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Correndo o Risco
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Correndo o Risco é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira Camisa de Vênus, gravado em agosto e setembro de 1986, no Estúdio RAC, em São Paulo, e lançado pela gravadora WEA, em 7 de novembro de 1986, com distribuição pela RCA Victor.
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Antecedentes
Eu gravei a primeira ruptura da música brasileira, que foi João Gilberto. Gravei a segunda, que foi Gil e Caetano, agora quero gravar a terceira, que é o Camisa de Vênus.
André Midani, ao explicar para o grupo por que queria contratá-los na WEA[1]
O lançamento do primeiro álbum ao vivo da banda - Viva - havia sido resultado de um acordo entre a banda, a gravadora deles na época - a RGE, e a nova gravadora deles - a WEA. Como a banda devia mais um álbum à RGE por força de contrato, ficou acordado o lançamento de um álbum ao vivo, considerado o meio mais rápido de cumprir tal acordo. O álbum foi um sucesso, vendendo 180 mil cópias no ano do seu lançamento e ajudando a estabelecer a imagem da banda entre público e crítica.[2][3][4]
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Gravação e produção
A produção transcorreu nos meses de agosto e outubro de 1986, sendo o álbum gravado e mixado no Estúdio RAC, em São Paulo, com o comando de Pena Schmidt: a banda inaugurou a nova aparelhagem de 24 canais do estúdio.[5] As gravações contaram com diversas participações de músicos, como: Armando Ferrante Júnior, nos Teclados; Sérgio Kaffa e Constant Papineanu, no piano; Manito, no Saxofone e no órgão Hammond; Mica, na harmônica; Papete, na Tumbadora; Ricardo Henrique, na guitarra elétrica; e Álvaro Gonçalves, na guitarra e, também, no violão. Além desses músicos, a banda resolveu arranjar para orquestra uma de suas músicas: "A Ferro e Fogo" contou com arranjos e regência de Armando Ferrante Junior, e com uma pequena orquestra de mais de 30 músicos.[6][7]
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Resenha musical
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Perspectiva
O álbum abre com "Simca Chambord", um dos grandes sucessos desse disco, que é um "rock autêntico", tendo como tema a deterioração da classe média durante os anos de ditadura militar no Brasil.[5][8] Em seguida, "Mão Católica" fala sobre a culpa cristã, ecoando a experiência de Marcelo Nova em semi-internato, quando novo. Então, temos a bem-humorada "Deus me Dê Grana", que foi outra dos grandes sucessos do disco.[9] O primeiro lado fecha com uma versão punk rock de "Ouro de Tolo", de Raul Seixas, que foi considerada absolutamente atual na época do seu lançamento, do que é demonstração a atualização mínima feita pela banda na letra: "Corcel 73", por "Monza 86"; "tobogã", por "videogame"; "cidade maravilhosa", por "cidade marabichosa"; etc.[5][9]
O lado B inicia com "Só o Fim" - mais um dos sucessos do álbum - que tem a letra elogiada, falando do apocalipse,[5] e cujo refrão faz menção à canção dos The Rolling Stones, "Gimme Shelter".[4] Em seguida, temos a direta "O que É que Eu Tenho de Fazer?", na qual a banda brinca com Reagan, os punks e os críticos musicais. Por fim, o disco termina com o canto épico "A Ferro e Fogo", que conta com uma orquestra tocando o arranjo do maestro Armando Ferrante Júnior.[5]
Recepção
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Lançamento
O álbum foi lançado pela gravadora WEA em 07 de novembro de 1986, com distribuição pela RCA Victor.[7] Antes do seu lançamento, o disco já tinha 200 mil cópias encomendadas e, com a forte divulgação da gravadora, o álbum acabaria vendendo mais de 300 mil cópias, rendendo um disco de platina para a banda.[10] Para a promoção do disco, foi feita uma festa de lançamento em um prostíbulo, que continuou funcionando enquanto a festa ocorria, com a banda tocando entre as garotas de programa que subiam para fazer performances - como "pole dance", por exemplo - no palco.[11] Além disso, foram lançados 3 singles do disco: Simca Chambord e Só o Fim, em novembro de 1986; e Deus me Dê Grana, em 1987.[12] Essas 3 canções também geraram videoclipes para veiculação nas estações de TV.[13][14][15] Apesar disso, o álbum sofreu com a proibição da execução radiofônica de "Mâo Católica", pelo Departamento de Censura.[5]
Fortuna crítica
Alberto Villas, escrevendo para O Estado de S. Paulo, vaticina que este é o álbum mais bem produzido do Camisa até o momento do seu lançamento. Elogia muito o disco, escrevendo que a banda lança "um disco para balançar o coreto", indo contra "um mar de água com açúcar" e "contra a maré dos modismos". Assim, é um disco coerente, que mostra que a banda é capaz de tudo, mostrando um rock and roll nervoso e que incomoda muita gente.[5] Mauro Dias, em texto assinado para o diário carioca O Globo, analisa disco e banda, elogiando as qualidades técnicas e as letras instigantes do primeiro, e a performance explosiva no palco da segunda. Em compensação, o jornalista chama a sonoridade de "morna": conclui que "o Camisa de Vênus está sempre no palco, nunca no vinil". Ainda assim, elogia o uso de metáforas para simbolizar o momento em que vivia-se, com a euforia da classe média com o Plano Cruzado.[9] Okky de Souza, escrevendo para a Revista Veja, elogia o álbum dizendo tratar-se do "mais comercial e inteligente" trabalho do grupo até então, no qual tocam um rock básico, em que "a urgência e a espontaneidade compensam a ausência de técnica". Elogia, especialmente, as letras de Marcelo Nova, chamando-as de "mais elaboradas".[8]
Relançamentos
Esta secção necessita de expansão. |
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Faixas
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Certificações
Créditos
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Perspectiva
Créditos dados pelo Discogs[12] e pelo IMMUB.[16]
Músicos
Camisa de Vênus
- Marcelo Nova: Vocal
- Karl Hummel: Guitarra base
- Gustavo Mullem: Guitarra solo
- Robério Santana: Baixo elétrico
- Aldo Machado: Bateria
Músicos adicionais
- Teclado: Armando Ferrante Júnior
- Piano: Sérgio Kaffa (faixa 1), Constant Papineanu (faixa 6)
- Saxofone: Manito (faixa 1)
- Órgão Hammond: Manito (faixa 4)
- Harmônica (faixa 2): Mica
- Tumbadora: Papete (faixa 6)
- Guitarra elétrica: Ricardo Henrique (faixa 3) e Álvaro Gonçalves (faixa 9)
- Violão: Álvaro Gonçalves (faixa 9)
Orquestra
- Violino: Elias Slon (Spalla), Jorge Izquerda, Audina Nunez, Germano, John Spindler, Tânia Camargo, Caetano Domingos, Alberta Jaffé
- Viola: Newton Servulo, Michel Verebes, Alwin Delsner e Marcelo Jaffé
- Violoncelo: Robert Svetholz e Julio Ortiz
- Contrabaixo: Jorge Oscar
- Flauta: Toninho Carrasqueira e Rogério Zerlotti
- Clarinete: Nailor Azevedo (Proveta)
- Oboé: Kátia
- Trompete: Francês, Donizeti, Azevedo
- Coral masculino: Clóvis, Paulinho, Rubens, Caio Flávio
- Coral feminino: Cláudia, Tânia, Cidinha, Vera
Ficha Técnica
- Direção artística: Liminha
- Produção: Pena Schmidt
- Arranjos e regência: Armando Ferrante Junior
- Cópias e arregimentação: Sérgio Porto
- Engenheiro de gravação e mixagem: Ricardo Carvalheira (Franjinha)
- Assistentes de gravação e mixagem: Mica, Cacá e Walter
- Direção de arte gráfica: CVS
- Concepção da capa: Marcelo Nova
- Fotos: Bob Wolfenson
- Produção de figurino: Teca Costa Neto
- Vestuário: Universo em Desfile
- Maquiagem: Affonsso de Gouveia
- Cabeleireiro: Murilo Souza (Della Lastra)
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Referências
- Alexandre 2013, p. 300.
- Dapieve, 1995, pp. 160-164.
- Barcinski e Nova, 2017.
- Villas, 1986.
- Bahiana, 1986.
- CAMISA corre o risco e lança um novo disco. Folha de S. Paulo, São Paulo, 11 nov. 1986. Ilustrada, p. 54.
- Souza, 1986.
- Dias, 1986.
- Thales de Menezes (14 de julho de 2015). «Fora de catálogo, discos do Camisa de Vênus chegam a R$ 950». Folha de S.Paulo. Consultado em 15 de abril de 2019
- Leonardo Rodrigues (23 de outubro de 2017). «Em livro, Marcelo Nova lembra dia em que "salvou" corpo de Raul Seixas». Uol. Consultado em 15 de abril de 2019
- «Camisa de Vênus - Correndo o Risco». Discogs. N.d. Consultado em 15 de abril de 2019
- «O Camisa de Vênus está de volta aos palcos hoje em São Carlos». Fala Porto. 26 de maio de 2017. Consultado em 15 de abril de 2019
- «Camisa de Vênus canta "Simca Chambord"». Memória Sindical. 2 de março de 2017. Consultado em 15 de abril de 2019
- Paulo Guilherme (17 de maio de 2008). «'O Simca Chambord simbolizava a esperança', diz Marcelo Nova». G1
- «LP/CD Correndo o Risco». IMMUB. N.d. Consultado em 15 de abril de 2019
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Bibliografia
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