Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto
Arrocha
gênero musical e dança brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Remove ads
O arrocha é um gênero musical e dança brasileira originário da cidade de Candeias, na Bahia.[2]
Originado na Bahia, se espalhou desse estado para o restante do país[3]. Seus pioneiros foram os cantores baianos Silvanno Salles (chamado de "cantor apaixonado"[4] ou "rei do arrocha"[5]), Ademir Marques, Lairton e seus Teclados, Márcio Moreno, Pablo e Nara Costa,[1] chamada "Rainha do Arrocha", tem esse "título" disputado com Nira Guerreira.[6]
Remove ads
Histórico e influências
Resumir
Perspectiva
Surgido no começo do século XXI da influência de estilos musicais românticos, como o bolero, seresta e sobretudo o brega, tem como característica um instrumental básico de teclado, bateria eletrônica e saxofone, com letras falando de amor e uma dança "agarradinha" que deu origem ao nome: "arrochar" significa "apertar" e se consagrou porque os primeiros artistas, em suas apresentações, gritavam aos casais que dançavam: "arrocha, arrocha" (ou seja, "aperta, aperta").[1]
Segundo o especialista da Universidade Federal da Bahia, Aaron Lopes, “O arrocha é um estilo musical descendente do bolero, ritmo de origem hispânica muito popular no Brasil desde o início do século XX e muito executado, na Bahia, nas festas de seresta e boemia. O arrocha surge como uma variação de estilização do bolero, a partir de variação rítmica, novas sonoridades e repertório fundamentalmente romântico” e que deixou de "ser uma manifestação cultural exclusivamente baiana para se tornar também um elemento da cultura nacional. Hoje em dia, o arrocha pode ser considerado um tipo de gênero musical de alcance massivo – também chamado de gênero “superpopular” – e atrai públicos das mais diferentes origens, gêneros e classes sociais”, a partir da década de 2020 através de artistas e grupos como Nenho, Tayrone e Latitude 10.[1]
O gênero influenciou a música sertaneja com a criação do estilo "sofrência", o que de certa forma prejudicou os artistas de arrocha.[1] Considerado um "subgênero" dos dois, a sofrência chegou a ser considerada um sinônimo do próprio arrocha, sobretudo quando o cantor Pablo alcançou sucesso no país em 2014 com a canção "Fui Fiel" e influenciou artistas sertanejos a copiarem o arrocha.[7]
Arrochadeira
A arrochadeira é um gênero de fusão resultante da mistura de arrocha e swingueira.[8]
O gênero surgiu no início da década de 2010 no estado da Bahia, tendo como principais influências a instrumentação e a percussão eletrônica originadas a partir do ritmo do Pagodão Beat e a composição com letras de duplo sentido do arrocha, com forte presença do forró eletrônico. O sucesso regional acabou atraindo vários artistas do pagode baiano, mas a primeira música de repercussão nacional do gênero foi “Metralhadora”, da Banda Vingadora.[9][10]
Remove ads
Crítica
A crítica especializada brasileira se mostra hostil diante do arrocha, assim como do brega em geral. Por exemplo, Marco Antonio Marcondes, em sua obra Enciclopédia da Música Brasileira, escreveu:
“a música mais banal, óbvia, direta, sentimental e rotineira possível, que não consegue evitar o uso de clichês na criatividade musical”.[11]
No entanto, alguns especialistas não concordam com o rótulo de “cursi” e “de mau gosto” que tem sido atribuído a esse gênero musical. Para o historiador Paulo Cesar de Araújo:
“todas as produções com as quais o público não se identifica com a tradição da classe média ou com a modernidade são rotuladas como brega”.[12]
O autor Fernando Fontanella complementa ao dizer que, dentro de um jogo de “hierarquias culturais”:
“sempre a bela imagética é considerada pelas instituições da hegemonia dentro de uma legitimação dos grupos dominantes.”[13]
o que explicaria a associação de “música brega” ou “de mau gosto” a algo derivado de um processo de estruturação de classes que tende a beneficiar certos grupos em particular.[13]
Remove ads
Ver também
Referências
- Jaqueline Ferreira (31 de maio de 2022). «Gênero musical, arrocha revela talentos do interior da Bahia para o Brasil». Estadão. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2024
- «Candeias: Em comemoração aos 20 anos do Arrocha, Pablo e Jai fazem previa de show no Boteko do Vaqueiro. Confira!». Bahia Notícia. 26 de outubro de 2019. Consultado em 29 de agosto de 2021
- «Silvano Salles diz que foi 'ofuscado' por Nara Costa em ida ao Faustão; cantora rebate - Bahia Notícias». www.bahianoticias.com.br. 12 de outubro de 2022. Consultado em 28 de setembro de 2024
- «Camaro do cantor Silvanno Salles é apreendido em Salvador, diz polícia». G1. 9 de janeiro de 2014. Consultado em 3 de janeiro de 2014
- «Sem shows na pandemia, cantor Silvanno Salles investe no comércio e abre bar em Salvador: 'Trabalho em família'». G1. 21 de julho de 2021. Consultado em 3 de fevereiro de 2024
- Camila Mello (24 de outubro de 2011). «Grande expoente do arrocha, Nara Costa mantém sucesso popular». iBahia. Consultado em 26 de agosto de 2021
- Adriana Izel (18 de dezembro de 2014). «Vertente dentro do arrocha e do sertanejo, sofrência ganha adeptos no DF». Correio Braziliense. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2014
- BA, Do G1 (8 de fevereiro de 2016). «Vingadora puxa trio sem cordas e anima folião ao som da 'metralhadora'». Carnaval 2016 na Bahia. Consultado em 9 de novembro de 2025
- EGO, Lucas Pasin Do; Rio, no. «Banda Vingadora investe R$200 mil em clipe de 'Metralhadora' e vira hit». Ego. Consultado em 9 de novembro de 2025
- «Quebradeira baiana: Robyssão pede: 'quero conclamar que a galera volte pro pagode' - Coluna - Holofote - Bahia Notícias». www.bahianoticias.com.br. 27 de novembro de 2014. Consultado em 9 de novembro de 2025
- Marcondes, Marcos Antônio (1998). Enciclopédia da música brasileira: popular, erudita e folclórica [Enciclopedia de música brasileña: popular erudita y folklórica] (en portugués). São Paulo: PubliFolha. p. 117. ISBN 8571610312. OCLC 41612689. «Música mais banal, óbvia, direta, sentimental e rotineira possível, que não foge ao uso sem criatividade de clichês musicais».
- Coutinho, Eduardo; Filho, João Freire (2003). O autoritarismo da historiografia musical brasileira IN: Sintonizando a música brasileira (en portugués). Río de Janeiro: Revista ECO-PÓS/UFRJ. pp. 119-127.
- Fontanella, Fernando Israel (2005). A estética do brega. Recife: Universidad Federal de Pernambuco. pp. 42-43.
Remove ads
Ligações externas
Wikiwand - on
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Remove ads

