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termo usado por judeus, cristãos e muçulmanos para descrever a Terra de Israel e Palestina Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Terra Santa (latim: Terra Sancta; hebraico: אֶרֶץ הַקּוֹדֶשׁ Eretz HaKodesh; árabe: الأرض المقدسة Al-Arḍ Al-Muqaddasah) é uma área localizada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, atualmente dividida entre o Estado de Israel e o Estado da Palestina.[1][2] É chamada "Terra Santa" devido ao seu valor histórico para as três grandes religiões monoteístas do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo.[3][4] Por essa razão, é considerada o centro espiritual do mundo.[5]
O mais remoto vestígio de ser humano encontrado na região são ossos de 1,4 milhão de anos, ainda na Idade da Pedra, quando comunidades viviam nas cavernas à margem de rios da região. A partir do surgimento da agricultura e da domesticação de animais (por volta do ano 8000 a.C.), os povos começam a edificar vilarejos e cidades, deixando de viver como nômades. Com o passar dos séculos, os vilarejos passam a se tornar cidades que passam a se tornar impérios (a partir do ano 4000 a.C.). É a partir desse momento, que algumas evidências arqueológicas e paleoantropológicas começam a coincidir com os relatos bíblicos.[6]
Cerca do ano 1000 a.C., de acordo com a cronologia bíblica, a cidade cananeia de Jebus foi conquistada pelo rei Davi, sendo renomeada como Jerusalém, e escolhida como capital do reino unido de Israel. Os judeus acreditam que o monte Moriá, onde Abraão iria oferecer seu filho, Isaque, em sacrifício a Deus (cerca de 2000 a.C.), corresponde aproximadamente ao local onde o primeiro templo judaico veio a ser edificado mil anos depois pelo filho de Davi, isto é, no monte Sião em Jerusalém; o Templo de Salomão seria destruído quatro séculos mais tarde, no ano de 586 a.C. pelos babilônios.[7] Setenta anos depois, com o retorno dos judeus exilados a Jerusalém, sob a liderança de Zorobabel, um novo templo seria edificado no lugar do antigo.
O marco do calendário ocidental, chamado de calendário gregoriano, ocorre na região, tomando como referência o nascimento de Jesus Cristo, ocorrido em Belém da Judeia.
Nos primeiros séculos da Era Cristã, o local era ocupado por judeus e, sobretudo, por pagãos que pregavam suas adorações aos deuses Júpiter, Adônis e Vênus.[8] Por volta do século III e IV, sob a égide do imperador Constantino, os romanos retomam a região, e dão fim aos cultos pagãos em locais sagrados para o cristianismo e expulsam uma parte dos judeus,[9] com a finalidade de encontrar os lugares por onde Jesus teria passado, como, por exemplo, o túmulo onde foi sepultado, descoberto pela mãe do imperador, Helena de Constantinopla, entre os anos 327 e 329.[10] A partir de então, a região torna-se um centro de peregrinação para cristãos.
Em 614 a região é tomada pelos persas, mas é retomada pelos bizantinos (cristãos) em 628.[11]
Por volta do século VII, segundo a tradição islâmica, mais precisamente em 16 de julho de 622, Maomé foge da cidade de Meca para Medina dando início à era muçulmana.[12] Antes da sua morte, em 632, Maomé teria viajado a Jerusalém e subido aos céus do monte no centro da cidade onde hoje se encontra a Mesquita de Al-Aqsa, e, a partir de então, muçulmanos passam também a ver a região como santa.[7] Sob a condução do sogro de Maomé, Abacar, os muçulmanos dão continuidade à conquistas territoriais já realizadas por aquele, o que inclui a Terra Santa, a partir de 637.[13]
Em 1074, o imperador do Império bizantino requer ajuda ocidental ao Papa para retomar a Terra Santa dos árabes. O atendimento ao pedido demorou vinte anos. Em agosto de 1096, tem início a primeira partida de cavaleiros para auxiliar no restauro da Terra Santa aos cristãos, que viria se chamar Primeira Cruzada. Tal comitiva chegou em Jerusalém em julho de 1099.[14] Em 1187, a região é retomada pelos árabes, comandados por Saladino e novas cruzadas iriam ocorrer pelos séculos vindouros.
Para proteger os lugares santos do cristianismo, foram criadas diversas ordens de cavalaria, em especial, a Ordem do Santo Sepulcro que foi, e continua sendo até os dias atuais, uma das instituições responsáveis pela manutenção das obras históricas da Terra Santa, assim como da assistência aos cristãos residentes na região, através de escolas e hospitais, além do amparo e recepção aos peregrinos.[15][16]
Para os judeus, a Terra Santa é conhecida como a "Terra Prometida", assim chamada por ser a terra prometida, segundo a Bíblia, por Deus a Abraão (Gen 12:1-3).[6]
Para os cristãos, o local é sagrado pois é onde, segundo os Evangelhos, nasceu, viveu, morreu e ressuscitou Jesus Cristo. É o berço do surgimento da Igreja Cristã.[17][18] Do ponto de vista turístico, os cristãos são os que mais visitam o local.[19] Atualmente a região conta com o cuidado e dedicação dos Franciscanos, que habitam a região desde 1230,[20] através da Custódia da Terra Santa,[21] designados desde 21 de novembro de 1342, conforme bula do Papa Clemente VI para cuidar da lugares sagrados cristãos da Terra Santa.[10][22] Recebem também a ajuda de voluntários de todo o mundo,[23] bem como da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.[15]
A Terra Santa também é um local sagrado para os muçulmanos pois, além das menções da região no Alcorão, foi onde, segundo a tradição muçulmana, ocorreu a ascensão de Maomé aos céus.[7]
Apesar de todo o histórico das cruzadas, os lugares sagrados cristãos já estavam bem protegidos de uma possível depredação muçulmana, até pelo motivo que, para o islamismo, a figura de Jesus é respeitada como o sendo o segundo profeta de Deus (Maomé é o primeiro).
Contudo, no final do século XIX, em 1897, surge o sionismo, movimento judeu determinado a retomar Israel, ao menos os lugares considerados sagrados para o judaísmo. Têm-se então, uma migração em massa à Palestina. Em 14 de maio de 1948, contra a vontade dos árabes, o estado de Israel proclama sua independência.[9] Em 1967, a ONU emite a Resolução 242 obrigando Israel a se retirar das áreas invadidas na chamada Guerra dos Seis Dias, não sendo acatada.[24] A propositura da paz passa pela criação de um estado palestino. Contudo, até os dias atuais, nem israelenses, nem palestinos abdicaram de determinados termos para que tal medida seja implementada.
A Terra Santa é um dos principais pontos de turismo a nível mundial.[19][25] Recebendo visitas não só de religiosos, mas até mesmo de povos que, histórica e tradicionalmente, possuem pouco contato com as religiões acima mencionadas, como por exemplo, chineses.[26] Entre os principais pontos turísticos, os chamados lugares santos, mais visitados estão:[27]
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