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Axion Estin
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O Axion Estin (em grego: Ἄξιόν ἐστίν, “É digno em verdade”) é um dos mais venerados hinos marianos da tradição bizantina, com ampla difusão na Igreja Ortodoxa e também entre as Igrejas Católicas de rito oriental. A tradição registra sua origem no século X, ligada a um evento milagroso no Monte Atos, em torno do ano 980. Segundo a narrativa, um monge recebeu a visita de um anjo, que se apresentou sob a forma de um irmão monástico e, diante do ícone da Mãe de Deus no Mosteiro de Protaton (em Cariés), entoou pela primeira vez o cântico, acrescentando as palavras iniciais até então desconhecidas: “Axion estin os alethós makarízein se tin Theotókon” (“É verdadeiramente digno bendizer-te, ó Mãe de Deus”). O anjo teria gravado milagrosamente esse texto numa laje de pedra com o dedo. Esse episódio fixou-se na tradição monástica e levou o hino a integrar oficialmente a liturgia bizantina.[1][2]

Na liturgia, o Axion Estin ocupa lugar destacado: é cantado na Divina Liturgia de São João Crisóstomo durante o Ofertório, antes da Anáfora, e também aparece na Liturgia de São Basílio e em outros ofícios, como a Orthros (Matinas).[3] Sua teologia concentra-se em dois pontos fundamentais: a proclamação de Maria como Theotokos e sua exaltação acima dos anjos, reafirmando as definições do I Concílio de Éfeso (431), que consolidaram a maternidade divina como expressão da unidade da pessoa de Cristo.[4]
Do ponto de vista espiritual, o hino exprime a hiperdulia, isto é, a veneração singular a Maria — superior à devida aos santos e anjos, mas distinta da adoração (latria) devida apenas à Santíssima Trindade.[5] Por esse motivo, o Axion Estin tornou-se não apenas um cântico litúrgico, mas também um símbolo da identidade ortodoxa e um dos elementos mais representativos da piedade mariana oriental. Seu ícone, guardado até hoje no Mosteiro de Protaton, é objeto de peregrinação e continua a marcar a espiritualidade do Monte Atos e do conjunto do Oriente cristão.[6]
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Referências
- MEYENDORFF, John. Byzantine Theology: Historical Trends and Doctrinal Themes. 2. ed. New York: Fordham University Press, 1981, p. 166.
- TAFT, Robert. The Byzantine Rite: A Short History. Collegeville, MN: Liturgical Press, 1992, p. 142.
- SCHMEMANN, Alexander. Introduction to Liturgical Theology. Crestwood, NY: St. Vladimir’s Seminary Press, 1974, p. 116.
- CONGAR, Yves. A Virgem Maria: ensaio de mariologia. São Paulo: Paulinas, 1996, p. 184.
- LOSSKY, Vladimir. Teologia mística da Igreja do Oriente. Petrópolis: Vozes, 1974, p. 193.
- WARE, Kallistos. The Orthodox Church. 2. ed. New York: Penguin Books, 1997, p. 259.
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