Vasco de Azevedo e Souza
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Vasco de Azevedo e Souza (? - Santa Cruz do Sul, 12 de julho de 1909) foi um político e literato brasileiro.
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Viveu a juventude em Porto Alegre em meados do século XIX, foi prosador e poeta e participou das atividades do Partenon Literário, colaborando com a Revista Mensal da entidade até 1875.[1][2] Depois mudou-se para São Gabriel, onde atuou como escrivão da Coletoria dos Impostos da província, transferido em 1879 para Santa Cruz do Sul,[3] continuando neste ofício por muitos anos.[4] Em 1891 era escrivão das hipotecas da comarca de Santa Cruz,[5] no ano seguinte aparece como tabelião judicial e proprietário de um cartório,[6] e em 1899 era o oficial do Registro Geral do Termo de Santa Cruz.[7]
Envolveu-se na política e recebeu a patente de coronel da Guarda Nacional.[8] Em 1884 estava entre os fundadores do Clube Republicano de Santa Cruz, do qual foi orador oficial,[9] foi um dos organizadores do diretório local do Partido Republicano Rio-Grandense e líder do partido por mais de vinte anos.[10] Em 1900 elegeu-se conselheiro municipal (vereador) para um mandato de quatro anos,[8] presidindo o Conselho em 1900, 1903 e 1904.[11][12][13] Nesta época era um homem de confiança de Borges de Medeiros, mas se formou uma ala dissidente comandada por Carlos Trein Filho que criticava a orientação política de Azevedo e Souza, gerando desconforto para o intendente republicano Galvão Costa, que em 1905 o acusava de lhe dar mais trabalho que os oposicionistas.[8] Permaneceu uma figura influente na cena política até seu falecimento, quando ainda era o chefe do PRR.[14]
Foi um dos responsáveis pela concretização da ligação da cidade à viação ferroviária, uma antiga aspiração dos santa-cruzenses, e em 1904, quando o presidente do estado telegrafou notificando da assinatura do contrato de construção do ramal, sua casa, segundo notícia no jornal A Federação, foi cercada por uma "grande multidão de manifestantes que, em seu quase delirante entusiasmo, pareciam animosamente sufocados. Ao aparecer à porta o venerando chefe, prorromperam todos em incessantes aclamações, enquanto por todos os cantos da vila subiam ao ar milhares de foguetes, num nunca acabar de estalos. [...] Ao ser pela banda de música Concórdia executado o hino nacional, acalmaram-se os ânimos e, usando da palavra, o coronel Vasco de Azevedo agradeceu comovido a grandiosa manifestação de que era alvo".[15] Seu obituário no jornal Gazeta do Sul elogiou a sua "grande inteireza de caráter, tino admirável, de espírito bem orientado e sempre disposto à prática das virtudes sociais".[16]
Foi casado com Florinda Machado, gerando dezoito filhos.[17] Seu nome foi inscrito em um monumento erguido na capital do estado homenageando os principais membros do Partenon Literário.[1] Sua filha Morena de Azevedo e Souza foi professora e uma religiosa de destaque, professando com o nome de Clara Maria, sendo a fundadora e por décadas madre superiora da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida.[16]