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pintura de Gregório Lopes Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Visitação é uma pintura a óleo sobre madeira, da década de 1520, atribuida ao artista português do Renascimento Gregório Lopes (c. 1490-1550), obra que foi proveniente do Retábulo do Paraíso e que está atualmente ao MNAA.
Visitação | |
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Autor | Gregório Lopes |
Data | década de 1520 |
Técnica | Pintura a óleo sobre madeira |
Dimensões | 128,5 cm × 88 cm |
Localização | MNAA, Lisboa |
A Visitação de Gregório Lopes representa obviamente o episódio bíblico da visita de Maria, grávida de Jesus, à sua prima Isabel, que era muito mais velha e que estava igualmente perto de dar à luz João Baptista.
A Gregório Lopes é atribuida a criação de três outras versões da Visitação (todas em Galeria), uma proveniente do extinto Convento de S. Bento e que se encontra actualmente no MNAA, outra proveniente da Igreja do Espírito Santo, em Évora, e outra ainda proveniente do Convento do Bom Jesus de Valverde, estando as duas últimas actualmente no Museu de Évora.
O encontro de Maria e Isabel é representado em primeiro plano, estando em vias de se abraçarem, o que está relacionado com a etimologia da palavra "visitação", que em grego significa saudação. Maria tem um manto verde escuro debruado a ouro, que é o mesmo panejamento com que figura em todos os painéis do retábulo a que pertencia esta pintura, enquanto Isabel, que está à esquerda para o espectador, com a cabeça coberta por um véu branco, tem um vestido vermelho e uma capa escura também debruada a ouro.[1]
Atrás de Maria, como que a segui-la estão dois anjos de asas douradas com semblante prazenteiro. Em segundo plano, e sair do que será a sua casa, está Zacarias, marido de Isabel, longas barbas brancas a acentuar a sua idade avançada, com chapéu preto e traje vermelho e descendo as escadas apoiado a um bordão.[1]
Ao fundo, em edificações de alguma imponência de arquitectura flamenga, observa-se duas fileiras de arcos, um ao nível térreo e outro num primeiro piso, estando neste três figuras que observam a cena. As árvores que ladeiam a edificação, pintadas com pormenor, completam o fundo. Uma destas árvores, com um tronco elevado o que é acentuado pela menor folhagem, parece sair da cabeça de Maria, confundindo-se a copa com o céu, sendo provável que o pintor pretendesse fixar esta árvore como elemento de contacto entre o mundo terreno e o etéreo.[2]
No terreiro, em frente à edificação, estão algumas aves domésticas, algumas a debicar o chão à cata de comida, o que transmite uma sensação de quotidiano comum nas obras deste Artista.[2]
O Retábulo do Paraíso, assim chamado porque proveio do altar-mor do extinto Convento do Paraíso, em Lisboa, foi já objecto de vários estudos de que resultaram opiniões diversas no que respeita à sua autoria. Tendo sido primeiramente atribuído a Grão Vasco (Vasco Fernandes) por Taborda e Cirilo, esta opinião foi refutada por Raczynski que propôs o nome de Abram Prim (Primus). Carl Justi sugeriu como autor o pintor Velascus e Émile Bertaux dividiu a série em dois conjuntos, atribuindo a "Anunciação", a "Visitação" e a "Natividade" a Cristóvão de Figueiredo, e os restantes painéis ao Mestre do Retábulo de Santiago. Mais tarde, José de Figueiredo reagrupou novamente as oito pinturas e enquadrou-as na obra do "Mestre do Paraíso", no que foi seguido por Reinaldo dos Santos. Finalmente Myron Malkiel-Jirmounsky alertou para o facto de estarmos perante uma obra colectiva e não de um só pintor. Actualmente, e na esteira deste último historiador, ainda que se destaque o nome de Gregório Lopes na elaboração do conjunto retabular, parece certo tratar-se de obra colectiva, o que é desde logo visível na heterogeneidade pictórica e técnica das várias tábuas que o compõem.[1]
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