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Brazavile
capital e maior cidade da República do Congo, sendo também um dos departamentos do país Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Brazavile[1][2][3][4][nota 1], também conhecida pelo original em francês Brazzaville, é a capital e maior cidade da República do Congo. Administrativamente, é um departamento e uma comuna,[6] constituindo o centro financeiro e administrativo do país.[7] Está situada na jusante do Lago Malebo e à margem norte do rio Congo, em frente de Quinxassa, a capital da República Democrática do Congo, com a qual forma uma conurbação transfronteiriça de cerca de dezessete milhões de habitantes.[8] Brazavile, propriamente dita, possuia 2 138 236 de habitantes, segundo o censo nacional de 2023.[9]
Foi fundada em 1880 pelo explorador franco-italiano Pierre Savorgnan de Brazza, convertendo-se, dois anos depois, na capital colonial do Congo Francês. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1940, torna-se capital da França Livre, conservando o status até 1942.[10] Em 1960 torna-se a capital do Congo independente. Até 1980 Brazavile fazia parte da região (departamento) de Pool, fazendo divisa internamente apenas com esta região.[11] Em 2013, Brazzaville foi designada Cidade da Música pela UNESCO; desde então, é também membro da Rede de Cidades Criativas.[12]
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Etimologia
O nome Brazavile (na ortografia francesa Brazzaville) tem o significado literal de "Cidade do Braço Armado". O prefixo "Braza" advém do sobrenome do conde italiano Pierre Savorgnan de Brazza, que trabalhava nas expedições de exploração ao serviço da França, sendo atribuído a ele a fundação da localidade. O sobrenome Brazza se refere à vila de Brazzacco, na comuna de Moruzzo, na Itália, cujo nome derivava do latim bracchium, significando "braço armado".[13] Por sua vez, o sufixo "Vile" é equivalente à cidade.[14]
Em língua congo possui os nomes ou corruptelas de Ntamo, Ntambo, Kintamo, Kintambo, Tandala e Mavula e nas línguas teques M'fa, Mfaa, Mfa e Mfoa.[14][15][16][17][18]
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História
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Perspectiva
Fundação

A cidade foi fundada em 1880 no lugar onde anteriormente se situava uma aldeia chamada Ntamo,[19] e seu fundador foi o conde italiano Pierre Savorgnan de Brazza, que trabalhava nas expedições de exploração ao serviço da França.[20] A fundação da cidade situa-se no período histórico da Corrida a África, quando a maior parte das potências europeias da época estabeleceram esferas de influência no continente.[21] As razões para o estabelecimento francês neste sítio são múltiplos: criar um entreposto colonial junto às comunidades nativas preexistentes, criar um contrapoder francês contra o estabelecimento belga de Léopoldville na margem oposta do Lago Malebo e estabelecer uma base avançada naquela região do Rio Congo para explorar o interior.
Dois anos após sua fundação tornou-se capital da colônia do Congo Francês, e em 1910 passou a ser a capital da colônia da África Equatorial Francesa.[22]
A pequena cidade ganha importância com o estabelecimento de uma missão da Congregação do Espírito Santo em 1911. No ano seguinte a administração colonial ergue a primeira sede da prefeitura de Brazavile. Seu primeiro plano urbanístico data de 1929, no governo do governador-geral Antonetti.
Durante a Segunda Guerra Mundial
Em 27 de outubro de 1940, o general Charles de Gaulle lançou um manifesto anunciando a criação do Conselho de Defesa do Império e fez de Brazavile a capital da França Livre,[23] uma vez que Paris havia sido tomada pelas tropas alemãs durante a Batalha de França da Segunda Guerra Mundial. Tal status ressaltou a importância da cidade e da colônia para a metrópole. Permaneceu como capital francesa até 1942, quando passou a ser Argel.[10]
Em 1944, acolheu a Conferência de Brazavile, na abertura da qual foi proferido o discurso de Brazavile com o objetivo de redefinir, após a Segunda Guerra Mundial, as relações entre a França e as colônias africanas. Pela primeira vez, a questão da emancipação congolesa foi levantada. Dois outros discursos, prelúdios da independência congolesa, foram proferidos pelo general de Gaulle em Brazavile em 1944 e 1958.
A partir do ano de 1950 permanece como capital da África Equatorial Francesa, enquanto que a Ponta Negra fica como capital do Congo Francês. Somente volta a ser capital do Congo Francês em 1958.
Pós-independência nacional
Em 1959 eclodiram distúrbios em Brazavile exigindo não somente a autonomia congolesa, referendada um ano antes, mas também a plena independência do Congo. Os distúrbios também antagonizavam os povos mbochis (que apoiavam Jacques Opangault) e os laris e congos (que apoiavam Fulbert Youlou). O exército francês interveio e controlou a situação. As facções opostas entraram em acordo e a cidade se converteu na capital do Congo independente em 15 de agosto de 1960.[19]
Os primeiros Jogos Pan-Africanos se realizaram em Brazavile, entre 18 e 25 de julho de 1965.[24]
Em 1980, o município de Brazavile foi separado do Departamento de Pool, obtendo um status semelhante ao das regiões.
Em 1988 a cidade recebeu uma cúpula que culminou no Protocolo de Brazavile, que determinou a retirada das tropas cubanas de Angola, pavimentando o caminho para a independência da Namíbia.
Década de 1990 - atualidade
Nos anos 1990 a cidade sofreu importantes êxodos de população com motivo das guerras civis que ensanguentaram o país.[19] Em 1997, as forças do então Presidente Pascal Lissouba, rodearam as forças rebeldes de Denis Sassou-Nguesso em Brazavile. Depois de quatro meses de duros combates, se proclamou um alvo à fogo em dezembro, mas a cidade havia sido destruída parcialmente. O fechamento da ferrovia Brazavile-Ponta Negra devido a guerra, cortou uma artéria vital de Brazavile, o que incrementou o número de habitantes que escaparam da cidade.
De 4 a 18 de setembro de 2015 a cidade sediou os Jogos Pan-Africanos de 2015, a 11ª edição dos Jogos Pan-Africanos. Foi erguido na periferia da capital o Complexo Esportivo Concorde de Kintélé para receber a maior parte das modalidades.[25]
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Geografia
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Perspectiva

A fim de distinguir os dois países africanos que possuem a denominação "Congo" em seus nomes, a República do Congo é, às vezes, denominada Congo-Brazavile, em oposição ao Congo-Quinxassa (atual República Democrática do Congo, e conhecido entre 1971 e 1997 como Zaire, cuja capital é Quinxassa). Esta, por sua vez, situa-se na margem sul do Rio Congo, em frente à Brazavile. Este é o único lugar no mundo onde duas capitais nacionais estão situadas em margens opostas de um rio, à vista uma das outras.[8]
A cidade fica 506 km (314 mi) por via fluvial do oceano Atlântico e ao sul do Linha do Equador, e constitui-se de um município autônomo, separado das outras regiões da República do Congo. A cidade é relativamente plana, sendo rodeada por uma grande savana, e situa-se a uma altitude de 317 metros (1.040 pés) acima do nível do mar. Localiza-se na jusante do Lago Malebo (anteriormente Stanley Pool), com a grande ilha Bamu, ao oeste.[26]
Clima
Demografia e religião
Em 2014, 68,7% dos habitantes de Brazavile com 15 anos ou mais sabem ler e escrever francês, enquanto 69,7% falam e entendem. Enquanto isto, a língua franca na cidade é o quituba, seguido de um grande número de falantes de lingala e lari.
Existem em Brazavile diversos credos e manifestações religiosas, tendo, entre os locais de culto, principalmente igrejas e templos cristãos Católicos Romanos (sob coordenação da Arquidiocese de Brazavile),[22] além de grande mesquita, já que 2% da população da República do Congo é muçulmana.
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Política e administração
A cidade está dividida em nove arrondissements (distritos urbanos), sendo:
Além disso subdivide-se na comuna de Kintélé e no distrito especial de Ilha Bamu.[30]
Cidades-irmãs
Brazavile está geminada com as seguintes cidades:
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Economia
Brazavile possui uma importante economia industrial instalada ao redor de seu porto, centrada na estalagem de embarcações, nas indústrias agroalimentares e nas indústrias químicas. Há ainda metalurgia para materiais ferroviários.[22]
Importante parte da massa salarial direta e indireta da cidade centra-se nos serviços de logística baseados no porto, na ferrovia e nas rodovias, vitais para um sistema de comércio com outros países da África Central.[22]
Porém são os serviços administrativos e financeiros — somados às atividades educacionais, de saúde, de entretenimento e de cultura — que fazem movimentar a maior parte da economia da capital.[22]
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Infraestrutura

Educação
Até 2020 o país, e consequentemente a capital, possuíam uma única instituição pública de ensino superior, a Universidade Marien Ngouabi.[22] Neste ano surge, igualmente sediada na capital, a Universidade Denis Sassou-N'guesso.
Transportes
A cidade é atravessada pela Rodovia Trípoli–Cidade do Cabo, que a liga ao sul com Quinxassa (não há ponte na travessia do Congo, somente serviço de balsas) e ao oeste com Dolisie.[8] Outra importante rodovia é a P20, que a liga a Madingou e Loukouo a norte, e; a rodovia N2, que a liga a Gamboma e Ouésso, ao centro-norte.
A cidade é o terminal do Caminho de Ferro Congo—Oceano, que a liga ao importante porto marítimo congolês da cidade de Ponta Negra, na costa do oceano Atlântico.[19][22]
O porto fluvial de Brazavile é o terminal do sistema de transporte Congo-Oceano, com serviço de vapor para o curso superior do rio Congo,[19] além da importante travessia de balsa para Quinxassa.[22]
A cidade é servida pelo Aeroporto Internacional Maya-Maya, o mais importante e movimentado do país.[22]
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Cultura e lazer
Patrimônio edificado
Entre os edifícios mais destacados da cidade se encontra a Basílica de Santa Ana construída em 1949 por Roger Erell. Outros edifícios importantes são a Torre Nabemba, o Palácio do Povo e o Palácio do Congresso. Também são destacáveis o Mausoléu de Marien Nguouabi, o Zoológico de Brazavile e a Escola de Pintura de Poto-Poto.
Desportos
A mais popular prática desportiva local é o futebol, tanto que as mais importantes equipes nacionais estão na cidade, sendo: Étoile du Congo, Club Sportif Multidisciplinaire Diables Noirs, Club Athlétique Renaissance Aiglon e Saint Michel de Ouenzé. As principais estruturas desportivas são o Estádio Olímpico de Brazavile, o Estádio Félix-Éboué, o Estádio Alphonse Massambat-Débat, o Estádio Marchand e o Complexo Esportivo Concorde de Kintélé.[31]
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Notas
- No Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, o linguista Carlos Rocha defende não ser legítima a utilização dos grafemas "ll" e "zz", por serem estranhos ao português.[5]
- Station ID for Brazzaville/ Maia–Maia is 64450 Use this station ID to locate the solshine duration
Referências
- Gradim, Anabela (2000). «9.7 Topónimos estrangeiros». Manual de Jornalismo. Covilhã: Universidade da Beira Interior. p. 167. ISBN 972-9209-74-X. Consultado em 27 de março de 2020
- Porto Editora. «Brazavile». Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Infopédia – Enciclopédia e Dicionários Porto Editora. Consultado em 18 de janeiro de 2012
- «Explosão em depósito de armas no Congo». RTP — Rádio e Televisão de Portugal. 5 de março de 2012. Consultado em 5 de setembro de 2012
- «UA: Pacto africano contra agressão e defesa comum em discussão em Maio». Angola Press. 15 de abril de 2004. Consultado em 5 de setembro de 2012
- Rocha, Carlos (7 de julho de 2010). «A grafia de algumas capitais africanas». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em 3 de outubro de 2024.
«[S]eria de esperar "Brazavile", que não se encontra atestado: além de não existir "ll" na ortografia portuguesa, seria congruente com a passagem de "zz" a "z".»
- «Annuaire Statistique du Congo 2018, chapitre 3 : organisation administrative» (PDF). ins-congo.cg (em francês). Institut National de la Statistique. 23 de março de 2021. p. 13. Consultado em 3 de fevereiro de 2025
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- «Congo (Rep.): Cities & Urban Localities». City Population (em inglês). Consultado em 3 de fevereiro de 2025
- Araujo Pereira Junior, Athayr (2010). «A blitzkrieg alemã e a evolução da arte da guerra» (PDF). Santa Catarina: Universidade do sul de Santa Catarina. p. 33. Consultado em 27 de outubro de 2020
- «Brazzaville, Zahlé, Kraków and Fabriano designated UNESCO Creative Cities». UN News (em inglês). 21 de outubro de 2013. Consultado em 3 de outubro de 2018. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2018
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- Giovanni Frau (1978). Dizionario Toponomastico Friuli-Venezia Giulia. [S.l.]: Istituto per l'Enciclopedia del Friuli-Venezia Giulia
- Roman Adrian Cybriwsky (2013). Capital Cities around the World: An Encyclopedia of Geography, History, and Culture. EUA: ABC-CLIO. p. 60
- Sylvie Ayimpam, Vie matérielle, échanges et capitalisme sur la rive méridionale du Pool du fleuve Congo (1815-1930), Centre d'Étude des Mondes Africains (CEMAf), 2006, p. 4 and p. 9
- André JACQUOT, Lexique Laadi (Koongo), L'Office de la Recherche Scientifique et Technique Outre-Mer (O.R.S.T.O.M.), 1974
- Joseph ZIDI, Brazzaville : Les enjeux de la géographie des migrations (1800-2010), Université Marien Ngouabi de Brazzaville, 2016
- MARTIN Phyllis M., Loisirs et société à Brazzaville pendant l'ère coloniale, KARTHALA Editions, 2006, p. 31
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- Britannica, The Editors of Encyclopaedia. "Brazzaville". Encyclopedia Britannica, 12 Feb. 2021
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