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Ambriz

município na Província do Bengo, Angola Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Ambriz
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Ambriz é uma cidade e município da província do Bengo, em Angola.[1]

Factos rápidos Características geográficas ...

Tem 21.806 habitantes. É limitado a norte pelos municípios de Nezeto e Quindeje, a leste pelo município de Nambuangongo, a sul pelos municípios do Dande e Barra do Dande e a oeste pelo oceano Atlântico.[1]

O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Ambriz, e pelas comunas de Bela Vista e Tabi.[1][2][3]

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História

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Perspectiva
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Campanhas de reflorestação nos mangais do Ambriz, em 2025

Um dos primeiros e mais relevantes episódios da história de Ambiz deu-se com a batalha do Ambidizi (ou Ambriz), que foi um confronto militar em junho de 1670 entre as forças do Principado do Soio e as da colônia portuguesa de Angola durante a Segunda Guerra Civil do Reino do Congo (1665-1709). Fez parte de uma campanha militar para quebrar o poder do Principado do Soio na região. Os portugueses obtiveram uma vitória decisiva, infligindo pesadas baixas e matando o líder local. A enorme batalha no local levou a pequena vila de Ambriz à ruína e ao abandono por mais de um século.[4]

Após um século de abandono, Ambriz esteve no centro de uma disputa territorial entre Portugal e a Grã-Bretanha entre a década de 1810 e a década de 1880, quando surgiu a Questão do Ambriz. Inclusive a refundação da localidade está relacionada a esta contenda, pois obrigou Portugal a se apressar a enviar uma expedição militar chefiada por José Baptista de Andrade, em 6 de junho de 1855, para reocupar e refundar Ambriz. A expedição estava planejada desde 20 de janeiro do mesmo ano, mas foi antecipada. Em 1860 a escalada do conflito levou os lusitanos a se retirarem de Cabinda, concentrando seus contingentes em Ambriz e Luanda.[5]

A contenda fez com que Portugal tentasse afirmar mais categoricamente sua posição. Assim, entre 1861 e 1866, a cidade de Ambriz foi transformada em capital do distrito do Ambriz, entidade administrativa precursora da atual província do Bengo, permanecendo com destacamento permanente.[6]

Ambriz torna-se ponto estratégico militar português no lançamento da Operação Viriato, que vinha em resposta aos ataques ao norte de Angola em 1961 perpetrados pela Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). O Esquadrão de Cavalaria 149 partiu de Ambriz a 25 de julho de 1961, formando uma coluna de 250 homens que atingiu Nambuangongo a 10 de agosto, depois de vencer numerosos obstáculos como abatizes, valas e guerrilheiros.[7]

Em 11 de novembro de 1975 a cidade passou mais uma vez à história nacional quando foi proclamada nesta, pela FNLA, a independência da "República Popular Democrática de Angola" (RPDA), com capitais em Huambo e Ambriz.[8] Era um governo rival ao da República Popular de Angola, que havia sido proclamada independente pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em Luanda. Pouco depois de proclamada, em novembro de 1975, a cidade de Ambriz já estava sob ataque do MPLA, com apoio de tropas cubanas, com o governo da RPDA permanecendo somente no Huambo (em fevereiro de 1976 foi obrigado a declarar exílio, pois até o Huambo caíra).[9]

Em 1992, em função do relaxamento militar para a realização das eleições nacionais, as forças militares da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) aproveitaram a oportunidade e atacaram a cidade, destruindo a plataforma de armazenamento e operações óleo e gás pertencente à Petromar. A economia da cidade caiu em ruínas após o ocorrido.[10] Em janeiro de 1994, após uma ofensiva militar na retomada da Guerra Civil Angolana, as Forças Armadas Angolanas derrotaram a UNITA.[11]

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Geografia

A sede municipal está às margens do complexo estuarino de Loge-Ambriz (ou Laguna da Ganga), onde localiza-se o estratégico porto de Ambriz; esse complexo estuarino recebe parte das águas do rio Loge.[12]

A maioria da população é da etnia dos congos, havendo grupos relevantes de ovimbundos, ambundos e luso-angolanos.[13]

Economia

A actividade principal da população é a pesca marítima e fluvial, verificando-se também a presença de produção agrícola e de pecuária, de corte e leite.

No passado, Ambriz tinha uma plataforma de armazenamento e operações óleo e gás pertencente à Petromar, destruída em 1992, que foi reconstruída e ampliada em 2020, reabilitando o importante porto da cidade.[14]

Possui serviços relacionados à estalagem e reforma de embarcações, concentrados no seu importante porto, o maior da província.

Infraestrutura

O Ambriz têm sua principal ligação com o território nacional pela rodovia EN-100, que a liga a Nezeto a norte e, a Barra do Dande à sul.

Ambriz também é a sede da Base Naval de Quincacala-Ambriz da Marinha de Guerra Angolana,[15] que mantém o Instituto Superior Naval de Guerra e o 1º Batalhão da Base da Marinha de Guerra Angolana, tornando o porto de Ambriz uma das principais bases navais angolanas.[16]

Na cidade ainda há uma aeródromo, o Aeroporto de Ambriz.[17]

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Referências

  1. «Lei n.° 14/24 de 5 de Setembro» (PDF). Imprensa Nacional de Angola. Diário da República (171): 9800–10505. 5 de setembro de 2024. Consultado em 29 de dezembro de 2024
  2. «Censo 2014 do INE de Angola». 2014. Consultado em 16 de Março de 2017. Arquivado do original em 11 de julho de 2017
  3. M'Bokolo, Elikia (2003). África negra: Até ao século XVIII. Lisboa: Vulgata
  4. Marquês do Lavradio (1934). A abolição da escravatura e a ocupação do Ambriz. Lisboa: Livraria Bertrand. p. 97
  5. «Angola, 44 anos de independência». Voa Português. 11 de novembro de 2019
  6. Francisco Ferraz (2019). «Uma cidade ao mar». Mundo da Politica
  7. «Estaleiro da Petromar entrega plataformas». Jornal de Angola. 7 de novembro de 2017
  8. Stephen Weigert (24 de outubro de 2011). Angola: A Modern Military History, 1961-2002 2011th ed. [S.l.]: Palgrave Macmillan
  9. United States, Naval Oceanographic Office of. Sailing Directions for Southwest Coast of Africa, Cape Palmas to Cape of Good Hope. 1969. pg. 208-212.
  10. TPA Online (4 de março de 2020). Porto-cais no Ambriz- Investimento da Petromar já funciona no Bengo. TPA Online. Em cena em 02.40. Consultado em 2 de dezembro de 2022 via YouTube
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