Terreiro do Bogum
terreiro de candomblé em Salvador, Bahia, Brasil / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Terreiro do Bogum ou Zoogodô Bogum Malê Rundó[1][2] está localizado na Ladeira do Bogum, antiga Manoel do Bonfim, no Bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador, Bahia, Brasil.
O Terreiro de Bogum, de Nação Jeje, Candomblé de tradição Jeje-Maí, tem muitas diferenças em relação aos outros terreiros de Salvador. A principal diferença é a língua falada nos rituais. Como explica Jaime Sodré (ogã da casa há 35 anos), no culto dos voduns do Daomé a língua falada pelos jeje é o eué, dos fons, com tradição ligada ao Benim. A maioria dos candomblés baianos é de tradição nagô e utiliza como língua o iorubá. Além da língua, alguns rituais dos jeje são diferentes. No Terreiro do Bogum não existem Orixás, lá se cultuam os Voduns e recebem outras denominações. Tem alguma semelhança com o Vodu haitiano.[3]
Segundo historiadores,[4] foi no local onde está o Bogum que Joaquim Jeje[5] herói do movimento de insurreição de escravos malês, deixou o bogum (baú) onde estavam os donativos que permitiram a famosa Revolta dos Malês ocorrida em Salvador em janeiro de 1835.
Esses escravos sabiam ler e escrever em árabe, tinham grande poder de organização e articulação e pretendiam fundar um "reino africano" em terras brasileiras, mas foram traídos e a "revolução" foi descoberta.
O termo "bogum" também pode ser explicado pelo dialeto Gun[6] (dialeto do fom com muitos elementos do iorubá), falado na região de Porto Novo, no Benim, significando "lugar (ibo) dos fons (guns)".
A missa em homenagem a São Bartolomeu[7] é feita anualmente há 200 anos, tendo-se tornado uma tradição do Terreiro do Bogum, segundo informações da Fundação Cultural Palmares.
As festas anuais começam no dia 1º de janeiro e termina em meados de abril.