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Ácido fosfotúngstico

composto químico Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Ácido fosfotúngstico
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O ácido fosfotúngstico (PTA, em inglês) (ou fosfowolfrâmico) é um heteropoliácido[1] a base de fósforo e tungstênio. Se apresenta normalmente na forma hidrata e se obtém fazendo evaporar-se uma solução composta de ácido fosfórico (H3PO4) e do isopoliácido H6W12O39 · xH2O (ácido metatúngstico).

Factos rápidos Nomes, Identificadores ...

O composto é conhecido por uma variedade de diferentes nomes e acronismos, incluindo:

  • Ácido fosfotúngstico (PTA)
  • Ácido fosfowolfrâmico (PWA)
  • Ácido tungstofosfórico (TPA)
  • Ácido 12-fosfotúngstico
  • Ácido 12-tungstofosfórico (citado como o padrão IUPAC em Cotton e Wilkinson, 2d edição,1966[2] )
  • Ácido dodecatungstofosfórico

A notação com "12" ou "dodeca" reflete o fato que o ânion contém 12 átomos de tungstênio. Alguns pesquisadores iniciais que não conheciam a estrutura, por exemplo Hsien Wu[3] chamaram-no ácido fosfo-24-tungstico como eles o formularam como 3H2O.P2O5 24WO3.59H2O, (P2W24O80H6).29H2O, o qual corretamente identificaram as taxas atômicas de P, W e O. Esta fórmula ainda era citada em artigos até os anos 1970.[4]

Na atual química, é tratado como possuindo a fórmula química H3PW12O40.

É um composto corrosivo e se apresenta, a temperatura ambiente, como um sólido de branco (ou acinzentado) a verde amarelado quase inodoro, em pequenos cristais. É utilizado na preparação de soluções corantes para uso em citologia e histologia, como a coloração tricrômica azan-Mallory.

EPTA é a sigla (em inglês) para o ácido fosfotúngstico etanólico, sua solução alcoólica é usada em biologia.

Possui ponto de fusão de 89 °C (24 H2O hidrato). É solúvel em água (200 g/100 ml).

Não é especialmente tóxico, mas levemente irritante.

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Estrutura

Gouzerh[5] resume as visões históricas sobre a estrutura do ácido fosfotúngstico conduzindo à determinação de Keggins da estrutura como:

  • H7[P(W2O7)6] proposta por Miolati e posteriormente desenvolvida por Rosenheim.
  • H3[PO4W12O18(OH)36] (Pauling)

A estrutura foi determinada por J.F Keggin primeiramente publicada em 1933[6] e então em 1934[7] e é geralmente conhecida como a estrutura de Keggin. O ânion tem grande simetria tetraédrica e compreende uma "gaiola" de doze átomos de tungstênio ligados por átomos de oxigênio com os átomos de fósforo de coordenação tetraédrica ao seu centro. A imagem abaixo mostra a coordenação octaédrica dos átomos de oxigênio ao redor dos átomos de tungstênio, e qua a superfície do ânion tem tanto os átomos de ligação quanto terminais de oxigênio. Posteriores investigações mostraram que o composto era um hexahidrato e não um pentahidrato como Keggin tinha proposto.[8]

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Estrutura do ânion fosfotungstato.
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Preparação e propriedades químicas

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Perspectiva

O ácido fosfotúngstico pode ser preparado pela reação de tungstato de sódio, Na2WO4.2H2O, com ácido fosfórico, H3PO4, acidificado com ácido clorídrico, HCl.[3]

12Na
2
WO
4
+ H
3
PO
4
+ 24HCl → H
3
[PW
12
O
40
] + 24NaCl + 12H
2
O

As soluções de ácido fosfotúngstico decompõe-se a medida que o pH é aumentado. A marcha desta decomposição tem sido determinada e as composições aproximadas a vários valores de pH são as que seguem:[9]

Mais informação pH, componentes principais ...

As espécies [PW11O39]7 é uma lacuna, ou íon de Keggin defeituoso. A [P2W18O62]6 tem uma estrutura de Dawson. Em pH menor que 8 a presença de etanol ou acetona estabiliza o ânion, [PW12O40]3, reduzindo a decomposição.[9]

Ácido tungstofosfórico é termicamente estável até 400°C, e é mais estável que o análogo ácido silicotúngstico, H4SiW12O40.[10]

Grandes quantidade de moléculas polares tais como a piridina são absorvidas dentro da fase principal e não simplesmente sobre a superfície. Estudos em estado sólido RMN de etanol absorvido na fase principal mostram que ambos os dímeros protonados, ((C2H5OH)2H+) e monômeros, (C2H5OH2+) estão presentes.

Ácido fosfotúngstico é menos sensível a redução que o ácido fosfomolíbdico. Redução com ácido úrico ou sulfato de ferro (II) produz um composto colorido marrom O ácido silicotúngstico relacionado quando reduzido forma um composto marrom similar quando uma das quatro unidades W(III) na estrutura de Keggin torna-se um agrupamento de ligações metal-metal de três periféricos compartilhando um octaedro W(IV)..[11]

O ácido fosfotúngstico é o mais forte dos heteropoliácidos. Sua base conjugada é o ânion PW12O403−. . Sua acidez em ácido acético tem sido pesquisada e mostra que os três prótons dissociam-se independentemente melhor que sequencialmente, e as posições ácidas são de mesma força.[12] Uma estimativa de da acidez é que o sólido tem uma acidez mais forte que H0 = 13.16,[10] o que poderia qualificar o composto como um superácido. Esta força ácida significa que mesmo a baixo pH o ácido é fortemente dissociado.

Quando tratado com peróxido de hidrogênio na presença de base, o ácido fosfotúngstico reage para formar um fosfo-peroxocomplexo de tungstênio, cuja estrutura é [PO
4
(WO)
4
(O
2
)
8
]3– [13], conhecido como ânion de Venturello, um catalisador usado em reações de epoxidação de alcenos pelo peróxido de hidrogênio.[14]

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Usos

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Catalisador

Em comum com o outros heteropoliácidos, o ácido fosfotúngstico é um catalisador e sua alta acidez e estabilidade térmica o faz um catalisador escolhido por alguns pesquisadores.[15] Se apresenta em solução como um catalisador homogêneo, e como um catalisador heterogêneo "apoiado" sobre um substrato como por exemplo a alumina ou a sílica.

Algumas reações catalisadas pelo ácido incluem:

Tingimento e pigmentos

O ácido fosfotúngstico tem sido usado para precipitar diferentes tipos de corantes como "lacas".[16] Exemplos são corantes básicos e corantes trifenilmetanos, e.g. derivados de pararosanilina.[17]

Histologia

Ácido fosfotúngstico é usado em histologia para coloração de espécimes, como um componente de hematoxilina-ácido fosfotúngstico, PTAH, e reagentes “tricrômicos”, e como um corante negativo por formar imagem nítida em microscópio eletrônico de transmissão.

Hematoxilina-ácido fosfotúngstico
Mallory descreveu o reagente agora genericamente conhecido como PTAH em 1897.[18] PTAH colore tecidos entre castanho avermelhado ou azul dependendo de seu tipo. Esta propriedade de colorir simultaneamente em duas cores é diferente de outros reagentes de hematoxilina e.g. alúmen-hematoxilina (como a hematoxilina de Harris). O papel do ácido fosfotúngstico e o mecanismo de coloração não é totalmente entendido. Curiosamente o componente ativo da hematoxilina é a forma oxidada, hematina, embora isso raramente seja reconhecido na literatura que se refere a coloração por hematoxilina. O ácido fosfotúngstico forma uma laca com a hematina.[19] A ação do reagente é incerta, o exame de uma amostra com anos de idade mostrou a existência de três componentes coloridos, azul, vermelho e amarelo.[20] Estes não foram identificados. Algumas pesquisas de sistemas "modelo", reagindo vários compostos tai como aminoácidos, purinas, pirimidinas e aminas com soluções hematoxilina-ácido fosfotúngstico mostram que elas produzem diferentes cores.[21]
Reagentes tricrômicos
Coloração negativa
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Ver também

Bibliografia

  • AAVV, Enciclopedia della Scienza e della Tecnica (EST), vol. XII, p. 712c, Mondadori, Milano, 1980

Notas e Referências

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