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Basílio de Magalhães

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Basílio de Magalhães
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Basílio de Magalhães (Barroso, termo da cidade de Barbacena, 1 de junho de 1874Lambari, 14 de dezembro de 1957),[nota 1] foi um historiador, político, folclorista e professor brasileiro.[3][4]

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Vida e carreira

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Perspectiva

Basílio de Magalhães nasceu em 1.º de junho de 1874 em terras que meses depois formariam a Freguesia de Barroso, na época termo da cidade de Barbacena.[5] Era filho de Antônio Inácio Raposo e de Francisca de Jesus. Há indícios de que Basílio seria filho de Ladislau Artur de Magalhães, que foi seu padrinho de batismo e de Francisca de Jesus, que era serviçal na fazenda Venda Grande, como o seu marido. Ladislau era casado com Belizandra Augusta de Meireles, membros da elite local.[6]

Formação e atuação

Basílio de Magalhães estudou na escola João dos Santos, em São João del-Rei, desde a infância. Com 15 anos de idade, em 1889, começou a trabalhar como tipógrafo no jornal "Gazeta Mineira" e depois também como auxiliar de redação. Devido à posição reacionária da "Gazeta Mineira", ele se afastou e foi trabalhar no jornal "Pátria Mineira", de ideais republicanos. Até 1894 Basílio de Magalhães foi tipógrafo, paginador, revisor e auxiliar de redação do jornal. Concomitantemente, ele também fundou e manteve o pequeno jornal "A locomotiva".[7]

Formou-se em engenharia pela Escola de Minas de Ouro Preto. Mais tarde tornou-se professor de História, primeiro em São Paulo, depois no Rio de Janeiro, tornou-se o 27º diretor do então Instituto de Educação do Rio de Janeiro.[3]

No biênio de 1917–1918, foi Diretor Interino da Biblioteca Nacional. No ano de 1919, voltou para São João del-Rei e se deparou com uma prática política conservadora e contrária à sua postura e a seus ideais liberais e lá se insurgiu contra a política dominante.[8]

Ingressou na política em São João del-Rei, sendo eleito para o Senado Mineiro em 1922. Sua trajetória política terminou com a Revolução de 1930, quando exilou-se no Rio de Janeiro. A partir de então dedicou-se ao magistério e ao jornalismo,[3] tendo colaborado em publicações periódicas como a revista Atlântida.[9] Reassumiu suas funções na Escola Normal do Distrito Federal e foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a examinar candidatos à carreira diplomática no Instituto Rio Branco.[10]

Em 1935 Basílio de Magalhães foi reconhecido como historiador emérito. Sua monografia foi vencedora do "Prêmio Pedro II", ampliada e refundida, passando a se chamar "Expansão Geográfica do Brasil Colonial".[11][10] Foi ainda o primeiro autor a dar profundidade erudita nos estudos folclorísticos, com a obra Folk-lore no Brasil, de 1928.[3]

Basílio de Magalhães foi autor de cerca de cem obras, era poliglota e pertenceu a 26 associações culturais, sendo 17 brasileiras e 9 estrangeiras. Sua biblioteca chegou a possuir cerca de 27 mil volumes.[10]

Trajetória política

Em 1922 foi eleito para o Senado Estadual Mineiro e, em 1923, Presidente da Câmara de Vereadores de São João del-Rei, exercendo cumulativamente o cargo de Agente Executivo Municipal, equivalente ao atual cargo de prefeito. Em 1924 elegeu-se Deputado Federal e foi reeleito para o mesmo cargo no ano de 1927. Dois de seus projetos foram as proposta de voto secreto e obrigatório e a extensão do direito de voto às mulheres.[8]

Pouco antes da Revolução de 1930 opôs-se à candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República. Basílio fazia parte da corrente política liderada por Raul Soares e foi por ele apoiado nas eleições em que foi vitorioso. Com a morte de Raul Soares Basílio passou a ser apoiado por Artur Bernardes. Porém, este apoiou a candidatura de Getúlio Vargas, à qual Basílio fez oposição.[8]

Legados

Em 1952 o então Governador Juscelino Kubitschek, sabedor do estado de penúria em que vivia o historiador, encaminhou uma mensagem à Assembleia Legislativa de Minas Gerais propondo uma pensão mensal de cinco mil cruzeiros ao escritor, como pagamento para que Basílio anotasse e comentasse as Efemérides Mineiras, de José Pedro Xavier da Veiga. Basílio não mais tinha força física para tal tarefa, e por isso não aceitou o encargo nem a pensão.[carece de fontes?]

Obras

  • Expansão geográfica do Brasil colonial[12]
  • Viagem pelo Amazonas e rio Negro, 1939. (Prefácio da 1ª edição)[13]
  • O café na história, no folclore e nas belas-artes, 1939.[14]
  • Estudos de História do Brasil, 1940.[15]
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Morte

Basílio de Magalhães faleceu aos 83 anos de idade, em 14 de dezembro de 1957 na cidade de Lambari, vítima de hemorragia cerebral.[10]

Homenagens

Em 1900 foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Paulista de Letras e Academia Mineira de Letras.[7] Basílio é patrono da cadeira 20 do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei,[16] e patrono da cadeira 7 da Academia de Letras de São João del-Rei.[17] Além disso, Câmara Cascudo dedicou-lhe um verbete no Dicionário do Folclore Brasileiro.[3] O Salão Nobre da Prefeitura de São João del-Rei foi nomeado em sua homenagem, local onde funcionou por muitos anos o plenário da Câmara Municipal do município e onde ele exerceu as funções de presidente.[10]

Na cidade de Nazareno há uma escola denominada Escola Estadual Professor Basílio de Magalhães.[18]

Notas

  1. A Freguesia criada Lei Provincial n.º 2086, de 24 de dezembro de 1874,[1] tendo o patrimônio necessário para instalação da capela dedicada à Santa'Anna sido constituído em 16 de dezembro de 1860.[2]

    Referências

    Bibliografia

    Ligações externas

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