior parte do ano, que permitem esportes náuticos sem o risco de que os praticantes sejam levados para longe da costa. Além dos bons ventos a temperatura da água é sempre agradável, mesmo no "inverno". Diversas escolas e clubes de kitesurf se espalham pela cidade atraindo pessoas de todo o mundo.

Os ventos alísios permitem que os esportistas façam longos passeios e campeonatos desde a cidade até o Ceará.

Gastronomia

Os esportistas trouxeram a gastronomia na bagagem. Muitos restaurantes foram abertos, mas privilegiam os jantares, especialmente na famosa Rua da Xepa. Poucos restaurantes abrem para o almoço na dentro da cidade. Esta refeição pode ser apreciada em outros pontos como na Praia de Tourinhos, com muitas barracas na areia ou em alguns poucos restaurantes que estão próximos aos kite-centers.

Fatos interessantes

A população local, seja de nativos ou de "forasteiros" adora assistir o pôr do sol. Muitas pessoas vão até a praia, com crianças e cachorros, para apreciar este momento. Em alguns pontos é possível ver o sol se pondo no mar, algo incomum na maior parte do litoral do Brasil.

História

Descobrimento do Brasil

Em agosto de 1501 a segunda expedição da Coroa Portuguesa chegou ao Brasil e aportou onde hoje é a Praia do Marco.

O explorador Américo Vespúcio passou pela região deixando um marco em pedra para delimitar as possessões definidas pelo Tratado de Tordesilhas. Ainda se pode ver uma réplica na beira do mar e o marco na bandeira do município.

Geografia

De acordo com a atual divisão territorial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vigente desde 2017,[9] São Miguel do Gostoso pertence às regiões geográficas intermediária e imediata de Natal.[10] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião do Litoral Nordeste, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Leste Potiguar.[11]

Banhado a norte pelo Oceano Atlântico, São Miguel do Gostoso possui 19,51 km de litoral,[12] formado pelas praias da Ponta do Santo Cristo, do Cardeiro, da Xepa, de Maceió, de Tourinhos, do Reduto e do Marco.[13] Seus limites são Touros (sul e leste), Pedra Grande e Parazinho, os dois últimos a oeste.[14] Sua área territorial é de 431,444 km²[2] (0,817% da superfície estadual), dos quais 5,185 km² estão em área urbana[15] (incluindo vilas e povoados). Está distante 107 km da capital do estado, Natal,[16] e a 2 511 km da capital federal, Brasília.[17]

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Falésia na Praia de Tourinhos
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A Praia do Cardeiro ao entardecer

O relevo de São Miguel do Gostoso está incluído na planície costeira, cujos terrenos são marcados pela presença de dunas móveis formadas pela constante ação eólica e, adentrando o continente, são sucedidos pelos tabuleiros costeiros, também chamados de planaltos rebaixados. Geologicamente, a maior parte do município se encontra em área de abrangência do Grupo Barreiras, constituída por sedimentos de arenito intercalados com argilito e siltito, oriundos do período Terciário. Apenas a porção sudoeste está sob influência da Formação Jandaíra, que pertence à Bacia Potiguar, onde podem ser encontrados sedimentos de calcarenito e calcilutito, formados na idade Cretácea.[14][18]

Existem três classes de solos no município, predominando as areias quartzosas distróficas, caracterizando-se por serem altamente permeáveis e bastante drenados, porém pouco férteis.[14] Na porção oeste está o solo podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico,[19] com drenagem de moderada a boa e textura formada em parte por argila.[20] Entre essas duas classes há uma pequena área de solonchak,[19] com textura variável e um maior teor salino, sendo geralmente coberto pelos manguezais.[21][22] Na nova classificação brasileira de solos, as areias quartzosas, tanto distróficas quanto marinhas, constituem a classes dos neossolos, enquanto os solos podzólicos e o solonchak são chamados de luvissolo e gleissolo, respectivamente.[23]

Esses solos, em sua maioria, são cobertos por uma vegetação xerófila de pequeno porte, a caatinga, havendo ainda a formação de praias e dunas no litoral, os campos de várzeas em áreas úmidas, com a presença de herbáceas, e gramíneas semelhantes às do bioma do Cerrado. São Miguel do Gostoso possui todo o seu território na faixa litorânea de escoamento difuso,[14] com pequenos corpos hídricos que escoam em direção ao oceano, sem que haja uma área de drenagem delimitada pelos divisores de águas como nas bacias hidrográficas.[24]

Mesmo localizado no litoral, seu clima é semiárido, com chuvas concentradas no período de março a junho e elevado déficit hídrico.[18] Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), referentes ao período de 1963 a 1972, 1992 a 2010 e a partir de 2019, o maior acumulado de chuva em 24 horas registrado na cidade alcançou 163,8 mm em 23 de junho de 2024, seguido por 138,8 mm em 1° de abril de 1971, 111 mm em 13 de setembro de 1999 e 110,4 mm em 13 de março de 2020. O recorde de mês mais chuvoso da série histórica pertence a abril de 1965, com 396,4 mm.[25] Desde novembro de 2019, quando entrou em operação uma estação meteorológica automática da EMPARN na cidade, a menor temperatura registrada em São Miguel do Gostoso ocorreu em 14 de julho de 2020 (19,8 °C) e a maior em 1° de março de 2022 (34,8 °C).[26]

Mais informação Dados climatológicos para São Miguel do Gostoso, Mês ...
Dados climatológicos para São Miguel do Gostoso
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 34,4 34,3 34,8 34,6 33,4 34 33,5 33,8 33,6 33,9 34,1 34,4 34,8
Temperatura mínima recorde (°C) 22,6 22,6 22,3 21,9 21,4 20,5 19,8 20,1 20,3 20,9 21,7 21,4 19,8
Precipitação (mm) 50,7 66,3 123,6 135,4 117,5 123,8 95,2 30,6 13 1 4,6 11,8 773,5
Fonte: EMPARN (climatologia de precipitação: 1992-2010;[25] recordes de temperatura: 07/11/2019-presente)[26]
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Política e administração

A administração municipal se dá por um prefeito e uma câmara de vereadores, que representam os poderes executivo e legislativo, respectivamente, sendo todos eleitos pelo voto direto para mandatos de quatro anos. A câmara municipal é constituída por nove vereadores[27] e, dentre suas atribuições, elabora e vota leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente o orçamento municipal.[28]

As primeiras eleições municipais ocorreram em 1996, sendo eleito prefeito João Wilson Teixeira Neri, candidato único,[29] empossado em 1° de janeiro de 1997, data da instalação do novo município, e reeleito para mais um mandato em 2000.[30] Desde a criação do município, elegeram-se para o cargo de prefeito as seguintes pessoas:

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Palácio Vicente Ferreira Neto, denominação da sede da prefeitura de São Miguel do Gostoso
Mais informação #, Nome ...
#NomePartidoMandato
InícioTérmino
1João Wilson Teixeira Néri[29][30]PMDB1° de janeiro de 199731 de dezembro de 2000
1° de janeiro de 200131 de dezembro de 2004
2Miguel Rodrigues Teixeira[31][32]PPS1° de janeiro de 200531 de dezembro de 2008
1° de janeiro de 200931 de dezembro de 2012
3Maria de Fátima Tertulino Dantas Neri[33]PMDB1° de janeiro de 201331 de dezembro de 2016
4José Renato Teixeira de Souza[34]PSD1° de janeiro de 201731 de dezembro de 2020
1° de janeiro de 2021atualidade
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Além dos poderes, também existem alguns conselhos municipais em atividade, que atuam de forma independente; são eles: Alimentação Escolar, Assistência Social, Cultura, Direitos da Criança e do Adolescente, Desenvolvimento Rural, Educação, Habitação, Meio Ambiente Saúde, Segurança Pública e Tutelar.[35][36][37] São Miguel do Gostoso se rege por lei orgânica, promulgada em 30 de junho de 1997,[28] e é termo judiciário da comarca de Touros, de entrância inicial.[38] Pertence à décima-quarta zona eleitoral do Rio Grande do Norte, possuindo, em dezembro de 2020, 7 266 eleitores, o que corresponde a 0,309% do eleitorado estadual.[39]

Referências

  1. Prefeito e vereadores de São Miguel do Gostoso tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  2. IBGE. «Brasil / Rio Grande do Norte / São Miguel do Gostoso». Consultado em 27 de agosto de 2021
  3. «Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2021. Consultado em 2 de setembro de 2021
  4. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2010). «IDHM Municípios 2010». Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil. Consultado em 4 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 28 de dezembro de 2016
  5. «Produto Interno Bruto dos Municípios 2019». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 3 de janeiro de 2022
  6. IBGE. «Histórico». Consultado em 26 de julho de 2021
  7. RIO GRANDE DO NORTE (Estado). Altera a Lei nº 6.452, de 16 de julho de 1993, no que se refere à denominação do Município. Lei Nº 7.938, de 4 de Maio de 2001. Natal, 5 mai. 2001. Disponível em: . Acesso em: 26 jul. 2021.
  8. IBGE (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 26 de julho de 2021
  9. IBGE (2020). «Anuário Estatístico do Brasil» (PDF). Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 6 de julho de 2021
  10. Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA-RN) (2008). «São Miguel do Gostoso» (PDF). Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 26 de julho de 2021
  11. «Distância de Natal a São Miguel de Touros». Consultado em 26 de julho de 2021
  12. DINIZ FILHO; DINIZ; MELO, 2018, p. 1-2.
  13. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) (20 de fevereiro de 2014). «Podzólicos Vermelho-Amarelo Eutrófico». Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 26 de julho de 2021
  14. SANTOS, Humberto Gonçalves dos; ZARONI, Maria José; ALMEIDA, Eliane de Paula Clemente. «Gleissolos Sálicos». Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2020
  15. OLIVEIRA NETO; Manoel Batista de; SILVA, Maria Sonia Lopes da. «Solos Indiscriminados de Mangues». Consultado em 26 de julho de 2021. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2020
  16. JACOMINE, 2008, p. 177-178.
  17. SILVA; TROLEIS, 2017, p. 81.
  18. Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). «Relatório pluviométrico». Consultado em 22 de fevereiro de 2022
  19. EMPARN. «Relatório de variáveis meteorológicas». Consultado em 22 de fevereiro de 2022
  20. «Prefeito e vereadores de São Miguel do Gostoso tomam posse». G1. 1 de janeiro de 2021. Consultado em 27 de julho de 2021
  21. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (1996). «Resultados das eleições 1996». Consultado em 27 de julho de 2021
  22. TSE (2000). «Resultados das eleições 2000». Consultado em 27 de julho de 2021
  23. TSE (2004). «Resultados das eleições 2004». Consultado em 27 de julho de 2021
  24. TSE (2008). «Parâmetros de pesquisa». Consultado em 27 de julho de 2021
  25. TSE (2012). «Parâmetros de pesquisa». Consultado em 27 de julho de 2021
  26. TSE. «Resultados consolidados». Consultado em 27 de julho de 2021
  27. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros». 2017. Consultado em 27 de julho de 2021
  28. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros». 2018. Consultado em 27 de julho de 2021
  29. «MUNIC - Perfil dos Municípios Brasileiros». 2019. Consultado em 27 de julho de 2021

Bibliografia

Ligações externas

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